4 de março de 2013

DF:Violência contra a mulher

Portal Vermelho

2 mulheres são agredidas por hora no DF


Pelo menos duas mulheres são vítimas de violência por hora no DF, segundo dados da Polícia Civil.


2 mulheres são agredidas por hora no DF
Secretaria da Mulher atua contra impunidade
No ano passado, foram registrados 17.675 casos de violência previstas pela Lei Maria da Penha. Destes, 6.272 foram ameaças; 4.870, ofensa; 3.288, lesão corporal e 2.166 casos de violência sem lesão. Em 2012, oito mulheres morreram.

Na última sexta-feira, a vítima foi Fernanda Grasielly de Oliveira, de apenas 25 anos. O autor: o ex-marido, Victor Medeiros Borges, 29 anos, que rejeitado pela mulher, vítima de constantes agressões, esfaqueou-a covardemente até a morte, dentro da loja onde ela trabalhava, em um shopping do Cruzeiro.

Segundo o sociólogo Julio Jacobo, responsável pela elaboração do Mapa da Violência no Brasil, após a Lei Maria da Penha (Lei 11.340, publicada em 7 de agosto de 2006), aumentou o número de denúncias apresentadas pelas mulheres. “O que antes pertencia à estrita esfera privada, familiar, hoje entrou para a esfera pública, propiciando as denúncias”, disse.

Acima da média
Dados do Mapa da Violência 2012 indicam que o DF está em oitavo lugar no ranking das unidades da Federação com maior taxa de homicídio de mulheres. Para cada grupo de 100 mil mulheres, 5,8 são assassinadas no Distrito Federal. A taxa está acima da média nacional, de 4,4 assassinatos. O estado que registra mais casos é o Espírito Santo, com 9,4 assassinatos por 100 mil mulheres. 

Os crimes passionais são, em sua maioria, praticados por homens. A psicóloga Érica Dantas diz que a psicologia explica esse fato. “Genética e culturalmente, os homens são mais violentos. A maioria tem instinto homicida, assim como o dos animais irracionais”, explicou.

Machismo
Para a Secretaria da Mulher do DF, esses casos mostram “a cultura machista, patriarcal, patrimonial, onde o homem não vê a mulher como ser de direito, mas sim como objeto, como algo que lhe pertence”. Na nota de pesar pela morte trágica de Fernanda, o órgão diz ainda que “trata-se da cultura da dominação que é fundamentada nas relações de poder, que busca nas diferenças biológicas, raciais, étnicas e culturais a justificativa para a subjugação de uma pessoa à outra”.

Ainda segundo a secretaria, a Lei Maria da Penha “tirou da obscuridade uma dura realidade vivida e escondida nos lares brasileiros”.

É preciso meter a colher
Para a titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), Ana Cristina Melo Santiago, o crescente número de denúncias é positivo. “Precisamos que as pessoas denunciem, pois a violência está aí e não pode ser tratada de forma banalizada como vemos hoje”, afirma.

De acordo com ela, os crimes passionais estão relacionados à possessividade: “Esses homens se sentem donos da mulher. Eles adquirem uma sensação de poder e preferem ver a mulher morta a estar com outro”.

As denúncias, lembra a delegada, podem ser feitas também por pessoas da família ou amigos, nos casos em que as mulheres ainda tentam proteger seus companheiros. “Aquela história de que ‘em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher’ não pode mais existir. As pessoas devem informar sobre o que está acontecendo e a vítima não pode abrir mão da denúncia”, aconselha a delegada.

Aumento
De acordo com Ana Cristina, casos como o de Fernanda e a publicidade sobre a importância de se denunciar casos de violência contra a mulher fazem com que o número de denúncias aumente instantaneamente.

“Após crimes de cunho passional, o movimento aumenta significativamente na nossa delegacia. Outro fato que aumenta o número de ocorrências são as campanhas publicitárias, que deveriam ter com maior frequência, para que as pessoas conheçam melhor a lei”, pontua a chefe da Deam.

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