18 de janeiro de 2013

Boom da educação em ritmo chinês


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SANYA - A mãe de Zhang Xiaoping abandonou a escola depois da sexta série. Seu pai, um de dez filhos, nunca frequentou o colégio. Mas Zhang, de 20 anos, é agora parte de uma nova geração de chineses que se beneficia de um esforço nacional para produzir universitários em uma escala que o mundo nunca viu. Caloura em uma nova universidade do Sul da China, Zhang tem conhecimento avançado em inglês. Mas sua especialidade não oficial é cultura pop americana, que ela absorve de séries de televisão. Seu sonho é trabalhar algum dia para uma montadora chinesa com projetos de táxis ecológicos em Nova York.
Mesmo que seja um devaneio, a China possui milhões de Zhangs - jovens brilhantes cujas aspirações e números absolutos podem se tornar uma potente concorrência econômica para o Ocidente nas próximas décadas.
A China tem investido US$ 250 bilhões por ano no que economistas chamam de capital humano. Assim como os EUA ajudaram a construir uma classe média no final dos anos 1940 e início dos 1950 usando o programa G.I. Bill para educar veteranos da Segunda Guerra Mundial, o governo chinês emprega recursos para educar milhões de jovens que se mudam das áreas rurais para as cidades. O objetivo é mudar o sistema atual, em que uma elite minúscula, altamente educada, supervisiona vastos exércitos de pouco qualificados trabalhadores rurais e de fábricas. A China quer aumentar seu desenvolvimento com a promoção de um público educado muito mais amplo, que se assemelhe às multifacetadas forças de trabalho dos Estados Unidos e da Europa.
Os números tornam o impulso educacional na China, uma nação de mais de 1,3 bilhão de pessoas, um fenômeno de tirar o fôlego. Na última década, a China dobrou o número de faculdades e universidades para 2.409. Até 1996, apenas um em cada seis chineses de 17 anos concluía o Ensino Médio, mesma proporção dos EUA em 1919. Agora, três em cada cinco chineses terminam essa etapa, a exemplo dos EUA nos anos 1950. A China está a caminho de alcançar, em sete anos, a atual taxa americana de conclusão do ensino médio, de 75%.
Nos últimos dez anos, a China ainda quadruplicou o número de graduados, e hoje produz oito milhões deles por ano. O país espera chegar a 195 milhões de bacharéis até o ano de 2020, em comparação a não mais de 120 milhões que os EUA terão na mesma época.
Ainda é cedo para saber se o esforço valerá a pena. Apesar de melhorar o futuro da China como uma potência industrial global, uma população cada vez mais educada impõe grandes desafios para seus líderes. Com a queda da taxa de crescimento econômico no ano passado, o país enfrenta um excesso de oferta de graduados universitários com grandes expectativas e oportunidades limitadas. Mas se essa e outras questões como corrupção e uma política esclerosada forem superadas, uma força de trabalho mais instruída poderia ajudar a China a se tornar um rival cada vez mais extraordinário para o Ocidente.
- Se antes as grandes corporações iam à China por força de trabalho, agora vão por cérebros - diz o consultor Denis F. Simon.
Multinacionais como IBM, General Electric, Intel e General Motors já contrataram milhares de graduados de universidades chinesas.

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