19 de julho de 2013

Jovens são as maiores vítimas

19 de julho de 2013
 Diário de Pernambuco | PE
ALCIONE FERREIRA/DP/D.A PRESS

Murilo Cavalcanti aposta nas ações do Compaz
Os jovens do Recife, assim como em todo o Brasil, continuam sendo as maiores vítimas de crimes de homicídios, segundo o Mapa da Violência 2013. Entre os anos de 1980 e 2011, as mortes não naturais e violentas (acidentes, homicídio ou suicídio) cresceram 207,9% entre as pessoas com idades de 14 a 25 anos. Se forem considerados só os homicídios, o aumento chega a 326,1%. No Recife, das 598 mortes resgistradas no ano passado, 399 eram vítimas com menos de 30 anos. E um dado que preocupa ainda mais: 60 pessoas assassinadas nesse período eram menores de 17 anos.
Esses números fizeram o Recife voltar as principais ações do Pacto pela Vida, lançado anteontem, para os jovens de 13 bairros considerados mais violentos. A criação dos cinco Centros Comunitários da Paz (Compaz) tem como principal objetivo tirar das ruas e afastar da criminalidade os jovens que estejam longe da escola e aqueles que ainda não estão trabalhando. "O número de assassinatos de pessoas jovens ainda é um fator preocupante", apostou o secretário de Segurança Urbana, Murilo Cavalcanti. Outra aposta será a capacitação de 160 egressos da Funase.
O sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz avaliou que o aumento da violência entre os jovens demonstra a omissão da sociedade e do Poder Público, especialmente os que moram no interior e periferia.

Taxa de homicídio cai 33,4% em 10 anos
CRISTIANE SILVA/ESP.DP/D.A PRESS

C ampo G ra n d e re ce b e r á a ç õ es do Pa c t o p e l a Vi d a
Na contramão de todos os outros estados do Nordeste, Pernambuco apresentou queda no número de assassinatos registrados entre 2001 e 2011, segundo o Mapa da Violência 2013. A publicação, elaborada anualmente pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfiz, com base nos dados fornecidos pelo DataSUS, revelou que o estado abandonou o posto de mais violento do país em números relativos e agora está na quinta posição. A taxa de homicídios era de 58,7 para cada 100 mil habitantes, em 2001, e caiu para 39,1 em 2011, numa redução de 33,4%. Em números absolutos, Pernambuco era o terceiro no Brasil e agora está em quinto. Recife também teve resultados satisfatórios. Saiu da segunda para a quarta posição. A redução foi de 41,3% na taxa de assassinatos.
A Bahia, por exemplo, teve um aumento de 223,6%. Na Paraíba, o acréscimo foi 202,3%. No Rio Grande do Norte, houve um salto de 190,9% e no Maranhão a alta foi de 153,1%. Alagoas ficou em quinto lugar, com 146,5%, mas chama atenção o índice de 72,2 homicídios por cada 100 mil habitantes em 2011.
O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Wilson Damázio, não se mostrou surpreso diante dos resultados divulgados ontem. Ele atribuiu a redução da violência no estado ao forte investimento em segurança pública, desde 2007, quando foi criado o programa Pacto pela Vida. "É uma gestão diferenciada. Esses números foram possíveis graças ao diagnóstico efetivo da violência e ao trabalho que envolve, entre outras ações, a inteligência policial e as operações de repressão qualificada", argumentou Damázio. Em abril deste ano, pela primeira vez desde 2004, quando as estatísticas começaram a ser monitoradas pelo governo, Pernambuco conseguiu passar 24 horas sem nenhum assassinato, de acrdo com dados oficiais.
Os números positivos para o Recife surgem um dia após ser lançada a versão municipal do Pacto pela Vida. Serão investidos R$ 50 milhões em 13 bairros considerados mais violentos. Ações de requalificação de praça, reforço na iluminação, melhorias de acesso e videomonitoramento estão programadas. O secretário de Segurança Urbana, Murilo Cavalcanti, acredita que "O Mapa da Violência mostra que o Pacto pela Vida deu certo e que as ações propostas pelo município vão fortalecer sesse combate". O Brasil é o sétimo colocado em casos de homicídios. O ranking é liderado por El Salvador, Ilhas Virgens, Trinidad e Tobago, Venezuela, Colômbia e Guatemala.

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