Os indicadores de fluxo escolar na educação básica foram divulgados, pela primeira vez, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e Ministério da Educação com base em uma metodologia de acompanhamento longitudinal da trajetória dos estudantes. Os números inéditos representam um grande avanço no monitoramento da educação e na condução das políticas públicas e só são possíveis a partir da metodologia de coleta de dados individualizados, adotada pelo Censo Escolar desde 2007, e que permitiram um acompanhamento do estudante ao longo de sua trajetória escola. Uma das principais contribuições é a possibilidade de acompanhar os indicadores de todo o território nacional.
Os números de evasão escolar e migração do ensino regular para a educação de jovens e adultos (EJA), inéditos, e os de promoção e repetência, avaliam a transição do aluno entre dois anos consecutivos. Esses indicadores, referentes ao período de 2007 a 2015, foram revelados nesta terça-feira, 20, durante o “Seminário 10 Anos de Metodologia de Coleta de Dados Individualizada dos Censos Educacionais”, que celebra uma década da metodologia da pesquisa. A conferência com apresentação dos dados de fluxo escolar foi transmitida pelo portal do MEC. Nesta quarta-feira, 21, o Inep reapresentará os Indicadores de Trajetória do Discente da Educação Superior, divulgados no Censo da Educação Superior 2015, além de divulgar dados inéditos sobre a remuneração média dos docentes da Educação Básica.
Resultados – Os novos dados revelam que 12,9% e 12,7% dos alunos matriculados na 1ª e 2ª série do Ensino Médio, respectivamente, evadiram da escola de acordo com o Censo Escolar entre os anos de 2014 e 2015. O 9º ano do ensino fundamental tem a terceira maior taxa de evasão, 7,7%, seguido pela 3ª série do ensino médio, com 6,8%. Considerando todas as séries do ensino médio, a evasão chega a 11,2% do total de alunos nessa etapa de ensino.
A série histórica revela, em todas as etapas de ensino, uma queda progressiva na evasão escolar de 2007 a 2013, mas o comportamento se altera em 2014, quando as taxas aumentam. A evasão é maior nas escolas rurais, em todas as etapas de ensino. O Pará tem a mais alta taxa de evasão em todas as etapas de ensino, chegando a 16% no ensino médio.
A migração para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é mais expressiva ao final do ensino fundamental, quando chega a 3,2% e 3,1%, no 7º e 8º ano, respectivamente. Em relação à rede de ensino, a migração é maior na rede municipal dos anos finais do ensino fundamental, quando alcança uma taxa de 3,8%. Já no ensino médio, a migração é mais expressiva na rede estadual de ensino, com 2,4%.
Já os indicadores de promoção e repetência não são inéditos, mas pela primeira vez serão divulgados com detalhamento para todo o território nacional. Será possível, por exemplo, observar as taxas de cada UF e município. Entre 2014 e 2015, a repetência na 1ª série do ensino médio chega a 15,3%. O índice também é alto no 6º ano do ensino fundamental, com taxas de 14,4% de repetência.
Rendimento X Fluxo Escolar – Os indicadores de rendimento se referem à situação final do aluno ao final de um período levita declarada no Censo Escolar, podendo o mesmo ser aprovado, reprovados ou ter abandonado a escola durante aquele ano letivo. Já os indicadores de fluxo escolar avaliam a transição do aluno entre dois anos consecutivos considerando os seguintes cenários possíveis: promoção, repetência, migração para EJA e evasão escolar.
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