28 de janeiro de 2015

Mais de 42 mil adolescentes podem ser assassinados entre 2013 e 2019



RIO - Um estudo divulgado nesta quarta-feira, no Rio, estima que mais de 42 mil adolescentes (12 a 18 anos) poderão ser assassinados nas cidades de mais de 100 mil habitantes entre 2013 e 2019. Isso significa que, para cada grupo de mil pessoas com 12 anos completos em 2012, 3,32 correm o risco de serem mortas antes de atingirem os 19 anos. Esse é o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) do Brasil, produzido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República em conjunto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Observatório de Favelas e o Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-UERJ) com base em dados de 2012.
Essa taxa de 3,32 representa um aumento de 17% em relação a 2011, quando o IHA chegou a 2,84. A região Nordeste apresenta a maior incidência de violência letal contra adolescentes (o IHA é de 5,97). A menor taxa está no Sudeste (2,25 jovens em cada mil). A arma de fogo é o principal meio utilizado nos assassinatos de jovens brasileiros. Os homicídios representam 36,5% das causas de morte dos adolescentes no país. Na população total, correspondem a 4,8%.
Durante a coletiva em que os dados foram apresentados, a ministra Ideli Salvatti anunciou a criação de um grupo de trabalho interministerial para elaborar Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Letal de Crianças e Adolescentes.
O estudo aponta ainda que a possibilidade de jovens negros serem assassinados é 2,96 vezes maior do que os brancos. Os adolescentes homens apresentam um risco 11,92 vezes superior de serem mortos em relação às meninas.
Alagoas, Bahia e Ceará possuem os mais altos Índice de Homicídios na Adolescência. Entre as capitais, Fortaleza, Maceió e Salvador têm as maiores taxas.
Para a elaboração do IHA, foram analisados 288 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. O levantamento tem como base os dados dos Censos 2000 e 2010, do IBGE, e do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde. O IHA faz parte das ações do Programa de Redução da Violência Letal Contra Adolescentes e Jovens (PRVL), criado em 2007.

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