Correio brasiliense, 28/4/2015
CRISTOVAM BUARQUEProfessor emérito da UNB e senador pelo PDT-DF.
Faltam apenas 45 anos para Brasília completar o primeiro século. Muitos dos habitantes de hoje assistirão à grande festa. Isso nos desperta para a responsabilidade de que em 2060 tenhamos uma Brasília melhor. Para tanto, é preciso imaginarmos os riscos adiante, e agirmos para a construção do futuro.
O primeiro dos riscos está na desigualdade entre nós e o resto do Brasil. Brasília é a capital de todos os brasileiros e todos têm direito de vir aqui buscar o que não têm em suas cidades, como muitos de nós fizemos nos últimos 55 anos. O Brasil construiu Brasília, agora Brasília precisa ajudar a mudar o Brasil. O futuro de Brasília está intimamente ligado ao futuro do Brasil. Se quisermos uma Brasília melhor, é forçoso um Brasil melhor.
Devemos dar o exemplo, fazendo aqui política com ética e compromisso com os interesses da população. Não é o que tem acontecido. Além da corrupção que levou à cassação de diversos de nossos políticos, temos tido política de desorganização no ordenamento do território, desequilíbrio nas contas públicas e descuido na política social. Temos desperdiçado o que o Brasil nos deu: um imenso território, desde o início, e um polpudo Fundo Constitucional a partir de 2002, mas que estamos usando para atender aos interesses imediatos de grupos de pressão e aos interesses eleitoreiros de governantes. Não chegaremos bem ao centenário se Brasília continuar sequestrada pelo pacto entre políticos eleitoreiros e organizações corporativas. Se continuarmos usando os recursos com a mesma irresponsabilidade dos últimos anos, chegaremos no centenário sem o Fundo e sem a Terracap.
O Brasil, que nos olha com admiração por causa de algumas políticas públicas, nos olha com descaso e até sarcasmo diante dos nossos políticos. Se quisermos ajudar a construir um novo Brasil, dando ao país o que dele recebemos, precisamos ser mais sérios e responsáveis nas próximas eleições. Além do cuidado nas eleições, precisamos trazer de volta o orçamento participativo e criar instrumentos de fiscalização constante e de transparência-viva graças à participação popular. O governador deve se submeter ao escrutínio público diretamente em reuniões e assembleias onde ele responda aos questionamentos da população. Seria um grande exemplo para o Brasil se nós, políticos de Brasília, usássemos os serviços públicos de educação e saúde que oferecemos a nosso povo. A transparência-viva e o uso dos serviços públicos seriam exemplos que fariam de Brasília a pioneira do novo Brasil.
Precisamos ser criadores, imaginativos, com propostas para solucionar os problemas do Brasil. No centenário, o grande orgulho não deverá ser a criatividade urbana e arquitetônica que desde os anos 1960 simboliza Brasília. O exemplo virá agora da nova arquitetura política, social e de gestão. Podemos ser pioneiros mostrando como superar os problemas que o Brasil atravessa, na gestão, na política, na educação, na saúde, na segurança, na ética, na ecologia, fazendo aqui o que pode ser exemplo, e lutando no plano nacional. Ser bom brasiliense significa ajudar a construir o Brasil onde viverão nossos descendentes no nosso primeiro centenário.
Brasília deve ser o lugar onde a luta pela educação de qualidade e igual para todos seja a base do futuro. O Brasil não vai construir sociedade harmônica, em paz, nem economia eficiente enquanto continuar como crematório de cérebros pela exclusão educacional e com um fosso separando a educação das crianças conforme a renda dos pais.
O caminho para o Brasil não ficar para trás é claro: a educação de base de todas as crianças brasileiras deve ser mantida pelo governo nacional. Brasília deve ser a base para esta luta, até porque, embora tenhamos a maior renda per capita do Brasil, nossa educação é toda financiada pelo governo federal. Devemos defender isso para todos, especialmente para as cidades mais pobres. Assim seremos pioneiros do novo Brasil que precisamos ter ao nosso redor na data da celebração do centenário, com a educação de base federalizada, graças à luta iniciada no Distrito Federal.
Faltam apenas 45 anos para Brasília completar o primeiro século. Muitos dos habitantes de hoje assistirão à grande festa. Isso nos desperta para a responsabilidade de que em 2060 tenhamos uma Brasília melhor. Para tanto, é preciso imaginarmos os riscos adiante, e agirmos para a construção do futuro.
O primeiro dos riscos está na desigualdade entre nós e o resto do Brasil. Brasília é a capital de todos os brasileiros e todos têm direito de vir aqui buscar o que não têm em suas cidades, como muitos de nós fizemos nos últimos 55 anos. O Brasil construiu Brasília, agora Brasília precisa ajudar a mudar o Brasil. O futuro de Brasília está intimamente ligado ao futuro do Brasil. Se quisermos uma Brasília melhor, é forçoso um Brasil melhor.
Devemos dar o exemplo, fazendo aqui política com ética e compromisso com os interesses da população. Não é o que tem acontecido. Além da corrupção que levou à cassação de diversos de nossos políticos, temos tido política de desorganização no ordenamento do território, desequilíbrio nas contas públicas e descuido na política social. Temos desperdiçado o que o Brasil nos deu: um imenso território, desde o início, e um polpudo Fundo Constitucional a partir de 2002, mas que estamos usando para atender aos interesses imediatos de grupos de pressão e aos interesses eleitoreiros de governantes. Não chegaremos bem ao centenário se Brasília continuar sequestrada pelo pacto entre políticos eleitoreiros e organizações corporativas. Se continuarmos usando os recursos com a mesma irresponsabilidade dos últimos anos, chegaremos no centenário sem o Fundo e sem a Terracap.
O Brasil, que nos olha com admiração por causa de algumas políticas públicas, nos olha com descaso e até sarcasmo diante dos nossos políticos. Se quisermos ajudar a construir um novo Brasil, dando ao país o que dele recebemos, precisamos ser mais sérios e responsáveis nas próximas eleições. Além do cuidado nas eleições, precisamos trazer de volta o orçamento participativo e criar instrumentos de fiscalização constante e de transparência-viva graças à participação popular. O governador deve se submeter ao escrutínio público diretamente em reuniões e assembleias onde ele responda aos questionamentos da população. Seria um grande exemplo para o Brasil se nós, políticos de Brasília, usássemos os serviços públicos de educação e saúde que oferecemos a nosso povo. A transparência-viva e o uso dos serviços públicos seriam exemplos que fariam de Brasília a pioneira do novo Brasil.
Precisamos ser criadores, imaginativos, com propostas para solucionar os problemas do Brasil. No centenário, o grande orgulho não deverá ser a criatividade urbana e arquitetônica que desde os anos 1960 simboliza Brasília. O exemplo virá agora da nova arquitetura política, social e de gestão. Podemos ser pioneiros mostrando como superar os problemas que o Brasil atravessa, na gestão, na política, na educação, na saúde, na segurança, na ética, na ecologia, fazendo aqui o que pode ser exemplo, e lutando no plano nacional. Ser bom brasiliense significa ajudar a construir o Brasil onde viverão nossos descendentes no nosso primeiro centenário.
Brasília deve ser o lugar onde a luta pela educação de qualidade e igual para todos seja a base do futuro. O Brasil não vai construir sociedade harmônica, em paz, nem economia eficiente enquanto continuar como crematório de cérebros pela exclusão educacional e com um fosso separando a educação das crianças conforme a renda dos pais.
O caminho para o Brasil não ficar para trás é claro: a educação de base de todas as crianças brasileiras deve ser mantida pelo governo nacional. Brasília deve ser a base para esta luta, até porque, embora tenhamos a maior renda per capita do Brasil, nossa educação é toda financiada pelo governo federal. Devemos defender isso para todos, especialmente para as cidades mais pobres. Assim seremos pioneiros do novo Brasil que precisamos ter ao nosso redor na data da celebração do centenário, com a educação de base federalizada, graças à luta iniciada no Distrito Federal.
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