3 de outubro de 2017

Educação: EDITORIAL Direção errada



Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
SÌO PAULO, SP, BRASIL, 01-04-2015 13h16: * Laboratorio de quimica. A ETEC Tiquatira (Penha), uma escola publica que da certo: predio bonito, bons indicadores, professores e alunos motivados. Para driblar a falta de recursos, o diretor a ETEC Tiquatira (Penha), uma escola p?blica que d? certo: pr?dio bonito, bons indicadores, professores e alunos motivados. Para driblar a falta de recursos, o diretor Wilson andrade, promove a?es, pede doa?es e organiza festas na escola pra arrecadar dinheiro. Com a grana extra, compra mais equipamentos, datashow para as salas de aula etc., promove acoes, pede doacoes e organiza festas na escola pra arrecadar dinheiro. Com a grana extra, compra mais equipamentos, datashow para as salas de aula etc. ( Foto: Luiz Carlos Murauskas/Folhapress, COTIDIANO ) ***RESTRI?ÌO*** ORG XMIT: AGEN1504011540545681
Alunos em sala de aula em escola pública de São Paulo
Os atores relevantes já entenderam que não existe solução única para tirar o ensino público do atoleiro em que se encontra. Sair do marasmo pessimista exige um conjunto de ações que vai de adotar uma base curricular nacional até valorizar a carreira de professor e cobrar resultados concretos.
Também há consenso quanto ao papel central do diretor de escola. A ele ou a ela compete liderar o corpo docente na melhora paulatina do processo de aprendizado e gerir os recursos disponíveis para garantir as condições materiais necessárias, de banheiros limpos a computadores conectados.
O desempenho desse profissional será tanto melhor quanto mais apurada sua qualificação, no aspecto administrativo e pedagógico. A forma tradicional de sua escolha em escolas municiais e estaduais, no entanto, conspira contra isso.
Dados obtidos por esta Folha a partir de questionário aplicado em 2015 pelo Ministério da Educação a 55 mil diretores apontam que 45% deles chegam ao cargo por mera indicação. Embora as respostas não detalhem motivos, é de supor que abundem critérios políticos.
Essa é a forma mais comum nos Estados menos desenvolvidos do Norte e do Nordeste. Amapá e Maranhão, por exemplo, têm mais de 80% dos diretores designados assim. Mas há exceções, como o Acre, onde apenas 11% deles dirigem escolas por escolha dos superiores.
Do contingente não escolhido por concurso ou eleição local, 23% nunca fizeram pós-graduação. Entre os que se tornaram diretores por vias que não a indicação, o grupo dos que carecem de tal qualificação encolhe para 13%. E os indicados tendem a ter menos experiência administrativa e a permanecer menos tempo em cada escola.
Ainda que não haja pesquisas conclusivas correlacionando a indicação do diretor com pior avaliação pedagógica, especialistas concordam que a escolha política ameaça a qualidade.
Por outro lado, concursos podem selecionar dirigentes bem formados, mas inexperientes; já a eleição por pares ou pela comunidade abre as portas ao corporativismo e ao aparelhamento.
Se parece difícil eleger um modo uniforme para condução de diretores em todo o país, não há dúvida de que a exigência de padrões mínimos de capacitação, com provas de conhecimento, títulos e experiência prática, permitirá nomear os melhores para a função.
Nada disso bastará se não houver mais autonomia para gerir a escola e compor a equipe de professores —e se não houver recompensas conforme o desempenho.

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