Pedro Ladeira/Folhapress | ||
O ministro da Educação, Mendonça Filho, em seu gabinete |
Isso foi muito debatido na reunião comemorativa dos 35 anos de existência da Abmes (Associação Brasileira dos Mantenedores do Ensino Superior), com a presença muito comemorada do ministro Mendonça Filho (DEM-PE).
Suas declarações foram aplaudidas, sobretudo quando afirmou que ainda teremos um longo caminho a percorrer até que se chegue a uma educação de qualidade.
Foi muito enfático ao defender a prioridade da educação em nossa sociedade e a colocação desse fato nas primeiras páginas dos jornais: "O Brasil padece de excessivo conservadorismo no trato da matéria. Quando Pernambuco resolveu ampliar as ações de reforma da educação, alcançou uma bonita liderança pública, resultado da sua constância no processo."
O ministro concorda que português e matemática são hoje piores do que há 20 anos e confessou que investimos 6% do PIB em educação, "mas gastamos mal e isso precisa ser devidamente corrigido".
Como gestor público, prometeu cuidar bem do patrimônio representado pelas escolas de ensino superior, para as quais existe em pleno curso o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil): "Esse programa tem uma história de sucesso e devo assegurar a sua perenidade."
Ao falar depois do ministro Mendonça Filho, o presidente da Abmes, professor Janguiê Diniz, deu força a essas considerações e elogiou a decisão do Ministério da Educação de criar mais 100 mil vagas para o ensino superior brasileiro: "Se existe esse campo de expansão, por que não avançar sobre ele?"
A nosso ver, faz muito mais sentido criar novas vagas, por exemplo, no campo da medicina, sobretudo no interior brasileiro, do que valorizar a iniciativa denominada "Mais Médicos", com a contratação de profissionais oriundos de outros países, como fizemos com os médicos formados em Cuba.
Até que eles se adaptem e permaneçam em nosso território, melhor seria que valorizássemos as escolas existentes ou criássemos novas de alto gabarito, como pretende hoje o Conselho Nacional de Educação.
Recordamos com tristeza a iniciativa de alguns "monstros sagrados" da medicina brasileira que fizeram campanha pela extinção de faculdades de medicina, quando o certo é a atual política do MEC, recebida de braços abertos pelo sistema.
Vamos melhorar os cursos existentes e/ou criar novos cursos, com bons professores e equipamentos de primeira ordem, aqui incluídos os indispensáveis hospitais universitários. E, assim, teremos novos e competentes profissionais.
ARNALDO NISKIER, 81, professor e jornalista, é membro da Academia Brasileira de Letras (ABL)
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