Bruno Decc /Divulgação | ||
Gravação de cena do documentário 'Nunca me Sonharam' em escola pública brasileira |
A primeira exibição pública ocorre na quinta-feira (25), no festival Ciranda de Filmes, que acontece de 25 a 28 de maio no Espaço Itaú de Cinema Augusta, na capital paulista. Além de estrear nos cinemas, a obra estará disponível na plataforma Videocamp, o que possibilita exibições gratuitas pelo país.
Na tela, relatos, opiniões e histórias desenham um retrato da educação pública e, em especial, do ensino médio.
A etapa é um dos grandes gargalos da educação brasileira. O país registra 1,6 milhão de jovens entre 15 e 17 anos fora da escola. Quase 10% deles não estudam nem trabalham. E, como apontam estudos, quem está na escola não vê muito sentido no que faz por lá.
Foram quase dois anos de produção, com mais de 70 entrevistas em oito Estados de todas as regiões do país. É dos jovens a maioria das vozes diante das câmeras.
O questionamento a uma visão restrita da juventude – de que ela seria só uma "fase" ou uma "transição"– é o ponto de partida do filme. "Eu quero participar da mudança, não quero aplaudir a mudança", diz uma jovem. "Quando vai chegar a nossa vez? Será que vai sobrar pra nós?", pergunta outra.
"O filme fala sobre a juventude num país que não escuta os jovens, e sobre a importância e a magia do conhecimento", diz o diretor.
Mesmo partindo de uma realidade até angustiante, o filme guarda poesia, sonhos, otimismo e esperança. Nisso, a figura do professor também aparece com força.
"Nunca me Sonharam" também mapeia os problemas da educação pública. Temas como a má formação docente para lidar com jovens e a dificuldade de replicar boas experiências educacionais se relacionam com os conflitos éticos da sociedade. Assim, racismo, machismo, pobreza e violência surgem como causa e consequência do fracasso escolar e social.
"Como meus pais não foram bem sucedidos na vida, eles também não me influenciavam", diz no filme o estudante Felipe Lima, no emocionante relato que inspira o título.
"Eles nunca me sonharam sendo um psicólogo, nunca me sonharam sendo professor, nunca me sonharam sendo um médico, não me sonharam. Eles não sonhavam e nunca me ensinaram a sonhar. Tô aprendendo a sonhar sozinho", diz.
Produzido pela Maria Farinha Filmes, o longa é uma iniciativa do Instituto Unibanco. Ricardo Henriques, superintendente do instituto, ressalta a perversidade de um país que está "sequestrando o direito de sonhar".
"Ao abrir mão de uma educação como direito de todos, a sociedade estabeleceu um teto para ela mesma. E é um teto muito baixo", diz ele.
Segundo Henriques, o que mais mobilizou o filme é a urgência de "colocar a discussão sobre educação na mesa de jantar de todos os brasileiros". Resta saber se os brasileiros, sobretudo a elite econômica, estão preparados para encarar tudo isso.
Na tela, relatos, opiniões e histórias desenham um retrato da educação pública e, em especial, do ensino médio.
A etapa é um dos grandes gargalos da educação brasileira. O país registra 1,6 milhão de jovens entre 15 e 17 anos fora da escola. Quase 10% deles não estudam nem trabalham. E, como apontam estudos, quem está na escola não vê muito sentido no que faz por lá.
Foram quase dois anos de produção, com mais de 70 entrevistas em oito Estados de todas as regiões do país. É dos jovens a maioria das vozes diante das câmeras.
O questionamento a uma visão restrita da juventude – de que ela seria só uma "fase" ou uma "transição"– é o ponto de partida do filme. "Eu quero participar da mudança, não quero aplaudir a mudança", diz uma jovem. "Quando vai chegar a nossa vez? Será que vai sobrar pra nós?", pergunta outra.
"O filme fala sobre a juventude num país que não escuta os jovens, e sobre a importância e a magia do conhecimento", diz o diretor.
Mesmo partindo de uma realidade até angustiante, o filme guarda poesia, sonhos, otimismo e esperança. Nisso, a figura do professor também aparece com força.
"Nunca me Sonharam" também mapeia os problemas da educação pública. Temas como a má formação docente para lidar com jovens e a dificuldade de replicar boas experiências educacionais se relacionam com os conflitos éticos da sociedade. Assim, racismo, machismo, pobreza e violência surgem como causa e consequência do fracasso escolar e social.
"Como meus pais não foram bem sucedidos na vida, eles também não me influenciavam", diz no filme o estudante Felipe Lima, no emocionante relato que inspira o título.
"Eles nunca me sonharam sendo um psicólogo, nunca me sonharam sendo professor, nunca me sonharam sendo um médico, não me sonharam. Eles não sonhavam e nunca me ensinaram a sonhar. Tô aprendendo a sonhar sozinho", diz.
Produzido pela Maria Farinha Filmes, o longa é uma iniciativa do Instituto Unibanco. Ricardo Henriques, superintendente do instituto, ressalta a perversidade de um país que está "sequestrando o direito de sonhar".
"Ao abrir mão de uma educação como direito de todos, a sociedade estabeleceu um teto para ela mesma. E é um teto muito baixo", diz ele.
Segundo Henriques, o que mais mobilizou o filme é a urgência de "colocar a discussão sobre educação na mesa de jantar de todos os brasileiros". Resta saber se os brasileiros, sobretudo a elite econômica, estão preparados para encarar tudo isso.
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