06 de maio de 2015
Diante do atual cenário, o movimento Todos Pela Educação convoca toda a sociedade a participar e se envolver no tema
Fonte: Boletim GIFE
O ano de 2015 é o prazo para que todos os países cumpram as seis metas de “Educação para Todos (EPT)” estabelecidas durante a Cúpula Mundial de Educação em 2000, quando 164 países reunidos em Dakar (Senegal) assumiram o compromisso em perseguir essa metas relacionadas ao cuidado e à Educação Infantil; ao Ensino Fundamental universal; ao desenvolvimento de habilidades de jovens e adultos; à alfabetização de adultos; à paridade e à igualdade de gênero; e à qualidade da educação. Este ano também será o momento de se estabelecer os compromissos para a agenda pós-2015.
Para dar luz a esse debate, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura), em parceria com mais seis entidades parceiras, irá promover de 19 a 22 de maio o Fórum Mundial sobre a Educação, em Incheon, na Coreia do Sul. O tema central do Fórum será: “Educação de qualidade, equitativa e inclusiva, assim como uma aprendizagem durante toda a vida para todos em 2030. Transformar vidas mediante a educação”.
Na ocasião, serão discutidas as deficiências da aplicação do Marco de Ação de Dakar e dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) vinculados à educação durante o período de 2000-2015, assim como buscar um consenso em torno das metas e dos objetivos da educação para os planos de desenvolvimento pós-2015, que serão aprovados pelos Estados Membros das Nações Unidas em setembro. O Fórum terá como proposta também estabelecer um acordo sobre o marco de ação que oriente e apoie a aplicação dos programas educativos do futuro.
Para dar subsídios a este debate, a Unesco elaborou o Relatório de Monitoramento Global de EPT 2015 (RMG) “Educação para Todos 2000-2015: progressos e desafios”, lançado em abril. De acordo com o estudo, somente um terço dos países alcançou os objetivos globais de educação e apenas metade de todos os países conseguiu atingir o objetivo mais visado de acesso universal à educação primária. Isso deixa quase 100 milhões de crianças sem concluir a educação primária em 2015. Uma falta de foco nos marginalizados tem deixado os mais pobres com cinco vezes menos chances de completar esse ciclo em comparação com os mais ricos.
Para dar luz a esse debate, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura), em parceria com mais seis entidades parceiras, irá promover de 19 a 22 de maio o Fórum Mundial sobre a Educação, em Incheon, na Coreia do Sul. O tema central do Fórum será: “Educação de qualidade, equitativa e inclusiva, assim como uma aprendizagem durante toda a vida para todos em 2030. Transformar vidas mediante a educação”.
Na ocasião, serão discutidas as deficiências da aplicação do Marco de Ação de Dakar e dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) vinculados à educação durante o período de 2000-2015, assim como buscar um consenso em torno das metas e dos objetivos da educação para os planos de desenvolvimento pós-2015, que serão aprovados pelos Estados Membros das Nações Unidas em setembro. O Fórum terá como proposta também estabelecer um acordo sobre o marco de ação que oriente e apoie a aplicação dos programas educativos do futuro.
Para dar subsídios a este debate, a Unesco elaborou o Relatório de Monitoramento Global de EPT 2015 (RMG) “Educação para Todos 2000-2015: progressos e desafios”, lançado em abril. De acordo com o estudo, somente um terço dos países alcançou os objetivos globais de educação e apenas metade de todos os países conseguiu atingir o objetivo mais visado de acesso universal à educação primária. Isso deixa quase 100 milhões de crianças sem concluir a educação primária em 2015. Uma falta de foco nos marginalizados tem deixado os mais pobres com cinco vezes menos chances de completar esse ciclo em comparação com os mais ricos.
O relatório aponta ainda alguns avanços importantes conquistados nos últimos 15 anos. Em relação ao objetivo 2, por exemplo, em comparação com números de 1999, cerca de 50 milhões a mais de crianças estão matriculadas na escola agora. A educação ainda não é gratuita em muitos países, mas os programas de alimentação e de transferência de renda têm tido impacto positivo na matrícula escolar dos mais pobres. Em relação ao objetivo 5, a paridade de gênero será alcançada na educação primária em 69% dos países até 2015.
Desde 2000, muitos governos aumentaram significativamente suas despesas com educação: 38 países aumentaram seu comprometimento em 1% ou mais do PIB (Produto Interno Bruto). Entretanto, o financiamento continua a ser um grande obstáculo em todos os níveis educacionais. A expectativa é que serão necessários US$ 22 bilhões anuais extras para garantir que os países alcancem as novas metas educacionais que estão sendo agora estabelecidas para serem atingidas até 2030.
Para mudar esse cenário, o relatório traz algumas recomendações, como a necessidade de se ter metas claras de financiamento educacional no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), onde nenhuma existe atualmente. Além disso, aponta que os governos, doadores e sociedade civil devem desenvolver programas e direcionar o financiamento para atender às necessidades dos mais desfavorecidos, de forma que nenhuma criança seja deixada para trás. Os governos devem superar a crítica escassez de dados para que sejam capazes de direcionar recursos àqueles que mais necessitam.
No Brasil, o Ministério da Educação (MEC) fez um relatório do país, em cooperação com a Unesco, que traz um balanço dos avanços obtidos ao longo dos últimos 15 anos em relação a cada uma das seis metas de Educação para Todos.
O estudo aponta conquistas, como a oferta da educação da primeira infância, que corresponde à Educação Infantil (0 a 5 anos). Nessa etapa da Educação Básica, a taxa de frequência à escola/ creche cresceu de 55,0% (2001) para 78,2% (2012), na população de 4 a 5 anos, e de 10,6% (2001) para 21,2% (2012) na população de 0 a 3 anos. Considerando a população de 0 a 5 anos apontada nos censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos anos 2000 e 2010, observa-se que o atendimento escolar cresceu de 27,1% para 43,5%, fato articulado ao esforço empreendido pela política educacional associado ao decréscimo da população nessa faixa etária, que diminuiu em 14,7%, ou seja, mais de 2,5 milhões de crianças no período. Já na educação primária universal, correspondente ao Ensino Fundamental (6 a 14 anos) a taxa de frequência passou de 95,3% (2001) para 98,2% (2012).
De acordo com o relatório, o maior destaque das políticas públicas implementadas neste período está na redução das taxas de abandono das duas etapas da Educação Básica. Registrou-se uma diminuição de 74,2% na taxa de abandono do Ensino Fundamental, enquanto no Ensino Médio essa mesma taxa diminuiu 43,1%.
Apesar dos avanços, Rebeca Otero, coordenadora da setor de Educação da Unesco no Brasil, destaca que o país precisa ainda se dedicar a uma série de ações para resolver os problemas educacionais existentes. Na Educação Infantil, por exemplo, é necessário ampliar o número de creches, assim como contratar mais professores. Já em relação ao Ensino Médio, apesar de ter aumentado o número de jovens que entraram nesse ciclo educional, há ainda um número elevado de estudantes que não concluem essa etapa.
A coordenadora cita ainda a necessidade de ampliação de cursos do ensino público para a educação profissional e acabar com o analfabetismo que ainda persiste entre os brasileiros com mais de 24 anos. “Essa meta precisa ser priorizada. É por meio da educação que se conquista os demais direitos”, ressalta.
Um dos pontos principais, segundo Rebeca Otero, é conseguir agora melhorar a qualidade da educação, a fim de que “todos realmente aprendam, adquiram valores, autonomia, saibam fazer suas escolhas e tomar decisões”.
Desde 2000, muitos governos aumentaram significativamente suas despesas com educação: 38 países aumentaram seu comprometimento em 1% ou mais do PIB (Produto Interno Bruto). Entretanto, o financiamento continua a ser um grande obstáculo em todos os níveis educacionais. A expectativa é que serão necessários US$ 22 bilhões anuais extras para garantir que os países alcancem as novas metas educacionais que estão sendo agora estabelecidas para serem atingidas até 2030.
Para mudar esse cenário, o relatório traz algumas recomendações, como a necessidade de se ter metas claras de financiamento educacional no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), onde nenhuma existe atualmente. Além disso, aponta que os governos, doadores e sociedade civil devem desenvolver programas e direcionar o financiamento para atender às necessidades dos mais desfavorecidos, de forma que nenhuma criança seja deixada para trás. Os governos devem superar a crítica escassez de dados para que sejam capazes de direcionar recursos àqueles que mais necessitam.
No Brasil, o Ministério da Educação (MEC) fez um relatório do país, em cooperação com a Unesco, que traz um balanço dos avanços obtidos ao longo dos últimos 15 anos em relação a cada uma das seis metas de Educação para Todos.
O estudo aponta conquistas, como a oferta da educação da primeira infância, que corresponde à Educação Infantil (0 a 5 anos). Nessa etapa da Educação Básica, a taxa de frequência à escola/ creche cresceu de 55,0% (2001) para 78,2% (2012), na população de 4 a 5 anos, e de 10,6% (2001) para 21,2% (2012) na população de 0 a 3 anos. Considerando a população de 0 a 5 anos apontada nos censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos anos 2000 e 2010, observa-se que o atendimento escolar cresceu de 27,1% para 43,5%, fato articulado ao esforço empreendido pela política educacional associado ao decréscimo da população nessa faixa etária, que diminuiu em 14,7%, ou seja, mais de 2,5 milhões de crianças no período. Já na educação primária universal, correspondente ao Ensino Fundamental (6 a 14 anos) a taxa de frequência passou de 95,3% (2001) para 98,2% (2012).
De acordo com o relatório, o maior destaque das políticas públicas implementadas neste período está na redução das taxas de abandono das duas etapas da Educação Básica. Registrou-se uma diminuição de 74,2% na taxa de abandono do Ensino Fundamental, enquanto no Ensino Médio essa mesma taxa diminuiu 43,1%.
Apesar dos avanços, Rebeca Otero, coordenadora da setor de Educação da Unesco no Brasil, destaca que o país precisa ainda se dedicar a uma série de ações para resolver os problemas educacionais existentes. Na Educação Infantil, por exemplo, é necessário ampliar o número de creches, assim como contratar mais professores. Já em relação ao Ensino Médio, apesar de ter aumentado o número de jovens que entraram nesse ciclo educional, há ainda um número elevado de estudantes que não concluem essa etapa.
A coordenadora cita ainda a necessidade de ampliação de cursos do ensino público para a educação profissional e acabar com o analfabetismo que ainda persiste entre os brasileiros com mais de 24 anos. “Essa meta precisa ser priorizada. É por meio da educação que se conquista os demais direitos”, ressalta.
Um dos pontos principais, segundo Rebeca Otero, é conseguir agora melhorar a qualidade da educação, a fim de que “todos realmente aprendam, adquiram valores, autonomia, saibam fazer suas escolhas e tomar decisões”.
Em sua opinião, um ponto central para a conquista da melhoria na qualidade é o investimento e valorização dos professores. “Esse professor tem que ser bem formado, ter plano de carreira, um bom salário e tempo para preparar a sua aula. Além disso, temos ainda vários locais no Brasil que não pagam o piso salarial e os profissionais precisam trabalhar em três ou quatro escolas. Mas, não se faz educação de qualidade sem professores de qualidade”, comenta.
Participação da sociedade
Diante deste cenário, de avanços e desafios ainda a serem enfrentados pela educação no país, o movimento Todos Pela Educação convoca toda a sociedade a participar e se envolver no tema. Para isso, tem investido fortemente na disseminação da campanha de mobilização “5 atitudes pela Educação”. A ideia é que todos possam, no seu dia-a-dia, realizar pequenas ações que, no final, farão uma grande diferença para a conquista de uma educação de qualidade.
“Quando o movimento nasceu focamos num primeiro momento no monitoramento de metas e buscando influenciar políticas públicas. Mas, percebemos que havia chegado a hora de falarmos diretamente com a sociedade, pois sabemos da importância da participação de todos para a transformação da educação. Além disso, recebíamos uma forte demanda das pessoas, ONGs e empresários que queriam participar e não sabiam como. Assim, fomos em uma cidade por região do país e conversamos com pais, mães, especialistas, alunos e chegamos às cinco atitudes. São ações possíveis de serem executadas por toda a sociedade, afinal, todo mundo tem um filho, irmão, sobrinho, neto etc em idade escolar”, comenta Carolina Fernandes, coordenadora de Campanhas e Eventos do movimento.
“Quando o movimento nasceu focamos num primeiro momento no monitoramento de metas e buscando influenciar políticas públicas. Mas, percebemos que havia chegado a hora de falarmos diretamente com a sociedade, pois sabemos da importância da participação de todos para a transformação da educação. Além disso, recebíamos uma forte demanda das pessoas, ONGs e empresários que queriam participar e não sabiam como. Assim, fomos em uma cidade por região do país e conversamos com pais, mães, especialistas, alunos e chegamos às cinco atitudes. São ações possíveis de serem executadas por toda a sociedade, afinal, todo mundo tem um filho, irmão, sobrinho, neto etc em idade escolar”, comenta Carolina Fernandes, coordenadora de Campanhas e Eventos do movimento.
A campanha conta com várias ferramentas e materiais para incentivar a população brasileira a acompanhar de perto a educação e a ajudar crianças e jovens a aprender cada vez mais e por toda a vida. “Sabemos que muitas destas questões que colocamos nos materiais já estavam postas, mas decidimos dar luz para estimular a participação e conseguir que mais e mais pessoas se envolvam mesmo”, comenta Carolina.
No site, para cada uma das 5 atitudes, é possível conferir informações e dados a respeito do tema, assim como dicas de como praticar essa atitude e um espaço para que o internauta compartilhe a sua história.
No site, para cada uma das 5 atitudes, é possível conferir informações e dados a respeito do tema, assim como dicas de como praticar essa atitude e um espaço para que o internauta compartilhe a sua história.
“Acreditamos que pessoas se inspiram e se mobilizam quando têm exemplos de outras pessoas reais e aí conseguem se enchergar. Por exemplo, uma mãe conta como incentiva a leitura e a outra mãe percebe que é possivel para ela também e começa a praticar. Afinal, todos somos educadores”, destaca a coordenadora do movimento. Por isso, na plataforma, já estão disponíveis uma série de vídeos com histórias de envolvimento em ações.
Para ajudar as famílias a conversarem com os filhos sobre o tema a partir de uma perspectiva de incentivo e não de cobrança em relação aos estudos, a campanha lançou o livro “100 perguntas que vai dar o que falar”.
Já para disseminar as 5 atitudes para quem está no dia-a-dia nas escolas, há também um material específico para os coordenadores pedagógicos, que podem multiplicar a informação nos seus trabalhos de formação de professores. Diversos institutos e fundações já estão disseminando os materiais em seus programas, como as cidades participantes do Programa Parceria Votorantim pela Educação, do Instituto Votorantim, e o município de São Miguel dos Campos, em Alagoas, por meio de projetos do Instituto Inspirare. Em breve, a Editora Moderna irá lançar um curso a distância sobre as 5 atitudes.
Há outras materiais disponíveis, como banners para serem publicados em sites, cards para Facebook, peças para rádio, assim como uma cartilha com sugestões de iniciativas. Para a atitude 1, por exemplo, que busca valorizar os professores, a aprendizagem e o conhecimento, o material traz como dicas: 1. Procure conhecer e conversar com cada professor do seu filho; 2. Converse com seus filhos sobre o que estão aprendendo e se estão gostando, se têm dificuldades – converse com a escola, com outros pais; 3. Se a escola de seu filho não tem condições adequadas, procure saber como você e a comunidade podem ajudar.
Os interessados em adquirir os materiais podem entrar em contato diretamente com o Todos Pela Educação: contato@5atitudes.org.br.
Para ajudar as famílias a conversarem com os filhos sobre o tema a partir de uma perspectiva de incentivo e não de cobrança em relação aos estudos, a campanha lançou o livro “100 perguntas que vai dar o que falar”.
Já para disseminar as 5 atitudes para quem está no dia-a-dia nas escolas, há também um material específico para os coordenadores pedagógicos, que podem multiplicar a informação nos seus trabalhos de formação de professores. Diversos institutos e fundações já estão disseminando os materiais em seus programas, como as cidades participantes do Programa Parceria Votorantim pela Educação, do Instituto Votorantim, e o município de São Miguel dos Campos, em Alagoas, por meio de projetos do Instituto Inspirare. Em breve, a Editora Moderna irá lançar um curso a distância sobre as 5 atitudes.
Há outras materiais disponíveis, como banners para serem publicados em sites, cards para Facebook, peças para rádio, assim como uma cartilha com sugestões de iniciativas. Para a atitude 1, por exemplo, que busca valorizar os professores, a aprendizagem e o conhecimento, o material traz como dicas: 1. Procure conhecer e conversar com cada professor do seu filho; 2. Converse com seus filhos sobre o que estão aprendendo e se estão gostando, se têm dificuldades – converse com a escola, com outros pais; 3. Se a escola de seu filho não tem condições adequadas, procure saber como você e a comunidade podem ajudar.
Os interessados em adquirir os materiais podem entrar em contato diretamente com o Todos Pela Educação: contato@5atitudes.org.br.
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