7 de março de 2013

No Estado do Rio, 91% dos alunos deixam escola pública com aprendizado insatisfatório em matemática


RIO - Apenas 8,9% dos estudantes da rede pública do Estado do Rio deixaram as escolas com aprendizado satisfatório em matemática no ano de 2011. Em português, a situação é um pouco melhor: 28,9% se formaram no ensino médio sabendo o adequado. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira no relatório “De Olho nas Metas” do movimento Todos pela Educação, que acompanha a aprendizagem desde 2005 com base nos resultados bienais de avaliações aplicadas pelo Ministério da Educação (MEC).
O mau desempenho em matemática aparece já nos resultados do 9º ano do ensino fundamental. Apenas 13,6% terminaram esta etapa sabendo o adequado, enquanto 25,1% atingiram as expectativas de aprendizagem em português. No 5º ano, 40,9% estavam no nível adequado em português e 38,2% tiveram o desempenho esperado em Matemática.
Mesmo assim, o desempenho dos alunos da rede estadual do Rio em matemática aparece em segundo lugar na comparação com outros estados do país. Só fica atrás de Minas Gerais, onde 9,7% dos estudantes saíram da escola com aprendizado adequado . O Mato Grosso do Sul lidera em português, com 32,3% de proficiência. Nesta disciplina, o Rio está em sexto lugar.
O subsecretário de Gestão do Ensino da Secretaria estadual de Educação, Antonio Neto, avalia que o quadro da matemática é crítico em todo o país. Como medidas para combater o déficit de aprendizagem, ele destaca que o governo tem feito avaliações diagnósticas bimestrais. De acordo com Neto, a rede estadual também atua no combate ao abandono e à repetência, além de realizar aulas de reforço. Em 2010, 60 mil estudantes tinham aula de reforço. Hoje, são 160 mil e a meta é chegar a 260 mil até o final do ano, segundo o órgão.
— Identificamos as lacunas de aprendizagem dos alunos e fizemos um material de reforço. Muitos estão desestimulados porque não conseguem aprender. Vamos avançar conforme o ensino fundamental apresentar melhora de performance. O Rio apresentou a segunda maior evolução no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb) no país, mas ainda estamos em patamares que não são os adequados — comenta Neto.
Para a secretária municipal de Educação, Claudia Costin, o ensino de matemática é “o grande gargalo do Brasil”. Em 2009, a secretaria fez uma parceria com a UFRJ para capacitar os professores da disciplina. O órgão também aposta em aulas digitais criadas pelos próprios docentes da rede.
— Tivemos um desempenho muito ruim na Prova Brasil de 2007. Avançamos, mas não dava para dar um salto tão grande. Essas crianças acumularam atrasos.
Quando a análise de dados considera os alunos da rede estadual e das escolas particulares, o desempenho do ensino médio do estado do Rio é o melhor do Brasil. Em matemática, a porcentagem de alunos com nível adequado chega a 16,6%. Em português, 38,1% saem da escola sabendo o esperado. Segundo Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos pela Educação, escolas privadas de excelência puxaram o resultado para cima.
— O Rio vem melhorando acima da média nacional, mas é triste que o melhor desempenho do país em matemática seja 16,6%. É um patamar muito baixo, não é motivo de celebração.
Em relação à edição anterior da pesquisa do Todos Pela Educação, o ensino médio da rede pública do Rio subiu 3,9% no aprendizado satisfatório de matemática. Já em português, a melhora foi de 10,9%.

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