5 de fevereiro de 2013

Só 12% das escolas de Minas têm laboratório de ciências



 
De acordo com dados do Censo Escolar 2011, o índice é o pior dentre os Estados do Sudeste

Mais de 4,7 milhões de alunos voltam hoje (4/2) às salas de aula em Minas, tanto na rede pública como na privada, e a maioria dos estudantes vai estudar em escolas sem a estrutura necessária. Apenas em 12% delas, por exemplo, há laboratórios de ciências. O índice é o pior entre todos os Estados do Sudeste do país, de acordo com dados do Censo Escolar 2011, feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação.

De acordo com informações da Secretaria de Estado de Educação, laboratórios de ciências estão presentes em 37,1% das escolas estaduais que oferecem o ensino médio em Minas e em 29% das instituições que têm as séries finais do ensino fundamental no Estado, fases em que os alunos precisam mais do recurso. A subsecretária de Desenvolvimento da Educação Básica de Minas, Raquel Santos, informou que o governo tem feito investimentos para ampliar a cobertura. "Estamos aumentando a presença de laboratórios de ciências, e toda nova escola construída conta com um", disse.

Ainda segundo ela, o Estado optou por priorizar a colocação de recursos em outros equipamentos. "Investimos em bibliotecas e, depois, em laboratórios de informática. Por isso, temos hoje 90% das escolas estaduais com esses equipamentos", afirma.

Para especialistas, bibliotecas e laboratórios - tanto de ciências quanto de informática - são importantes para estimular o desejo por aprender pelos alunos. "Quando a criança consegue executar o que vê nos livros e na internet, sente-se parte daquele conhecimento. Assim, o aprendizado fica mais fácil", analisa Priscila Lima, psicóloga especialista em educação.

Defasagem

Ciente disso, o engenheiro eletricista, Bruno Severino, 35, procurou uma escola com esse tipo de suporte para a educação da filha, de 5 anos, que vai ingressar na primeira série do ensino fundamental. "A possibilidade de ter laboratórios para auxiliar no ensino é importante, porque sai um pouco da rotina normal, de uma aula convencional", relata o pai, que procurou prioritariamente uma escola particular. Entretanto, ele encontrou dificuldades, porque, na capital, as instituições privadas estão abaixo das públicas em itens como presença de laboratórios de ciências, informática e quadras de esportes.

O presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), Emiro Barbini, destaca que todas as instituições sindicalizadas ofertam educação de alta qualidade, mas admite que muitas escolas privadas realmente não ofertam toda a infraestrutura. "Temos 8.400 escolas particulares em Minas, e só 647 são sindicalizadas. As que são, recebem o selo Escola Legal, que atesta que as unidades são bem-equipadas", explica.

Serviço. O site para a consulta das escolas que contam com o selo éwww.escolalegal.org.br.

Especialistas alertam importância da segurança

Além de observar a presença de equipamentos que apoiam a evolução pedagógica dos alunos, os pais também devem avaliar as questões de segurança. A recomendação de especialistas é que as escolas tenham plano de prevenção de incêndios – como saídas de emergências sinalizadas; extintores e hidrantes bem-posicionados. Outra observação importante é sobre a organização da saída dos alunos.

O consultor em segurança Rogério Rodrigues explica que, para evitar problemas na hora da saída, o ideal é manter um monitor do lado de dentro, e outro, na rua. "Antes de abrir a porta, é preciso observar se os carros dos pais já estão posicionados", diz.

Susto. A relações-públicas, Ana Paula Moura, 34, levou um susto ao buscar a filha, de 4 anos, na escola. Ela a encontrou a um quarteirão da unidade, com outra criança da mesma idade.

"O porteiro só se deu conta do ocorrido quando eu cheguei com as meninas à escola, para reclamar. Retirei minha filha de lá e agora avalio melhor onde a matriculo", relata. (BM)

(Bernardo Miranda,  Jornal O Tempo)

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