10 de maio de 2017

Educação de qualidade é crescimento econômico na veia


jan.13/Associated Press
In this January 2013 photo, preparatory students sit for National Center Test for University Admissions at the University of Tokyo. Students from Shanghai, Hong Kong, Singapore, Taiwan, Japan and South Korea were among the highest-ranking groups in math, science and reading in test results released Tuesday, Dec. 3, 2013 by the Program for International Student Assessment (PISA) coordinated by the Paris-based Organization for Economic Cooperation and Development (OECD). The group tests students worldwide every three years. In Japan, the government added 1,200 pages to elementary school textbooks after its children fell behind in those in rivals such as South Korea and Hong Kong in 2009, although Japan’s scores for 2009 were tops for rich industrialized countries. Japan has since improved its standings in all three areas. (AP Photo/Kyodo News) JAPAN OUT, CREDIT MANDATORY ORG XMIT: TOK403
Estudantes fazem prova de admissão para a Universidade de Tóquio
Não é de hoje que pesquisadores tentam avaliar o impacto do capital humano sobre o desenvolvimento.
A medida mais usada por muito tempo nesses cálculos —até por uma questão de disponibilidade de dados— foi a escolaridade média, chegando normalmente à conclusão de que seu aumento levava a maior crescimento econômico.
Recentemente, medidas alternativas de capital humano têm sido testadas, com o argumento de que o número médio de anos de educação formal talvez não seja a melhor métrica hoje disponível.
Um ano de escola em um país não produz necessariamente a mesma quantidade de aprendizagem que em outro.
Além disso, com o avanço da escolaridade em várias nações, começou a ficar evidente que nem sempre esse movimento é acompanhado de crescimento econômico sustentado.
Isso, obviamente, não significa que aumentar a escolaridade seja desnecessário, mas que o ensino ofertado precisa ser de qualidade.
Pesquisas recentes de economistas como o americano Eric Hanushek, um dos mais respeitados nessa área, apontam nessa direção.
Em uma série de estudos publicados a partir de meados da década passada, ele tem testado a relação entre o desempenho dos alunos no Pisa —exame internacional que avalia a capacidade de resolver problemas, identificar padrões e elaborar argumentos sofisticados— e o crescimento dos países.
Sua conclusão é que a aprendizagem medida por testes desse tipo oferece uma medida bem melhor do impacto da educação sobre o desenvolvimento do que a escolaridade. O pesquisador mostra ainda que esse impacto é significativo.
Segundo ele, cada degrau (ou desvio padrão) de avanço da qualidade da mão de obra de um país em relação à média das nações avaliadas no Pisa representa um crescimento dois pontos percentuais maior do PIB (Produto Interno Bruto) per capita anual.
De acordo com Hanushek e seus coautores, o resultado dos países nas provas de desempenho escolar explica em larga medida por que os países latino-americanos são hoje, 2,5 vezes mais ricos do que em 1960, enquanto os asiáticos são nove vezes mais prósperos do que naquele momento.
Usando a mesma metodologia de Hanushek, mas indo além, outro grupo de pesquisadores mostrou recentemente que, se além das notas, forem consideradas características que alunos de diferentes países exibem durante a realização do Pisa —como persistência—, o impacto da educação sobre o crescimento é ainda mais bem explicado.
Essas conclusões reforçam a necessidade de múltiplas metas para o ensino brasileiro. É preciso aumentar a escolaridade —o país ainda sofre com uma elevada e inaceitável evasão escolar. Mas, ao mesmo tempo, temos de discutir muito mais intensamente que caminhos levam a uma educação de maior qualidade.
Estudo após estudo, a importância de uma boa e ampla formação para o crescimento só fica mais evidente.
Como diz uma campanha recente do movimento "Todos pela Educação", quem quer mais desenvolvimento quer educação

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