OBA!!
Governador do Rio quer, porém, que indígenas que ocupam local ao lado do Maracanã desde 2006 saiam de lá
Aluguel social será oferecido em troca de desocupação; cacique disse que só negocia com o governador
O antigo prédio do Museu do Índio, alvo de uma disputa judicial entre o governo do Estado e 23 famílias indígenas que ocupam o local desde 2006, não será mais demolido.
A decisão foi anunciada ontem pelo governador do Rio, Sérgio Cabral, que pretendia derrubar o imóvel para facilitar o acesso ao novo estádio do Maracanã, que está sendo reformado para a Copa de 2014.
A decisão do governador, no entanto, exclui a permanência dos índios no local. Hoje, técnicos da Secretaria de Assistência Social se reunirão com os ocupantes para oferecer, em troca da desocupação, o pagamento de aluguel social.
À Folha o cacique Carlos Tukano disse que só aceita negociar diretamente com o governador do Rio.
Cabral não informou o que pretende fazer com o imóvel. De acordo com o governo, o destino do prédio, após o tombamento, será discutido entre o governo do Estado e a prefeitura carioca.
A restauração será realizada pela concessionária que vencer a licitação do Complexo do Maracanã, cujo edital sairá em fevereiro.
O governo afirmou que o Ministério da Agricultura está desocupando os demais prédios existentes no local, que serão demolidos para garantir o fluxo de pessoas no entorno do estádio.
Há cerca de 15 dias, o governador afirmou que o prédio não tinha valor histórico e que a área de mobilidade era necessária.
"Ali era um prédio em ruínas que não tinha valor histórico porque não foi tombado. Aquilo é uma ação política em que se tenta impedir algo que vai servir a milhões de brasileiros, que é ter um novo Maracanã, com uma nova área de mobilidade", afirmou Cabral, na ocasião.
No último sábado, a Justiça expediu liminar impedindo a demolição do imóvel. A decisão chegou às vésperas do fim do prazo dado pela Procuradoria do Estado para a desocupação do imóvel, prevista para ontem.
A liminar estabelece ainda uma multa de R$ 60 milhões para o caso de descumprimento da medida.
REALEZA
A área disputada por governo e índios pertenceu ao duque Luís Augusto de Saxe, marido da princesa Leopoldina, filha mais nova de dom Pedro 2º. Em 1915, o marechal Rondon criou, no prédio, o Serviço de Proteção ao Índio, atual Funai.
Em abril de 1953, foi então criado o Museu do Índio. Em 1977, quando era dirigido por Darcy Ribeiro, o museu foi transferido para Botafogo, zona sul da cidade.
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