30 de novembro de 2015

Houaiss e a reorganização socialista., Roberto Amaral

Aprendi desde cedo a amar, no amor da minha vida, a vida dos meus semelhantes, respeitando-os até nos seus ódios. Por assim amá-la, preferirei dela ser destituído a assentir com o espetáculo comiserável com que se nos acena”.Antônio Houaiss. A defesa.
Idos de 1985.
Voltáramos a sonhar.
Tinha curso o lento e incerto processo de redemocratização consentida. O regime decaído sobrevivia no governo da Nova República, mas contabilizávamos a nosso favor o fim da ditadura, o que não era pouco, após 20 anos de escuridão. Depois da implosão do colégio eleitoral montado pelos militares para a sagração de seu delfim, e ainda quando comemorávamos a vitória de Tancredo Neves, as armadilhas imprevistas da História – fadário? caprichos da fortuna ? – impuseram-nos dolorosa frustração com a posse de José Sarney, tão penosa quanto a que um pouco antes nos fôra imposta pela derrota das Diretas-já. A reconstitucionalização pela qual tanto lutáramos, sabíamos agora, era promessa que se construiria passo a passo, com a gradual e jamais fácil remoção do que então chamávamos de ‘entulho autoritário”. Primeiro, o fim da censura, em cujo processo Antônio Houaiss, assessorando Fernando Lyra, ministro da Justiça, tivera papel destacado; agora era, seria, a vez da reorganização da vida partidária, na qual Houaiss, é o nosso conto, teria participação exemplar.
O fim da ditadura indicava o fim da política de frente partidária que impusera o MDB e, na sequência, o PMDB. Os socialistas que havíamos resistido militando sob as mais diversas siglas e formas de luta, entendíamos como chegada a hora de recuperação de nosso próprio partido, cassado em 1965 pelo Ato Institucional nº 2, com todas as demais siglas que vinham da ordem democrática de 1946. Decidimos, tendo à frente Jamil Haddad, reorganizar o velho Partido Socialista Brasileiro, de João Mangabeira e da Esquerda Democrática que unificara a luta política contra o ‘Estado Novo’. Precisávamos de um nome que, presidindo nossa primeira comissão nacional provisória – a quem caberia pleitear a refundação partidária junto ao Superior Tribunal Eleitoral e iniciar a trabalhosa e difícil organização nos Estados – fosse ao mesmo tempo um líder e uma referência para todos os companheiros no resto do país. Uma luz, um nome que por si só tornasse visíveis nossos propósitos. Os fados me homenagearam com a missão de convidar Antônio Houaiss, meu amigo de muitos anos. Eu conhecia sua formação ideológica e sua biografia, mas temia que seu amor ao projeto do maior dicionário da língua portuguesa, que acalentava há tantos anos, falasse mais alto que o apelo da História. Fui reunir-me com ele numa saleta do edifício anexo ao Petit Trianon, da Academia Brasileira de Letras, onde trabalhava com uma pequena equipe. No dia seguinte estava conosco na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, na coletiva de imprensa com a qual a Comissão Provisória se apresentava à sociedade.
Houaiss, como poucos intelectuais, tinha a noção da urgência histórica que impõe prioridades vencendo contingências e circunstâncias. Para ele, o dever da hora se impunha sobre os valores e os projetos individuais.
O politico, crítico textual e ecdota, experto em documentalística, bibliologia, dialectologia e crítica literária, o professor de contabilidade, português e latim, filólogo, diplomata de carreira e de carreira polêmica juncada de atropelos políticos e perseguições ideológicas que lhe valeram pelo menos dois inquéritos administrativos, acadêmico, enciclopedista, editor e editorador, dicionarista e poliglota, ensaísta e teórico da literatura, tradutor, humanista, jornalista, enólogo e cervejeiro, amante da boa mesa e mestre em gastronomia, além de político militante (arte de sempre, desde os tempos adolescentes da Federação Vermelha), era agora dirigente partidário abnegado, sem sopesar tarefas, pois de todas as atividades participava, das discussões sobre nosso Programa às questões mais comezinhas da administração partidária, varando noites em debates às vezes pedestres, de que no entanto participa sem fastio.
Com gosto e prazer, gostosamente como preferia dizer, Antônio Houaiss era um ser politico na sua plenitude; não apenas o animal político como todos nós na acepção aristotélica, mas um intelectual orgânico na melhor tradição gramsciana, um intelectual engajado na melhor tradição sartriana, um organizador na melhor tradição leninista, um filósofo atento à missão de transformar o mundo, na melhor tradição do Marx das Teses contra Feuerbach. Exercia a política como exerceu a literatura, o jornalismo e a diplomacia, como um magistério, nos ensinando sempre pelo prazer de contribuir para o aperfeiçoamento do outro, ou por sentir o dever do proselitismo, obrigação de quem está convicto da justeza de suas ideias: pois em todas as atividades (e quantas foram!), era sempre um pregador, seja dando aulas de português ou de latim, seja na trincheira do Correio da Manhã ou da Revista Civilização Brasileira, na ditadura, seja dissertando sobre a descolonização da África nos bons idos da política externa independente de Santiago Dantas e Afonso Arinos, seja debatendo a miséria da política.
Em Houaiss nada era gratuito ou em vão, nem a literatura se justificava por si. Nenhum oficio do intelectual, e não concebia o intelectual alienado, estava livre de uma teleologia voltada para o Homem – esse ser desenganado no mundo – para o seu papel de construtor de si mesmo e do mundo, um mundo sempre melhor para si se for melhor para todos, porque um dia será um mundo sem desigualdades, sem a exploração do homem pelo homem, sem classe dominante, sem massas expropriadas, sem apropriação da mais-valia; um novo mundo e um homem pleno de liberdade vivendo em países e nações igualmente livres, livres do colonialismo e do imperialismo, essa peçonha do capitalismo. Se a desigualdade enfrentou como um opróbio que agride a natureza humana, para ele a realização de um mundo igualitário e de Paz era a tarefa que justificava o homem na autoconstrução de sua humanidade.
Assim como magistério, assumiu a missão partidária, aquela que a hora grave e auspiciosa demandava. Assim presidiu nossa participação nas eleições municipais de 1985 e no ano seguinte nosso primeiro Congresso. Sua atuação brilhante e firme, e corajosa – era um intelectual desassombrado –, foi decisiva para dar ao nascente PSB (então uma esperança viva que a miséria da política derruiria anos passados, com ele já morto) o seu caráter socialista, apartando-o das atrações socialdemocratas e apartando-o do novo oficialismo. Recordo-me dele presidindo reuniões, harmonizando debates, concertando textos, construindo consensos em Congressos e Seminários, em reuniões de dirigentes e reuniões de militantes.
Quantas vezes aquele intelectual portentoso (o tradutor de Ulisses e editor da Enciclopédia Mirador) saiu conosco, ele mesmo dirigindo seu Passat, pelo interior do Rio de Janeiro, nos subúrbios da capital, organizando o partido, reunindo-se com trabalhadores e camponeses. Quantas vezes saiu, comigo, com Jamil Haddad, ou sozinho, viajando Brasil afora a serviço do proselitismo socialista!
Idos de março de 1999.
Eram essas as cenas, era essa a saga que recordávamos quando dele fomos nos despedir, Evandro Lins e Silva, meu filho Pedro Amaral e eu, na UTI do Hospital Silvestre. Mas, não encontramos mais o nosso amigo. Seu cérebro parara e isso, nele, era tudo. Ao lado de seu leito, no mesmo silêncio, uma jovem enfermeira, uma mulher bonita (uma das alegrias de seu viver), limpava aparelhos e tubos e cantarolava, como a nos dizer que a vida é tão importante que a morte diante dela perde qualquer significado trágico. Em nome de todos os seus amigos, mas em nome principalmente de todos os seus correligionários de todos os tempos e de todos os partidos, o socialista Evandro Lins e Silva foi saudá-lo no Cemitério de São João Batista. Quando se recolhia na última morada, cobri seu féretro com a bandeira do Partido que fundara.
Roberto Amaral

"Jovens não serão iguais após as ocupações; vão sair melhores, mais politizados"

30 de novembro de 2015
Em entrevista, pesquisador da USP defende que ocupação de escolas paulistas traz à tona visibildade dos movimentos estudantis

Fonte: iG



"A capacidade de organização dos jovens sempre foi menosprezada ou desqualificada, mesmo nos momentos de tensão social mais aguda. O que as ocupaçãoes das escolas estaduais mostra é que o adulto não tem mais controle sobre o jovem", diz Carlos Giovinazzo Junior, professor e pesquisador do Programa de Pós Graduação em Educação: História, Política, Sociedade da PUC São Paulo.
Para o pesquisador, apesar de os movimentos estudantis já terem tido voz na época da Ditadura e no impeachment de Collor, por exemplo, desta vez é diferente: além de protagonistas, a luta desses jovens é por algo que lhes pertence diretamente.
Confira a entrevista abaixo:
iG: As manifestações de 2013 têm alguma influência sobre as ocupações das escolas paulistas?
Giovinazzo Junior: Imagino que sim, no mínimo serviu de inspiração e fez com que os jovens dessa geração tenham aprendido a se mobilizar. Não podemos esquecer que, no impeachment do Collor [há 23 anos, em 1992], não só os estudantes do ensino superior, mas também os do ensino médio tiveram participação. Ou seja, eles se mobilizam. Desta vez, a ocupação das escolas foi a única encontrada por esses jovens.
iG: Temos um novo perfil de jovem ou apenas a demonstração de protagonismo juvenil, algo tão requerido no processo educativo?
Giovinazzo Junior: Penso que é um misto das duas coisas. Temos de fato um perfil distinto de jovens de outras épocas, outros momentos históricos. Ao mesmo tempo, a capacidade de organização dos jovens sempre foi menosprezada ou desqualificada, mesmo nos momentos de tensão social mais aguda. O que me parece que está chocando as pessoas atualmente é o fato de os adultos não terem mais o controle sobre o jovem, como achavam que tinham. Dizia-se que a juventude estava adormecida, mais preocupada com as questões de tecnologia. Enfim, não estaria preocupada com escolas, com as questões sociais. Mas a gente verifica que, em vários momentos, quando algo afeta diretamente a vida dos jovens, há mobilização. Isso me parece um algo contínuo na História. Agora, claro, há também um novo perfil. Você percebe na fala dessa meninada uma imaturidade e inexperiência, o que é natural. E isso não é uma crítica, esse movimento talvez os ajude a aprender a fazer as coisas. É uma experiência educacional e de formação que me parece fundamental. Eles não vão sair iguais desse processo, sejam vitoriosos ou não. Penso que eles vão sair melhores: mais politizados, preocupados com as questões que afetam a vida deles, mas que são questões sociais também.
iG: Para ocupar as escolas paulistas, foi feito uso de cartilhas desenvolvidas por movimentos estudantis do Chile e Argentina. Seria o início de uma integração entre os movimentos sociais da América Latina?
Giovinazzo Junior: Espero que sim. Isso demonstra que a influência exercida sobre o movimento é difusa, vem de vários lugares, não só dos grupos de 2013. À medida que a situação vai se agravando, me parece que os jovens são capazes de se organizar para buscar referências em vários lugares, seja na história brasileira, seja em outros países mais próximos. E também temos de ver o papel que a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas têm nesse processo.
iG: No começo, muitos pais foram contrários às ocupações, mas em seguida foram convencidos pelos próprios adolescentes. Seria uma características de visões de mundo diferentes, ou mesmo um choque de gerações?
Giovinazzo Junior: Acho que não se trata de choque de gerações, mas de os pais não terem envolvimento com a vida educacional dos filhos, a tal ponto de não conseguirem se posicionar frente a uma proposta como essa. Teve de partir daqueles que estão vivendo, ou que vão sofrer os efeitos dessa mudança. Tanto não é um choque, que muitos aceitaram e estão solidários aos filhos, dando todo apoio até material para que os filhos se mantenham nas escolas.
iG: A gestão Alckmin, via Secretaria Estadual de Educação (SEE), afirma estar aberta ao diálogo. Contudo, audiências de conciliação foram agendadas entre governo e estudantes, mas não se chegou a um consenso. O que falta para que realmente haja diálogo entres as partes envolvidas?
Giovinazzo Junior: Primeiro: falta disposição de um diálogo real promovido pelo governo do Estado. Mas há uma questão anterior: nós vivemos em uma sociedade que, apesar de democrática, conserva muitos resquícios do autoritarismo, que marcou a vida brasileira desde a Proclamação da República, pelo menos. Os mecanismos autoritários presentes na relação do Estado com a sociedade não foram democratizados. A proposta desse governo, que está aí há 20 anos, não é para ser discutida. E não me refiro apenas ao governo do Estado de São Paulo. A proposta da Base Comum Nacional, do governo federal, também não é para ser discutida. A preocupação é econômica: diminuir gastos, alocar recursos de maneira supostamente mais racional. Por isso, não há interesse em nenhum tipo de negociação com os estudantes, como também não há quando ocorrem as greves de professores. Para mim, a lógica do governo é que uma hora as pessoas se cansam. No fim das contas, ninguém vai aguentar viver um ano dentro de uma escola, a coisa vai esvaziando naturalmente.
iG: Inicialmente, os pedidos de reintegração de posse das escolas foram deferidos, mas, posteriormente, desembargadores tiveram outro entendimento da situação. Nesta quinta-feira (26), no entanto, um juiz de Sorocaba deferiu a reintegração de 17 escolas. Caminhamos para um desfecho que não se dará pelo diálogo, mas pela força da lei?
Giovinazzo Junior: Sinceramente, não sei. Nem sei se isso é lei. É uma determinação jurídica. Mas a pergunta é: a escola é propriedade de quem? Não é do Estado, ela é da população. O Estado só administra escola. Dessa forma, a reintegração tira a escola de quem é de fato o dono daquele espaço. De qualquer modo, não me surpreenderia a truculência do poder público para lidar com a situação. A polícia bate em manifestante, joga spray de pimenta na cara de estudante, menor de idade... É a forma como o poder público age quando sua autoridade é contestada.

Educação patina em gestão ineficiente

30 de novembro de 2015
"Setor recebe verbas em percentuais do PIB maiores que a média da OCDE, mas país não consegue superar demandas crônicas", afirma jornal

Fonte: O Globo (RJ)



Uma análise baseada apenas nos números do relatório “Education at a glance 2015”, divulgado no início da semana pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o clube dos países mais desenvolvidos, para avaliar diversos aspectos da Educação no mundo, ratifica algumas obviedades sobre o setor no Brasil. O país ocupa, por exemplo, uma das últimas posições, entre as 34 nações pesquisadas, na rubrica de gastos por Alunos — na média, um terço do que é aplicado no âmbito da OCDE. Apenas México, Turquia, Colômbia e Indonésia têm perfil mais indigente.
Dificuldades no equacionamento de demandas educacionais, relativas ao Ensino em si ou relacionadas a investimentos públicos no setor, não são novidade. O Brasil tem um contencioso crônico que os números sistematicamente apontam. Em geral, soluções sugeridas para enfrentar os problemas passam pelo mantra de que, para se desenvolver, a Educação precisa ser irrigada por mais verbas. Criterioso, o estudo da OCDE tem substância para, por meio de análises mais profundas, mostrar que essa é, no máximo, uma meia-verdade — ou uma meia-mentira. Assim como consagra a facilidade da frieza dos números, o levantamento fornece combustível também para pôr em xeque esse tipo de solução mágica.
O gasto público em Educação básica no Brasil tem se situado, nesta década, na média de 5,6% do PIB (a meta é 10%). Parece pouco, mas é um índice superior à média da OCDE (4,7%), e o quinto maior entre os países e parceiros da organização com dados disponíveis. E, reconhecidamente, fatias cada vez maiores do orçamento total são destinadas ao setor. Ou seja, a irrigação não é insuficiente; o que visivelmente falta é melhorar a colheita. Cai-se no terreno da gestão. O país aplica mal as verbas destinadas à Educação, é evidente. A atenção dada, por exemplo, ao Ensino o básico continua falha, apesar dos avanços, e isso se reflete em toda a cadeia de Ensino. Por comparação, o Ensino superior brasileiro recebe 3,4 vezes mais recursos que os anos iniciais do Ensino fundamental (na média da OCDE, essa relação é 1,8 vez maior). Entre as nações avaliadas no relatório, o Brasil tem a sexta mais elevada proporção de jovens de 25 a 34 anos que não concluíram o Ensino médio. No ranking do que corresponde ao antigo segundo grau atrelado a Ensino profissionalizante, é o terceiro país, entre os avaliados, com menos Alunos nessa modalidade. Mesmo na Universidade, mais bem irrigada, o índice de evasão ainda é alto. São demandas a enfrentar.
O que falta à Educação brasileira não é, propriamente, mais verba, e sim mudar os paradigmas do setor. Ou seja, investir mais em programas de aperfeiçoamento de gestão e consolidar protocolos de prioridades (no básico, como tem sido, e em especial no Ensino médio). Há buracos na política educacional, e a solução não é jogar mais dinheiro nesse bueiro. Antes, há que acabar com ele.

Chicos a dormir: los riesgos de reemplazar el cuento por la tablet

Pese a que se desaconseja, cada vez más padres permiten su uso
LUNES 30 DE NOVIEMBRE DE 2015
Luz puede usar la tablet antes de irse a dormir, pero con cautela
Luz puede usar la tablet antes de irse a dormir, pero con cautela.Foto:Patricio Pidal / AFV

Los padres de Agustín Torres, de 7 años, no necesitan leer este artículo para saber que lo que señala el estudio es cierto: los chicos tardan un promedio de 20 minutos en dormirse. Antes de eso, la mayoría de los padres se ven involucrados en una negociación que les insume otros 17 minutos. Los datos surgen de una encuesta realizada por el canal de streaming Netflix en siete países.
Cada noche, los padres de Agustín se encuentran con el mismo argumento, pero en diferentes versiones: que un ratito más, que la Play, que no me acuerdo si me lavé los dientes... Y al final, el "sincericidio": "¿Por qué me tengo que ir a la cama si no tengo sueño?".
Cansados, hace tiempo tomaron una decisión que, aunque admiten que no es la mejor, les resulta. Si Agustín acepta meterse rápido en la cama, lo dejan usar la tablet para jugar media hora antes de quedarse dormido.
La historia de esta familia ilustra la realidad de miles de padres hiperconectados que no logran encontrar dónde está el botón de "Off" de sus hijos.
"Como padres tampoco podemos ser tan puritanos de decir que se vaya a dormir con un cuento, si los adultos cuando vamos a la cama nos pasamos una media hora por lo menos mirando el celular, latablet o la TV. Somos esta generación", reconoce la madre de Agustín, Romina Juárez.
Mercedes Moresco le regaló a su hija Luz una tablet cuando cumplió nueve años. No pasó mucho hasta que la chica la adoptó para todo, incluso como último recurso antes de quedarse dormida. "Con mis hijos mayores era más estricta, pero con ella soy más relajada. Le gusta quedarse mirando algo en YouTube. Después se duerme", cuenta su madre.

El dilema

¿Es recomendable darles una tablet a los chicos antes de dormir o encenderles la TV? Los especialistas consultados por LA NACION consideran que no. "La hora de dormir es tiempo de soltar amarras, dejar ir a los padres, de que los chicos se queden solos con ellos mismos, de aprender a quedarse dormidos sin ayuda externa", explica Maritchu Seitún de Chas, psicóloga y autora del libro Latentes (Grijalbo), sobre la crianza de chicos entre los seis y los 11 años. También acaba de lanzar, junto a su hija Sofía Chas, una serie que incluye el libro¡A la cama! "No es por arte de magia, sino con mucha práctica que un niño puede dormirse solo en su cama cuando crece. Ayudan los rituales realizados con amor: un rato con papá o mamá, un cuento, rezar, cantar una canción", dice.
Los especialistas indican que los dispositivos móviles generan estímulos sin posibilidad de descarga porque los chicos están metidos en la cama y quietos. Durante el día ocurre lo mismo, pero al apagarlos pueden representar en su juego lo que vieron o a contárselo a alguien. "A la noche no tienen esos recursos para procesar tanta estimulación, de esa forma difícilmente el sueño resulte reparador", apunta Seitún.
Algo similar opina Mónica Cruppi, miembro de la Asociación Psicoanalítica Argentina (APA). "Los padres, con sus mejores intenciones, generan el efecto contrario: los estimulan y excitan psíquicamente, y hasta a veces les generan ansiedad, lo que dificultaría conciliar el sueño. "Es bastante conocido que la TV demora que se duerman y, depende del contenido del programa que el niño mire, que les produzca otros trastornos, como sueño interrumpido, pesadillas o insomnio", indica.
Cruppi menciona que distintas investigaciones hechas sobre el uso de las tablets a la hora de dormir señalaron que los chicos demoraban más en lograr el sueño, se ponían más ansiosos y tenían más riesgo de sentirse cansados al día siguiente.
"Las herramientas tecnológicas hacen que nuestro psiquismo se active, por la información que recibe, evitando la relajación necesaria para el dormir. Además, sobreestimulan el polo visual y auditivo. Por eso, a la hora de dormir no es recomendable ninguno de estos artefactos", agrega.

Un tema que también se debate en libros

El dilema que tienen los padres frente a los métodos que usan para que sus hijos se duerman no es nuevo. Pero hoy suscita un verdadero boom editorial. Hace pocos meses, se reeditó Niños descansados, niños felices, el polémico pero muy usado libro de Eduard Estivill que propone una disciplina cuasi prusiana a la hora de llevarlos a la cama.
Mañana llegará a las librerías porteñas un libro que es un verdadero best seller mundial, El conejito que quiere dormirse, del psicólogo sueco Carl-Johan Forssén Ehrlin, que fue editado por Random House.
Los editores aseguran que el texto tiene un poder somnífero inmediato, porque "emplea técnicas psicológicas que ayudan a los niños a relajarse". En la introducción de la obra se incluyó una advertencia: "No lea este libro en voz alta si se encuentra al lado de una persona que está conduciendo".

25 de novembro de 2015

SP já tem 151 escolas ocupadas por estudantes

25 de novembro de 2015
Na próxima sexta-feira, manifestantes e grupos que apoiam a causa organizam protesto pelas ruas do estado pedindo mais adesões

Fonte: O Globo (RJ)



Subiu para 151 o número de Escolas ocupadas por estudantes contrários à reorganização da rede estadual de Ensino de São Paulo. A soma, feita pela Secretaria de Educação, fica bastante acima da quantidade de instituições que fechariam por conta das mudanças propostas pela pasta, que é de 93. Os manifestantes falam em 171 colégios ocupados. A ideia do órgão para 2016 é reestruturar as Escolas em ciclo único (apenas 1º ao 5º anos, 6º ao 9º anos ou Ensino médio), o que provocaria o fechamento de unidades e a transferência de 311 mil Alunos. Na próxima sexta-feira, manifestantes e grupos que apoiam a causa organizam protesto pelas ruas do estado pedindo mais adesões.
Mais unidades foram ocupadas ao longo do dia de ontem, entre elas a Escola estadual Professor Antônio Firmino de Proença, na Mooca, Zona Leste. Um grupo de oito adolescentes, com idades entre 16 e 17 anos, que protestava contra a reorganização no local, acabou sendo detido e encaminhado para o 8º DP (Mooca). Segundo a Secretaria de Segurança, eles destruíram equipamentos da instituição, como câmeras de segurança, alarme, portão dos fundos e porta da sala da direção. Também trocaram os cadeados dos portões do local.
O grupo chegou ao colégio nas primeiras horas de ontem, antes de se iniciarem as provas do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar de São Paulo, o Saresp. Muitos jovens que foram lá fazer o exame acabaram ficando, em apoio aos adolescentes. Com a confusão, de acordo com a Secretaria de Segurança, a zeladora do prédio chamou a polícia. Um agente precisou pular o muro da unidade para convencê-los a abrirem os portões e deixarem o local. O grupo, que nega ter depredado a Escola, foi autuado por ato infracional e dano qualificado. Os jovens estavam acompanhados de duas Professoras e uma zeladora. Ainda segundo a Secretaria de Segurança, uma Professora disse, em depoimento, que a ocupação à Escola foi pacífica. A Secretaria de Educação informou que o Saresp foi cancelado em todas as Escolas ocupadas.

Ato por mais apoio

Manifestantes e grupos que apoiam a causa, como a Apeoesp, sindicato que representa os Professores da rede estadual, e o MTST, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, estão organizando, para a próxima sexta-feira, manifestação na Avenida Paulista. Eles querem chamar estudantes de outras instituições, como faculdades e Escolas particulares, além da população em geral, para aderirem ao movimento.
- Mantemos nossa posição contra as mudanças nas Escolas. Não queremos unidades fechadas, mas uma proposta factível do governo, e um calendário para debater o tema - explica a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha. - O movimento está bastante amplo, com o apoio de movimentos populares, da UNE (União Nacional dos Estudantes) e da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas).
Na última quinta, a Secretaria de Educação disse que só vai discutir a reorganização se os grupos saírem das Escolas. A pasta havia dado um prazo de 48h para que isso acontecesse, mas os manifestantes deixaram claro que não voltarão para suas casas, e prometeram mais ocupações. O órgão diz que segue com a proposta.
Na manhã de segunda-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou, por unanimidade, o pedido de recurso da Secretaria Estadual da Fazenda Pública, da ação que pede a reintegração de posse das Escolas. A Justiça chegou a conceder a recuperação há duas semanas, mas voltou atrás da decisão. De acordo com a Procuradoria-Geral do Estado, ainda não há data agendada para o julgamento da ação.

24 de novembro de 2015

Investimento do Brasil por aluno está entre os piores, segundo OCDE

24 de novembro de 2015
País gasta US$ 3.441 por estudante da rede pública brasileira, o que corresponde a 37% da média das nações que compõem a OCDE

Fonte: O Globo (RJ)



Embora fique atrás apenas do México e da Nova Zelândia na proporção dos gastos públicos destinados à educação, o Brasil, que aplicou 17,2% de todo o orçamento no setor em 2012, está nas últimas posições quando o assunto é o valor investido anualmente por aluno. Foram US$ 3.441 por estudante da rede pública brasileira, do ensino básico ao superior, montante que corresponde a 37% da média dos 34 países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de US$ 9.317.
No topo da lista está Luxemburgo (US$ 21.998) e Suíça (US$ 15.859). Atrás do Brasil, apenas México (US$ 3.233), Turquia (US$ 3.072), Colômbia (US$ 2.898) e Indonésia (US$ 1.809). Os dois últimos, assim como o Brasil, não são membros da OCDE, mas, sim, parceiros. Os dados, que fazem parte do relatório “Education at a glance 2015”, elaborado pela entidade para avaliar diversos aspectos da educação no mundo, apresenta os valores de investimento em dólar americano convertido pela metodologia de paridade do poder de compra, que equaliza as moedas via poder aquisitivo, e não pela taxa de câmbio.
Ao comentar a publicação, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Chico Soares, afirmou que os números revelam o “esforço” do país em aumentar o investimento em educação, mas que, na comparação com nações mais ricas, é compreensível que os montantes aplicados pelo Brasil sejam menores:
— É impossível pegarmos um dado e levá-lo para o primeiro mundo. Não posso querer gastar na educação o mesmo que a Áustria gasta. E a saúde, o saneamento, o transporte, a segurança? Estamos gastando um terço (da média dos países da OCDE) porque isso corresponde à nossa situação. Em termos de esforço, estamos avançando.
Segundo a publicação, o gasto público em educação feito no Brasil, em 2012, foi de 5,6% do PIB, patamar “consideravelmente maior que a média da OCDE de 4,7% e a quinta mais alta entre todos os países e parceiros com dados disponíveis”. No entanto, a entidade ressalta uma desigualdade na aplicação do dinheiro. O ensino superior brasileiro recebe 3,4 vezes mais recursos que os anos iniciais do ensino fundamental. Na média da OCDE, esse investimento é 1,8 vez maior.
INVESTIMENTO INSUFICIENTE
A coordenadora-geral do Todos Pela Educação, Alejandra Meraz Velasco, lembra que, apesar de ter um percentual maior de gasto público com educação em relação aos outros países, o Brasil tem uma economia menor ou mais alunos, se comparado com várias dessas nações. Por isso, não há uma relação direta entre esse indicador e a qualidade do ensino. Ela também deixa um alerta:
— Na edição anterior, esse percentual do gasto público era de 19%. Ou seja, o país já investiu mais.
De acordo com o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, esse índice de investimento do PIB ainda não é suficiente. Ele afirma que o relatório da OCDE revela a necessidade de ampliar o gasto para 10% do PIB.
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— O Brasil ainda tem uma demanda educacional enorme, precisamos incluir muita gente. O que significa que, se incluir mais alunos sem aumentar o investimento em relação ao PIB, o custo por estudante vai diminuir. Por isso, a luta pelos 10% do PIB para educação é importante, para que tenhamos um investimento que garanta padrão mínimo de qualidade. Qualificar esse custo por aluno é fundamental, daí a importância de implementar o CAQi (Custo Aluno-Qualidade inicial) — explicou. — Mesmo se resolvêssemos os problemas de gestão, o investimento por aluno que temos hoje não garante a educação. E, com a corrupção, isso é pior ainda.
O CAQi é um indicador que mostra qual valor deve ser investido anualmente por aluno na educação básica, considerando insumos materiais e humanos mínimos para garantir um padrão de qualidade no ensino.
Apesar de fatias do orçamento total cada vez maiores para a educação, o Brasil aparece como sexto, entre as nações avaliadas, com a mais elevada proporção de jovens de 25 a 34 anos que não concluíram o ensino médio. São 39% nessa situação. Apesar de ainda elevado, assinala a OCDE, o índice tem caído ao longo do tempo, quando se verifica que, na população brasileira de 55 a 64 anos, 72% não terminaram o antigo segundo grau.
Em alguns estados, a situação é ainda pior. Alagoas, por exemplo, registra 61% de pessoas de 25 a 34 anos sem ensino médio, mesmo índice verificado na Indonésia para a mesma faixa etária. Já no Distrito Federal, 75% da população nessa idade têm o certificado de ensino médio, panorama semelhante ao da Itália e da Islândia, segundo o estudo. Pela primeira vez, a publicação trouxe indicadores locais de alguns países para determinadas variáveis.
No ranking do ensino médio atrelado a programas de educação profissional, o Brasil vai mal, contrariando o discurso do governo de valorização da formação técnica. É o terceiro país com menos alunos nessa modalidade, perdendo apenas para Irlanda e Arábia Saudita. Cerca de 9% dos jovens de 15 a 19 anos matriculados no ensino médio frequentam o ensino profissionalizante no país, enquanto a média da OCDE é de 40%. Chico Soares, do Inep, reconhece que é preciso mudar:
— Antes, o ensino médio servia para ir para a universidade. Agora, que o ensino médio de fato é para todos, a questão da formação técnica se coloca de forma clara, na própria Base Nacional Comum (currículo nacional da educação básica em discussão) e no PNE (Plano Nacional de Educação).
OS ‘NEM-NEM’
Os jovens de 15 a 29 anos que não estudam nem trabalham, conhecidos como “nem-nem”, somam pouco mais de 20% no Brasil, acima da média da OCDE, de 16%. Mas Amapá e Alagoas, com índices em torno de 30%, ficam próximos de países como a Grécia, que tem 28% dos jovens fora da escola e do mercado de trabalho. Santa Catarina (12%) e Rio Grande do Sul (14%) são parecidos com Austrália (13%) e Reino Unido (14%) nesse quesito, mostra o relatório.
Para Ernesto Faria, coordenador-especialista da Fundação Lemann, o alto índice de jovens dentro desse recorte revela uma deficiência recorrente nas escolas brasileiras.
— O ensino médio brasileiro ainda não consegue preparar o jovem para a vida e para o mercado de trabalho. Ele sai da escola e não tem um norte a seguir, não tem bagagem. Se o bom aluno já tem essa dificuldade, aquele que não estava tão interessado enfrenta ainda mais obstáculos — diz. — Mudar isso passa por uma melhora não só no ensino de disciplinas básicas, como História e Português, mas em um foco maior em ensinar os estudantes a serem mais criativos e se comunicarem melhor.
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No capítulo dedicado aos professores, a publicação mostrou que os docentes da rede pública, na média da OCDE, recebem 77% do valor médio pago a profissionais com escolaridade equivalente. No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mais recente, essa proporção é de 72%. Só na Dinamarca e Luxemburgo, de acordo com o estudo, eles têm salários similares à média das outras categorias.
As dificuldades dos docentes brasileiros também foram medidas no relatório. Seis em cada dez disseram sentir “alta necessidade” de se qualificar para lidar com alunos especiais. A proporção é praticamente a mesma verificada em 2008, de 63,2%. É também elevada a quantidade de professores (27,5%) que se ressentem de treinamento para usar recursos de tecnologia em sala de aula. Pouco mais de 6% reclamam de qualificação na própria área de ensino.
O relatório engloba dados dos 34 membros da OCDE e de mais 12 parceiros da entidade. Mas nem todos têm dados disponíveis para todas as variáveis levantadas pela OCDE. Nesses casos, só são incluídas as informações comparáveis. No Brasil, o parceiro da OCDE para a publicação é o Inep.

Brasil destina menos recursos para pagar professores do que países da OCDE

24 de novembro de 2015
Relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico apontou ainda que o gasto público em Educação tem aumentado no país

Fonte: Agência Brasil


No Brasil, o percentual destinado a gastos com remuneração de pessoal é abaixo da média, segundo o relatório Education at a Glance 2015: Panorama da Educação, lançado hoje (24) mundialmente. De acordo com a publicação, para os anos iniciais do ensino fundamental, cerca de 73% das despesas correntes são destinadas à remuneração de pessoal. A porcentagem está abaixo da média dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é 79%. O texto diz ainda que um padrão semelhante se repete nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio.
"Embora não haja uma relação direta, esses valores podem refletir o nível dos salários dos professores dessas etapas de educação no Brasil. Salários iniciais para professores com qualificação mínima são os mesmos para cada nível desde a pré-escola até o ensino médio e estão entre os mais baixos para todos os países e parceiros da OCDE com dados disponíveis", informa o texto.
O Education at a Glance 2015: Panorama da Educação é a principal fonte de informações comparáveis sobre a educação no mundo. A publicação oferece dados sobre a estrutura, o financiamento e o desempenho de sistemas educacionais de 46 países: 34 países-membros da OCDE, alguns países parceiros e do Grupo dos 20 (G20).
De acordo com o relatório, a média de salário inicial para professores da pré-escola entre os países da OCDE é mais do que o dobro do que os professores ganham no Brasil e a diferença cresce nos níveis mais elevados de educação. Os salários iniciais dos professores no Brasil também são menores do que em outros países latino-americanos – como Chile, Colômbia e México – para todos os níveis educacionais, desde a pré-escola até o ensino médio.
No Brasil, o salário dos professores segue a Lei do Piso (Lei 11.738/2008), que estabelece o valor mínimo a ser pago aos professores com formação de nível médio, com jornada de 40 horas semanais. O reajuste é feito anualmente e está em R$ 1.917,78.
Investimento
O relatório da OCDE aponta ainda que o gasto público em educação tem aumentado no Brasil, e a parcela dedicada à educação no gasto público brasileiro é maior do que quase todos os países e parceiros da OCDE. Em 2012, o Brasil investiu o equivalente a 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB) da educação básica à superior. Proporção superior à média da OCDE de 4,7%. É ainda a quinta mais alta entre todos os países e parceiros da OCDE com dados disponíveis.
Quando analisado, no entanto, o gasto anual por aluno, o valor, de US$ 3.441, investido no Brasil é inferior à média dos demais países, que é de US$ 5.876. Apesar de outros países superarem o valor pago pelo Brasil, o relatório aponta queda em vários países da OCDE no investimento em educação de 2010 a 2012 devido à crise econômica de 2008. "Nos anos seguintes à crise, mesmo que alguns países já tivessem iniciado uma lenta recuperação, os salários dos professores foram congelados ou cortados", informa.
De acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado no ano passado, o Brasil terá que investir pelo menos 10% do PIB em educação até 2024. Dados mais recentes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), de 2013, mostram que o país investe 6,2% do PIB no setor.
A OCDE é uma organização internacional formada, na maioria, por economias com elevados PIB per capita e Índice de Desenvolvimento Humano e são considerados países desenvolvidos. Os representantes trocam informações e alinham políticas, com o objetivo de potencializar o crescimento econômico e colaborar com o desenvolvimento de todos os demais países-membros.


Jovens no Brasil trabalham mais e estudam menos, mostra relatório da OCDE
O Brasil tem o maior índice de jovens que não estão estudando, em comparação com os países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e parceiros, diz o relatório Education at a Glance 2015: Panorama da Educação, lançado mundialmente hoje (24). Os dados mostram que no Brasil 76% dos jovens entre 20 e 24 anos estão longe dos estudos, enquanto a média dos demais países é 54%.
Os dados revelam ainda que a maior parte desses jovens está trabalhando: 52%. O índice de emprego entre as pessoas da faixa etária é também o mais alto entre os países. "Embora o fato de que esses indivíduos não estarem mais estudando seja motivo de preocupação, é importante notar que a maioria deles estava trabalhando em vez de estudando", acrescenta o relatório, com base em dados de 2013.
O Education at a Glance 2015: Panorama da Educação é a principal fonte de informações comparáveis sobre a educação no mundo. A publicação oferece dados sobre a estrutura, o financiamento e o desempenho de sistemas educacionais de 46 países, sendo 34 membros da OCDE, países parceiros e do G20.
Em todos os níveis educacionais, o Brasil apresentou taxas de desemprego inferiores à média dos demais países. Em 2014, a taxa de desemprego entre os indivíduos de 25 a 64 anos era 4,5% entre aqueles com nível inferior ao ensino médio; 5,6%, com ensino médio completo e 2,9% com educação superior. As médias dos países da OCDE eram, respectivamente, 12,8%, 7,7% e, 5,1%.
Mesmo com as altas taxas de emprego, grande parte da juventude brasileira permanece entre os que nem estudam nem trabalham, grupo conhecido como “nem-nem”. Mais de 20% dos indivíduos de 15 a 29 anos estavam nesse grupo em 2013. A média da OCDE era 16%. O valor, no entanto, é semelhante ao de outros países latino-americanos como o Chile (19%), a Colômbia (21%) e a Costa Rica (19%).
Jovens estão estudando mais
O relatório mostra que as novas gerações têm avançado mais nos estudos em comparação com os mais velhos. O Brasil apresenta uma das maiores diferenças entre gerações: enquanto apenas 28% dos indivíduos entre 55 e 64 anos concluíram o ensino médio, o percentual aumenta para 61% entre os de 25 a 34 anos.
"De fato, se os padrões atuais se mantiverem, mais de 60% dos jovens brasileiros podem esperar concluir o ensino médio ao longo da vida", informa o texto. No geral, o índice de conclusão do ensino médio é aquém da média dos demais países.
Em 2013, 54% dos adultos com idade entre 25 e 64 anos não tinham completado o ensino médio no Brasil, o que é maior que a média da OCDE, de 24%.
Segundo a publicação, analisar as taxas de conclusão de diferentes gerações é uma maneira de observar o ritmo em que sistemas educacionais têm se expandido nos países.
O Brasil também aumentou a parcela da população com um diploma de ensino superior, "embora esse aumento venha ocorrendo em ritmo lento", diz o texto. Entre 2009 e 2013, a parcela da população com idade entre 25 e 64 anos que concluiu o ensino superior passou de 11% para 14%. O nível está abaixo da média da OCDE, de 34%, e das taxas de outros países latino-americanos, como o Chile (21%), a Colômbia (22%), a Costa Rica (18%) e o México (19%).
O que diz a lei no Brasil
De acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado no ano passado, o Brasil tem até 2024 para que pelo menos 33% da população de 18 a 24 anos estejam matriculados no ensino superior, sendo pelo menos 40% em instituições públicas. Atualmente, 14,6% dessa faixa etária estão no ensino superior. O país terá também que assegurar em dez anos que 85% dos jovens de 15 a 17 anos estejam no ensino médio. Atualmente, são 59,5%.
A OCDE é uma organização internacional composta, em sua maioria, por economias com elevados Produto Interno Bruto (PIB) per capita e Índice de Desenvolvimento Humano, consideradas países desenvolvidos. Os representantes fazem o intercâmbio de informações e alinham políticas, com o objetivo de potencializar o crescimento econômico e colaborar com o desenvolvimento dos demais países-membros.

Professor brasileiro ganha 40,2% do salário de docentes de países da OCDE

24 de novembro de 2015
Presidente do Inep argumenta que a comparação é feita com nações mais ricas e desenvolvidas, com maior histórico de investimento em Educação

Fonte: Folha de S.Paulo (SP)


Em início de carreira, um Professor da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) tem, em média, uma remuneração anual de US$ 29,8 mil (R$ 110,8 mil).
No Brasil, o valor pago a esse Docente é de US$ 12 mil, ou 40,2% do salário pago ao mesmo profissional nas 34 economias mais desenvolvidas do mundo. Países como Dinamarca e Suíça chegam a pagar mais do que o triplo da média nacional.
A comparação é feita entre a remuneração inicial do Docente nesses países e o piso salarial do Professor no Brasil, fixado em lei federal. Em ambos os casos, o Professor leciona em turmas de anos iniciais do Ensino fundamental (1º ao 5º ano).

Brasil investe mais em Educação, diz OCDE, mas gasto por aluno é baixo

24 de novembro de 2015
Estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico também revelou que 20% dos jovens brasileiros entre 15 e 29 anos não trabalham nem estudam

Fonte: G1


O Brasil teve o maior crescimento proporcional em investimento na educação pública entre mais de 30 países, mas perdeu em outros indicadores e no gasto médio por aluno, segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgados na manhã desta terça-feira (24).
Apesar do investimento público total ser alto, proporcionalmente, em relação aos outros países, o gasto brasileiro anual por aluno da educação básica ainda é baixo, na comparação. O Brasil gastou cerca de 3.000 dólares anuais por aluno da educação básica, enquanto, em média, os países da OCDE investem cerca de 8.200 dólares por aluno dos anos iniciais, 9.600 por aluno dos anos finais e 9.800 por aluno do ensino médio.

Os dados foram incluídos na última edição do estudo "Education at a Glance" ("Um olhar sobre a educação", na tradução livre do inglês), que compara, no cenário internacional, dados de 2012 e 2013 do sistema educacional dos 34 países membros da OCDE. Assim como a Rússia, o Brasil não integra a OCDE, mas compõe o relatório.

O estudo aponta que no Brasil, em 2012, 17,2% do investimento público total foi destinado para a educação, em 2005, esse percentual foi de 13,3%. Entre os países analisados em 2012, apenas México e Nova Zelândia dedicaram maior proporção do que o Brasil.

Em 2012, o investimento em educação básica no Brasil foi da ordem de 4,7% do PIB, enquanto a média OCDE é de 3,7%. Em relação a 2005, o investimento por aluno da educação básica no Brasil cresceu 210%, enquanto na média da OCDE esse crescimento foi de 121%.
"O Brasil está gastando quase 20% em educação ao ano, é o terceiro país que mais gasta. Não temos a ideia do esforço que fazemos. Quando vemos esse dado na comparação internacional, mostra como mudamos de 2000 para cá. Mais do que em termos reais o que gastamos em educação básica, mas era necessário porque gastávamos muito pouco", afirma o presidente do Inep, Chico Soares, em entrevista ao G1.

Geração ‘nem-nem’
Se o Brasil supera os demais países no quesito investimento em educação, se assemelha aos vizinhos latino-americanos e perde na média dos países da OCDE quando somam-se os jovens com idades entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham. A geração 'nem-nem', como é chamada, atingia mais de 20% dos brasileiros em 2013.
Esse índice é semelhante aos de outros países latino-americanos como Chile (19%), Colômbia (21%) e Costa Rica (19%), mas está acima da média OCDE, de 16%.

Entre os países analisados, o Brasil (76%) apresenta o maior percentual de jovens de 20 a 24 anos de idade que não está estudando. No entanto, nessa mesma faixa etária, 52% dos jovens estão empregados, sendo essa também a maior proporção observada entre os países.
"Só lamentamos esse dado. As nossas taxas de abandono da escola são altas, e todo o planejamento é para tornar o ensino médio mais útil. É nesse sentido que o Plano Nacional de Educação sinaliza. O pouco sucesso no ensino médio pode ser atribuído ao fato de não oferecemos o que muitos jovens querem", diz Chico Soares.
No Amapá (29%) e Alagoas (30%) o percentual de jovens de 15 a 19 anos que não trabalha nem estuda é próximo ao da Grécia (28%), enquanto em Santa Catarina (12%) e Rio Grande do Sul (14%) apresentam percentuais similares aos de países como Austrália (13%) e Reino Unido (14%).

Avanços
Apesar de ter diminuído o índice de adultos, com idades entre 25 e 34 anos, que não concluíram o ensino médio, o Brasil ainda está no grupo que possui as piores taxas nessa modalidade.

China, Indonésia, México, Turquia, Costa Rica e Brasil apresentam, nessa ordem, os maiores percentuais de jovens e adultos que não têm o ensino médio completo.
Comparadas as pessoas de 55 a 64 anos de idade no Brasil, a proporção de não concluintes de ensino médio é de 72% nessa faixa etária e de 39% entre aqueles de 25 a 34 anos.

Entre os países analisados, Coréia do Sul, Rússia, República Tcheca e Polônia são os que apresentam a menor proporção de jovens que não possuem o diploma do ensino médio.

O Brasil também está, ao lado do Canadá, entre os países que têm o menor percentual de concluintes do ensino médio que cursaram educação profissional, com menos de 5% em relação ao total de concluintes do ensino médio. Na média dos países da OCDE, 46% dos jovens concluintes do ensino médio tem formação profissional.

Mais estudo, maior renda
O levantamento da OCDE também aponta que, no Brasil, quem possui um diploma de nível superior tem em média renda 152% maior que aqueles com somente um diploma de ensino médio. O Brasil e o Chile são os países que apresentam a maior diferença de renda média entre a população com educação de nível superior em relação aos que possuem nível médio.

OCDE: Números mostram por que Brasil ainda vai mal em Educação

24 de novembro de 2015
País enfrenta problemas como diferenças salariais por gênero e escolaridade, má remuneração de professores e gastos por aluno inferiores à média

Fonte: UOL Educação


Gastos por aluno inferiores à média da OCDE (Cooperação e Desenvolvimento Econômico), baixa taxa de pessoas com ensino superior, expressivas diferenças salariais por gênero e escolaridade, má remuneração de professores e falta de computadores. Esses são alguns fatores divulgados por um estudo nesta terça-feira (24) que demonstram por que o Brasil ainda vai mal na área da educação.
Segundo os dados do "Education at a Glance 2015", 14% da população entre 25 e 64 anos tinham ensino superior completo em 2013. O índice é bem abaixo da média dos países da OCDE, que é de 34%. No mesmo ano, 76% dos jovens entre 20 e 24 anos não estavam estudando.
Tal diferença de escolaridade aumenta, e muito, a discrepância salarial entre os brasileiros. Para se ter uma ideia, 60% daqueles que têm mestrado ou doutorado ganham mais que o dobro da média da população ativa no país. Em países desenvolvidos, essa diferença é bem menor: Na Finlândia, por exemplo, é 18% -- a média da OCDE é de 28%.
Ou seja, as vantagens financeiras da pós-graduação são maiores em países com menores taxas de pessoas com esse nível de escolaridade. É o caso do Brasil, Chile, Colômbia, Hungria e México.
Ser homem ou mulher ainda influencia no salário de profissionais com a mesma qualificação. O Brasil, junto com o Chile, tem a maior diferença salarial de gênero entre todos os países e parceiros da OCDE.
Sala de aula
Na sala de aula, os problemas começam já na remuneração dos professores. Os salários iniciais da categoria estão entre os mais baixos entre todos os países e parceiros da OCDE -- inclusive de vizinhos da América Latina, como Chile, Colômbia e México.
A média salarial da OCDE para docentes da pré-escola, por exemplo, é mais que o dobro do que os professores ganham no Brasil. E a diferença só tende a aumentar nos níveis mais elevados de educação.
Outro problema encarado pelos professores é o alto número de alunos por sala. Seja nos anos iniciais e finais do ensino fundamental, no ensino médio ou no ensino superior, o número de estudantes por professor está acima da média.
Segundo o estudo, salas com menos alunos permitem que os professores gastem menos tempo tendo de administrar a "bagunça" dos jovens. No Brasil, os docentes afirmam gastar 33% do tempo em sala resolvendo esse tipo de problema.
Entre 2003 e 2013, o Brasil teve um dos maiores aumentos no índice do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) que avalia recursos educacionais das escolas. Mas há ainda muito o que melhorar na infraestrutura: em 2012, por exemplo, o país tinha 22 alunos para cada computador, acima da média da OCDE (5 alunos por PC).


Brasil investe por aluno um terço da média dos países da OCDE
O valor destinado a cobrir um ano de educação de um aluno do ensino fundamental 2 (6º ao 9º anos) e do ensino médio em 2012 foi de US$ 3.020* no Brasil, o que corresponde a 31,72% da média do investimento dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que foi de US$ 9.518 no período.
Isso coloca o Brasil na 32ª colocação no ranking de investimento por aluno, entre os 37 países com dados disponíveis.
Na educação primária, o valor investido foi de US$ 3.095 por aluno por ano -- contra US$ 8.247 da média dos países ricos da OCDE -- deixando o Brasil na 32ª colocação também neste setor.
Apesar de ainda estar longe do investimento por aluno dos países ricos, o Brasil destinou 5,6% do PIB (Produto Interno Bruto) à educação -- contra a média de 4,7% dos países da OCDE -- e isso o colocou na quinta colocação entre os países que destinam maior percentual do PIB.
O PNE (Plano Nacional da Educação), sancionado em junho de 2014, prevê aporte de 10% do PIB até o ano de 2024.
Esforço brasileiro é maior
Para Chico Soares, presidente do Inep, "o esforço que o Brasil faz é muito grande" em investimentos na área da educação. "Não somos a Finlândia [país rico cuja educação é reconhecida com uma das melhores do mundo]", explica Soares.
O Inep é um instituto do MEC (Ministério da Educação) responsável pelas estatísticas educacionais, como o Censo da Educação Básica, e pelas avaliações, como o Enem e Prova Brasil.
Segundo a nota sobre o país, o Brasil destina 17,2% dos seus gastos públicos à educação, do nível da educação básica à educação superior. Somente México e Nova Zelândia têm percentuais maiores, ambos com 18,4%. Entre 2005 e 2012, a proporção dos gastos públicos aumentou 82% na educação básica.
"Isso é nosso filme [e não apenas um retrato da situação do país]: lá atrás a gente não gastava [o mesmo percentual na área]", diz Soares. "É bom ver o Brasil na liderança [do ranking dos países com investimento percentual do PIB]."
Education at a Glance
Os dados foram divulgados nesta terça (24) no relatório anual da organização sobre a área, Education at a Glance (Olhar sobre a educação, em tradução livre) com dados financeiros de 2012. A pesquisa está dividida em quatro eixos: escolarização, investimento, participação na educação e ambiente escolar.
Participam do levantamento os 34 países membros da OCDE e alguns parceiros, como o Brasil.
*Os valores em dólares foram convertidos usando a paridade de poder de compra

Brasil é o terceiro país que menos gasta com Educação, segundo levantamento da OCDE

24 de novembro de 2015
Pesquisa revela que o país melhorou uma posição e está à frente apenas da Colômbia e da Indonésia; Alemanha é exemplo em investimento por aluno

Fonte: Rádio CBN


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Alemanha é exemplo em Educação