8 de outubro de 2015

Ensino integral melhora educação, aponta debate

08 de outubro de 2015
Especialistas que participaram de audiência sobre o Mais Educação defenderam que o programa federal tem impacto não apenas nos alunos mas também nas famílias

Fonte: Jornal do Senado (DF)



O Ensino em tempo integral tem impacto positivo não apenas sobre os Alunos beneficiados, mas sobre as famílias e as comunidades onde vivem, segundo estudos apresentados durante audiência pública promovida ontem pela Comissão de Educação e Cultura (CE). Os participantes da audiência fizeram uma avaliação do Programa Mais Educação, lançado pelo governo federal em 2007 e que busca ampliar a oferta do Ensino em tempo integral em todo o país.
No programa, as Escolas participantes oferecem atividades complementares no contraturno, estendendo o tempo de permanência do Aluno. A média brasileira de permanência diária de crianças e adolescentes na sala de aula gira em torno de quatro horas e meia. Nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média já atingiu sete horas.
Jaqueline Moll, doutora em educa- ção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e gestora do programa até 2013, trouxe levantamentos do Índice de Desenvolvimento da Educa- ção Básica (Ideb) segundo os quais as notas de português e matemática dos estudantes das Escolas participantes do programa melhoraram. Por isso, a Educadora criticou fortemente o Banco Mundial, que num estudo teria chegado à conclusão de que o Ensino em tempo integral não estaria dando certo no Brasil.
A instituição recomenda que o Mais Educação seja trocado por aulas de reforço em português e matemática. — É preciso questionar a metodologia que eles usaram. Temo que o programa agonize — alertou, fazendo referência também aos atrasos nos repasses do governo federal às instituições. O representante do Ministério da Educação, Leandro da Costa Fialho, garantiu à vice-presidente da comissão, senadora Fátima Bezerra (PT-RN), que a pasta já tem um plano de regularização dos repasses e que o novo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, prioriza a política de Ensino em tempo integral. Fialho adiantou que serão abertas novas inscrições para mais Escolas aderirem ao Mais Educação a partir do próximo ano letivo.
Ele reiterou que todas as pesquisas no âmbito do ministério também mostram que o Ensino em tempo integral melhora o desempenho dos estudantes. Meta para 2024 O representante do MEC pediu o apoio dos senadores para que os repasses do Mais Educação passem a ser automáticos, assim como para que a pasta não sofra com mais cortes. A demanda teve o apoio dos senadores Paulo Paim (PT-RS), Lasier Martins (PDT-RS), Regina Sousa (PT-PI) e Fá- tima Bezerra, que presidia a reunião. A meta do Plano Nacional da Educa- ção (PNE) é que 50% das Escolas e 25% dos estudantes da rede de Educação básica pública já estejam nos dois turnos em 2024. Porém, Fátima citou dados atuais segundo os quais só 9,8% dos estudantes nas redes estaduais e 13,9% nas municipais vivem essa realidade hoje. Fialho entende que esse modelo é fundamental para que o país supere desigualdades. — Os filhos de um determinado nível de classe média pra cima sempre tiveram Educação integral, por meio de atividades complementares. É isso que deve ser massificado — defendeu.
Também participaram da audiência Sueli Baliza, secretária de Educação de Belo Horizonte; Anderson George, da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo; e Natacha Costa, diretora da Associação Cidade Escola Aprendiz. Todos citaram inúmeras experiências locais bem-sucedidas na área, envolvendo esportes e lazer, atividades culturais e direitos humanos, além de noções básicas de orçamento familiar, entre outras.


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