- Publicado em Segunda, 14 Abril 2008 21:00
PhD em educação pela Universidade de Stanford, Publicado no Correio Braziliense de 14/04/08.
Os últimos 20 anos passaram muito depressa. É difícil perceber a enormidade da mudança. A União Soviética sumiu do mapa. Virou história. O muro de Berlim foi derrubado sem tiro. A internet viveu e vive expansão extraordinária. O mundo ficou menor. Os negócios se fazem dia e noite, sem parar, por intermédio dos novíssimos e eficazes meios eletrônicos.
Nos Estados Unidos, três candidatos disputam o lugar do presidente Bush. Nenhum deles se encaixa no padrão branco, protestante e anglo-saxônico tradicional daquele país. Barak Obama é negro, filho de queniano, com mãe branca. Nasceu no Hawaí e viveu na Indonésia. Hillary Clinton é esposa de Bill, que foi presidente em dois mandatos, vindo de estado pobre. É a primeira mulher a concorrer ao posto. E John McCain, herói de guerra no Vietnã, completa o quadro das imprevisibilidades.
Por último, apenas para apontar novidades sequer imaginadas por críticos, analistas, observadores e acadêmicos, o crescimento econômico mundial é, neste momento, sustentado pelos países emergentes. Ninguém sabe explicar direito por que os preços sobem quando a economia norte-americana desce. Mas é o que está ocorrendo. China, Índia, Rússia e Brasil estão puxando o desenvolvimento do comércio internacional. A bolsa de valores de São Paulo muitas vezes opera à revelia do que ocorre no mundo.
Em apenas duas décadas, as principais referências se modificaram. Wall Street andou em pânico nas últimas semanas e o mundo não fechou para balanço, como ocorreu em 1929. O excepcional momento dos países emergentes, entre eles o Brasil, sugere a urgência de encarar a educação como política pública de primeira necessidade. O crescimento brasileiro tem várias origens, mas, sem dúvida, uma delas está no fantástico desenvolvimento do agronegócio. Só houve melhoria na produtividade e produção do setor porque seus gestores recorreram à alta tecnologia.
Ou seja, houve estudo, dedicação, trabalho intelectual e muita pesquisa. O primeiro momento, como em qualquer atividade, exige investimento. Depois ocorre a lucratividade, se for o caso. Educação é, sem dúvida, item fundamental na agenda de crescimento de qualquer país. O Brasil sempre lutou em ambiente de absoluta escassez de recursos. Agora, ao contrário, o capital internacional pousa neste território, por decisão própria, cheio de confiança. Temos que ter meios para produzir no setor educacional o grande salto.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente dados relevantes. Segundo sua Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD), 14 milhões de crianças e adolescentes até 17 anos estão excluídos do sistema educacional brasileiro. Os mais prejudicados são meninos e meninas de até 3 anos que poderiam estar freqüentando creches. Não estão. O Brasil se mede em milhões de habitantes. Mas 14 milhões sem acesso à escola significam 14 milhões de não cidadãos. Os números nacionais são bons: 97% de crianças entre 7 e 14 anos estão matriculados em escolas. Porém, somente 70% dos alunos terminam o ensino fundamental com atraso médio de quatro anos. A qualidade do ensino continua precária, como também acabam de mostrar os últimos resultados do Enem.
Alguém pode dizer que o Brasil já foi pior. Já. Melhorou muito nos últimos anos. Mas a atenção redobrada no item educação não pode, nem deve ser relegada a plano secundário no cardápio das políticas publicas. Tem que ser prioridade. A escola precisa se adaptar às necessidades do novo mundo que está despontando no horizonte do século 21. Junto com esse alvorecer surgem novas tecnologias de comunicação e renovadas exigências profissionais. A escola precisa aprender a ouvir para poder ensinar os alunos a trabalharem em ambiente completamente diverso daquele que existia 20 anos atrás.
Nos Estados Unidos, três candidatos disputam o lugar do presidente Bush. Nenhum deles se encaixa no padrão branco, protestante e anglo-saxônico tradicional daquele país. Barak Obama é negro, filho de queniano, com mãe branca. Nasceu no Hawaí e viveu na Indonésia. Hillary Clinton é esposa de Bill, que foi presidente em dois mandatos, vindo de estado pobre. É a primeira mulher a concorrer ao posto. E John McCain, herói de guerra no Vietnã, completa o quadro das imprevisibilidades.
Por último, apenas para apontar novidades sequer imaginadas por críticos, analistas, observadores e acadêmicos, o crescimento econômico mundial é, neste momento, sustentado pelos países emergentes. Ninguém sabe explicar direito por que os preços sobem quando a economia norte-americana desce. Mas é o que está ocorrendo. China, Índia, Rússia e Brasil estão puxando o desenvolvimento do comércio internacional. A bolsa de valores de São Paulo muitas vezes opera à revelia do que ocorre no mundo.
Em apenas duas décadas, as principais referências se modificaram. Wall Street andou em pânico nas últimas semanas e o mundo não fechou para balanço, como ocorreu em 1929. O excepcional momento dos países emergentes, entre eles o Brasil, sugere a urgência de encarar a educação como política pública de primeira necessidade. O crescimento brasileiro tem várias origens, mas, sem dúvida, uma delas está no fantástico desenvolvimento do agronegócio. Só houve melhoria na produtividade e produção do setor porque seus gestores recorreram à alta tecnologia.
Ou seja, houve estudo, dedicação, trabalho intelectual e muita pesquisa. O primeiro momento, como em qualquer atividade, exige investimento. Depois ocorre a lucratividade, se for o caso. Educação é, sem dúvida, item fundamental na agenda de crescimento de qualquer país. O Brasil sempre lutou em ambiente de absoluta escassez de recursos. Agora, ao contrário, o capital internacional pousa neste território, por decisão própria, cheio de confiança. Temos que ter meios para produzir no setor educacional o grande salto.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente dados relevantes. Segundo sua Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD), 14 milhões de crianças e adolescentes até 17 anos estão excluídos do sistema educacional brasileiro. Os mais prejudicados são meninos e meninas de até 3 anos que poderiam estar freqüentando creches. Não estão. O Brasil se mede em milhões de habitantes. Mas 14 milhões sem acesso à escola significam 14 milhões de não cidadãos. Os números nacionais são bons: 97% de crianças entre 7 e 14 anos estão matriculados em escolas. Porém, somente 70% dos alunos terminam o ensino fundamental com atraso médio de quatro anos. A qualidade do ensino continua precária, como também acabam de mostrar os últimos resultados do Enem.
Alguém pode dizer que o Brasil já foi pior. Já. Melhorou muito nos últimos anos. Mas a atenção redobrada no item educação não pode, nem deve ser relegada a plano secundário no cardápio das políticas publicas. Tem que ser prioridade. A escola precisa se adaptar às necessidades do novo mundo que está despontando no horizonte do século 21. Junto com esse alvorecer surgem novas tecnologias de comunicação e renovadas exigências profissionais. A escola precisa aprender a ouvir para poder ensinar os alunos a trabalharem em ambiente completamente diverso daquele que existia 20 anos atrás.
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