19 de julho de 2013

Mapa mostra crescimento da violência na Bahia e SSP diz que índices caíram


por
Silvana Blesa
Publicada em 19/07/2013 00:22:44, Tribuna da Bahia

Um estudo divulgado pelo Mapa da Violência 2013 - Homicídios e Juventude no Brasil, com base no Data SUS, avaliado nos últimos dez anos, coloca a Bahia num crescimento de 223,6% na taxa de homicídios por 100 mil habitantes. Com base nos dados, a Assessoria de Comunicação da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP), contesta a pesquisa, ressaltando que houve redução da criminalidade no Estado.


Através de nota, a SSP explicou que fruto do trabalho das polícias Militar, Civil e Técnica, e da execução das ações do programa Pacto Pela Vida, como a implantação de 12 bases comunitárias de segurança e do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), os crimes contra a vida tiveram uma redução de 14% em Salvador, no acumulado de janeiro a maio de 2013, em relação ao mesmo período do ano passado. A SSP registra ainda uma redução de 26,3% na Região Metropolitana no comparativo dos mesmos períodos.
O órgão ainda reforçou que o empenho do trabalho policial nesse período é o aumento dos inquéritos remetidos com autoria em Salvador e RMS.  De 3.435, no período de janeiro a maio de 2012, para 3.694 no mesmo período de 2013. Já a apreensão de armas saiu de 410 em 2012 para 442 este ano, também no referido período.
Das 12 Bases Comunitárias de Segurança instaladas no Estado, as cidades de Lauro de Freitas, Porto Seguro, Itabuna receberam uma unidade cada, e a cidade de Camaçari será uma das próximas a receber o equipamento. “É nessas localidades onde as bases foram instaladas, em média, os índices de violência já reduziram em cerca de 50%”, esclareceu a SSP, ressaltando que além do policiamento, as Bases Comunitárias de Segurança também são espaços onde acontecem ações sociais, culturais e esportivas, em sua maioria com a participação de jovens dessas comunidades. 
Migração para Norte e Nordeste
Os dados do Data SUS, feita  pelo sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, reforça que a violência no Brasil migrou do Sudeste para o Norte e o Nordeste. Enquanto os índices de São Paulo e Rio chegaram a cair 80%, capitais nordestinas bateram recordes de assassinatos. Em 2011, dez cidades do Nordeste e três do Norte atingiram a marca de mais de 100 homicídios por 100 mil habitantes - acima de 10 a taxa é considerada epidêmica. Em 2010, apenas Simões Filho, na Bahia, registrara esse índice.
Conforme a SSP, o município de Simões Filho também teve uma redução de 33% nos casos de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), num comparativo de janeiro a maio de 2012 com o mesmo período de 2013. Foram 87 ocorrências no ano passado, contra 58 nesse ano. A secretaria salientou ainda que no município de Simões Filho, a Polícia Civil criou no ano passado uma força tarefa para intensificar as investigações em torno dos homicídios que são registrados nas áreas desabitadas do Centro Industrial de Aratu (CIA), em Simões Filho.
O delegado Adailton Adan, titular da 22ª DT, é o coordenador da força tarefa, integrada por policiais do Depom e DHPP, com apoio da Superintendência de Inteligência (SI) da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
O Mapa da Violência mostra que, na Bahia, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes cresceu 223,6%. Na Paraíba, 202,3%. No Rio Grande do Norte, 190,2%. Como em toda a violência no País, essa mudança também atinge principalmente os jovens. Em Alagoas, morrem 156, 4 jovens a cada 100 mil habitantes, quase oito vezes superior à de São Paulo.
A epidemia de assassinatos que atinge o Nordeste pode ser traduzida pelos números das capitais. Em 1999, Salvador era a área metropolitana mais tranquila do País. Em 12 anos, pulou para a 3ª colocação - a taxa de homicídios passou de 7,9 por 100 mil para 69 por 100 mil. Maceió, a 1ª do ranking hoje, com 111 assassinatos por 100 mil, era apenas a 14ª há 12 anos.

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