27 de fevereiro de 2013

Região metropolitana lidera alta de homicídios no Estado de SP







AFONSO BENITES ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
A Grande São Paulo liderou a alta dos homicídios dolosos (intencionais) no Estado em janeiro deste ano.
Nº de homicídios aumenta 16,6% no mês de janeiro em São Paulo Cinco homens morrem baleados e um fica feridos em Guarulhos
Os dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública mostram que, em janeiro, o aumento na região foi de 24,2% em comparação com o mesmo período do ano passado. Saltou de 91 para 113 registros. No Estado todo, foi de 16,9% (de 356 para 416).
Especialistas dizem que, aparentemente, a onda de violência que atingiu a Grande São Paulo de outubro a dezembro de 2012 não acabou. O primeiro mês de 2013 foi quase tão violento como os últimos três do ano passado, quando houve uma onda de assassinatos na região.
Antes de outubro, quando não havia crise, os municípios da Grande São Paulo registravam menos de uma centena de mortos por mês. De lá para cá, em todos os meses, houve mais de cem casos.
Editoria de Arte/Folhapress
CARACTERÍSTICAS
Dos 38 municípios da região, 27 tiveram alta nos homicídios. Os que registraram mais ocorrências foram Guarulhos, Itaquaquecetuba e Osasco. As maiores variações ocorreram em Santo André, Jandira e Ferraz de Vasconcelos.
Para especialistas, as características da região --que concentra alguns municípios "dormitórios" (em que a pessoa só passa a noite), tem forte presença do crime organizado e faz divisa com regiões periféricas da capital paulista-- influenciam no aumento das taxas criminais.
"Algumas dessas cidades são conglomerados urbanos precários, onde não há nem equipamentos adequados para os cidadãos nem estrutura policial para a investigação dos crimes", avaliou o sociólogo Renato Sérgio de Lima, conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
'EPIDEMIA'
Pesquisador criminal e autor do Mapa da Violência, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz diz que essa região do Estado não fez o "dever de casa" e por isso ainda enfrenta uma "epidemia de violência".
"As cidades precisam se aproximar da comunidade, abrindo escolas em tempo integral para atividades sociais, dando alternativas de renda e melhorando a atuação policial", afirmou.
Diretor do Conseg (Conselho Municipal de Segurança de Ferraz de Vasconcelos), uma das cidades que teve aumento, o professor Luiz Otaviano diz que o problema na região não é só policial.
Editoria de Arte/Folhapress

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