18 de setembro de 2014

Brasil: Analfabetismo cai no país, mas ainda atinge 13 milhões

Em números absolutos, de 2012 para 2013 houve redução de 297,7 mil analfabetos acima de 15 anos no país


A taxa de analfabetismo das pessoas acima de 15 anos no Brasil voltou a cair em 2013. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o país tinha cerca de 13 milhões de analfabetos nesta faixa etária no ano passado, o que corresponde a 8,3% da população. O resultado é 0,4 ponto percentual abaixo do regsitrado em 2012 (8,7%). A taxa de analfabetismo funcional também caiu, de 18,3% para 17,8%. A Pnad foi divulgada hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O resultado de 2012 manteve-se praticamente estável, com alta de 0,1 ponto percentual em relação a 2011, quando foi registrado 8,6% de analfabetos. Desde 2004, ano em que a abrangência da Pnad incluiu pela primeira vez as populações rurais de toda a Região Norte, houve queda de 3,2 pontos percentuais, de 11,5% para 8,3%. Em números absolutos, de 2012 para 2013 houve redução de 297,7 mil analfabetos no país.
De acordo com o IBGE, a maioria de analfabetos eram mulheres, com 50,6%, realidade que se repete nas regiões Sudeste (56,2%), Sul (55,6%) e Centro-Oeste (50,5%). No Norte e no Nordeste, os homens representam a maioria dos analfabetos, com 53,2% e 52,1%. Apesar disso, a taxa de analfabetismo é superior entre os homens, com 8,6% contra 8,1% da mulheres. Na divisão por região e sexo, os homens nordestinos têm a taxa mais alta, de 18,2%, enquanto as mulheres da Região Sul têm a menor, de 3,9%.
Ao considerar a idade, a pesquisa mostra que pessoas com mais de 60 anos são mais frequentemente analfabetas que as mais jovens. Entre quem possui menos de 30 anos, a taxa de analfabetismo em 2013 chegou a 3%, enquanto na população com mais de 60, ela foi de 23,9% da população. Entre quem tinha de 40 a 59 anos, o analfabetismo atingia 9,2%.
Todos os grupos etários tiveram redução da taxa entre 2012 e 2013, e, com uma queda de 0,2 ponto percentual, a menor porcentagem registrada foi a dos jovens entre 15 e 19 anos, com 1%. Para Maria Lucia Vieira, gerente da pesquisa, a diferença na taxa de analfabetismo entre as idades se deve a uma dificuldade maior de atingir pessoas mais velhas com programas de alfabetização.
Regionalmente, o Nordeste continua a ser a região com a maior taxa de analfabetismo entre os maiores de 15 anos, mas foi também o local onde ela mais caiu, de 17,4% em 2012 para 16,6% em 2013. De acordo com a Pnad, mais da metade (53,6%) dos analfabetos do Brasil estão nos estados nordestinos.
Todas as regiões tiveram queda, e a segunda maior foi registrada na região Norte, de 10% para 9,5%, seguida pelo Centro-Oeste, de 6,7% para 6,5% e pelo Sul, de 4,4% para 4,2%. O Sudeste teve a menor redução da taxa, de 4,8% para 4,7% da população. Como é a mais populosa, a Região Sudeste concentra 24,2% dos analfabetos, apesar de ter a segunda menor taxa.
O analfabetismo funcional também caiu em todas as regiões brasileiras, e acompanha o analfabetismo quando enumeradas as regiões em que ele é mais incidente. No Nordeste, a taxa caiu de 28,4% para 27,2% e ainda é a maior do país. O Norte vem em seguida, com 21,6%, 0,3 ponto percentual a menos que no ano passado. No Centro-Oeste, a situação ficou praticamente estável, com queda de 0,1%, de 16,5% para 16,4%.
Na região Sul, o analfabetismo funcional foi maior do que no Sudeste em 2013, com uma diferença de 13,6% para 12,9%. As duas regiões tiveram queda na taxa, já que, em 2012, apresentavam percentuais de 13,7% e 13,2% respectivamente.

(Vinícius Lisboa / Agência Brasil)

Analfabetismo ainda é desafio no Brasil, revela IBGE

Por Ana Conceição | Valor
SÃO PAULO  -  De 2012 para 2013, a população brasileira ficou um pouco mais velha e mais escolarizada, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (I BGE). O levantamento, um retrato extenso e detalhado da população brasileira, mostra avanços, como o aumento do percentual de trabalhadores com curso superior, mas também que há um longo caminho a se seguir para erradicar o analfabetismo, por exemplo.
Em 2013, a população do país cresceu 0,9% (1,8 milhão), para 201,5 milhões de pessoas, 48,5% homens e 51,5% mulheres. Na divisão por idades, a pirâmide etária brasileira segue predominantemente jovem, mas cada vez menos. A proporção de pessoas com 60 anos ou mais aumentou 0,4 ponto percentual, para 13%, enquanto a participação dos jovens abaixo de 24 anos caiu 0,7 ponto, para 38,8%. 
Quanto à educação, a taxa de analfabetismo das pessoas com mais de 15 anos caiu de 8,7% para 8,3%. São quase 300 mil pessoas que deixaram essa condição de 2012 para 2013 e agora o contingente é de 13 milhões. A taxa ainda está longe do compromisso assumido no Acordo de Dacar (Senegal), pelo qual o país deveria chegar a 2015 com taxa de analfabetismo de 6,7%. No 11° Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, divulgado em janeiro pela Unesco, o Brasil ocupava a oitava posição entre os dez países que respondem por 72% do número de analfabetos no mundo.  
A Pnad também mostra que a taxa de analfabetismo funcional caiu de 18,3% para 17,8% em um ano. São pessoas com mais de 15 anos e menos de quatro anos de estudo em relação às pessoas da mesma faixa etária. Com relação aos escolarizados, o número médio de anos de estudo no Brasil era de apenas 7,7 em 2013, ante 7,5 em 2012.
Quanto ao nível de instrução, o IBGE analisa apenas pessoas de 25 anos ou mais. Neste caso, houve piora em uma ponta e melhora em outra. Aumentou o percentual dos que não têm instrução, de 11,9% para 12,2%, mas também se elevou a fatia dos quem têm superior completo, de 12% para 12,9%. Este aumento da população com mais anos de estudo se reflete no mercado de trabalho.
A fatia de trabalhadores com superior completo aumentou significativamente em apenas um ano, de 13,1% para 14,2%. Foi a maior variação positiva entre todos os graus de instrução. De acordo com a Pnad, desde 2008, a participação dos ocupados com curso superior aumentou 3,8 pontos percentuais. No mesmo período, cresceu 4,1 pontos a fatia dos trabalhadores com ensino médio completo ou equivalente, para 30,4%. 

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