"Ajuda bastante na educação, faço até os deveres de casa. Isso está
ligado à juventude, é atual, mas tem adultos que aprenderam a conviver
com a internet e a usam de acordo com o interesse de cada um"
Luis Eduardo Melo,
morador do Sudoeste
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Pesquisa
mostra que, no Distrito Federal, 89,8% dos estudantes acessam a rede
mundial - seja por computadores, seja por smartphones -, índice mais
alto do país. Entre os alunos da rede particular, a taxa atinge 98,8%
THAÍS PARANHOS
Na capital da internet, onde 71% dos
moradores acessam a rede mundial, os jovens estão cada vez mais
conectados. Estudantes do Distrito Federal não desgrudam do computador,
do tablet e do celular. Eles estão no topo do ranking brasileiro de
conectividade: 89,8% disseram acessar frequentemente a web — dividem a
liderança com os paulistas. Em segundo vêm os estudantes de Santa
Catarina, com 84,4% (veja arte). Entre os alunos, o percentual é bem
superior aos 64,6% registrados entre os que não estudam, de acordo com a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2011, divulgada este
mês. No universo dos colégios particulares, a taxa salta para 98,8%,
enquanto nas escolas públicas fica em 83,6%.
O DF é a unidade da Federação com mais
pessoas conectadas à internet. Mais de 71% afirmaram ter se ligado à
rede nos três meses anteriores às entrevistas da pesquisa “Acesso à
internet e posse de telefone móvel celular para uso pessoal.” Por aqui,
também está registrado o maior contingente de indivíduos com telefones
celulares. Segundo o estudo, 87,1% dos habitantes têm, pelo menos, um
aparelho para uso pessoal. De acordo com especialistas, a renda per
capita elevada e o alto grau de instrução somados à concentração do
poder colocam o Distrito Federal nessa posição de destaque.
Luis Eduardo Melo, 15 anos, morador do
Sudoeste, faz parte do grupo que não larga a rede mundial. O estudante
do 1º ano do ensino médio diz passar duas horas por dia em frente ao
computador, sem contar os momentos no celular. Aos fins de semana, o
tempo de acesso aumenta, quase o dia inteiro. O jovem se conecta para
ver os perfis nas redes sociais, assistir a vídeos, além de fazer
pesquisas para o colégio. “Ajuda bastante na educação, faço até os
deveres de casa. Isso está ligado à juventude, é atual, mas tem adultos
que aprenderam a conviver com a internet e a usam de acordo com o
interesse de cada um”, conta.
Pais preocupados
Tanto tempo conectado preocupa os pais
de Luis Eduardo. “A gente nunca sabe o que eles estão fazendo, para
nós, nunca estão 100% dedicados à atividade educacional”, diz a mãe, a
administradora de empresas Helane Melo, 38 anos. Ela não proíbe os
filhos de acessarem a internet, mas fica receosa de deixá-los por tanto
tempo nessa atividade. “É um universo imenso, com milhões de
informações. Não podemos privá-los dessa revolução tecnológica, mas
temos que cobrar”, disse.
Diante dessa realidade, o diretor do
curso de ciência da computação da Universidade Católica de Brasília e
doutorando em informática e educação, Fernando Goulart, defende o uso da
tecnologia na sala de aula, porém com cautela. “Precisamos observar a
qualidade do acesso. A internet como instrumento de aprendizado faz
muita diferença na formação, mas deve ser usada com prudência,
parcimônia e orientação”, opinou. O uso excessivo, de acordo com ele,
pode prejudicar as regras de convivência na sala de aula e levar à falta
de compromisso.
Evolução 1969 É enviado o que pode ser considerado o primeiro e-mail da história.
1989
Nasce a World Wide Web (www) 1992
O Instituto Brasileiro de Análises
Econômicas e Sociais (Ibas) lança o primeiro sistema de internet no
Brasil aberto ao público 1997
Depois de sete anos de pesquisa e desenvolvimento, o Comitê de Padronização do Ibas aprova o padrão 802.11 para o uso de wi-fi.
1998
O Google entra no ar
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