Em 10 anos, verba para ensino médio aumenta 4 vezes
Principal gargalo da educação do país, o ensino médio recebeu, na última década, uma injeção de recursos superior às demais etapas do ensino.
Em 2003, o gasto anual por aluno do ensino médio era de R$ 1.483, o menor entre todas as etapas --em seguida, aparecia o dos anos finais do fundamental, com custo de R$ 1.858.
Dez anos depois, o valor saltou quase quatro vezes, chegando a um total de R$ 5.546. O crescimento da verba, no entanto, não foi acompanhado de uma melhoria expressiva nos indicadores de qualidade.
Ao contrário, o Ideb (principal indicador de qualidade da educação básica no país) mais recente, divulgado ano passado, apontou queda no desempenho dessa etapa em 16 Estados. Além disso, o resultado nacional ficou abaixo da meta estipulada pelo governo federal.
"Essa é uma resposta de longo prazo. O investimento feito vai ter [repercussão] numa geração mais à frente", diz o secretário-executivo do MEC, Luiz Cláudio Costa.
Presidente do Consed (conselho de secretários estaduais de educação), Eduardo Deschamps aponta três fatores para o aumento de recursos não ter repercutido de forma expressiva em indicadores de qualidade.
São eles: a falta de um currículo mais bem definido, as deficiências do aprendizado adquirido ainda no ensino fundamental e o modelo dessa etapa de ensino, focado principalmente no ingresso em universidade.
"Ele deveria ser mais voltado para a educação profissionalizante", afirma ele, secretário do Estado de Santa Catarina. (FF)
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