30 de novembro de 2011

Inclusão social pode reduzir violência contra juventude negra, admitem petistas


29 de novembro de 2011
 Informes | BR

A violência contra jovens negros foi tema da audiência pública sugerida pelo deputado Alessandro Molon (PT-RJ) nesta terça-feira (29), na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara.
Segundo o deputado, o Plano Nacional de Combate à Violência contra Jovens Negros é fundamental, e sua elaboração está prevista no Plano Plurianual (PPA) 2012/2015.
"Se é verdade que a violência é um flagelo para todo o país, é verdade também que ela atinge mais fortemente os jovens negros. Para cada jovem branco que morre assassinado no Brasil, morrem assassinados 2,6 jovens negros. Queremos combater a violência contra todos, mas proteger os que estão mais vulneráveis, para evitar que continue esse extermínio da juventude negra. Para isso, é preciso ações afirmativas, que garantam um futuro melhor para os jovens negros e evitem que a nossa juventude seja seduzida por um caminho muitas vezes, sem volta, que é o caminho do crime", afirmou.
A iniciativa do petista foi elogiada pela Secretária de Políticas de Ações Afirmativas da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Anhamona Silva de Brito. Ela defendeu a "radicalização" do debate e a busca de caminhos que assegurem os direitos à vida, sobretudo, da juventude negra.
"Vivenciamos um processo de violência que reduz as chances de vida da juventude negra, apontada por indicadores sociais, como o Mapa da Violência 2011- Os jovens do Brasil, cujo estudo foi coordenado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz. O racismo é a macro causa e o homicídio, a causa geradora da morte violenta. Vivenciamos um processo de estigmatização da pessoa negra. Os negros são tidos como potenciais criminosos e isso repercute na decisão de acionar ou não o gatilho, de agir ou não de forma violenta. Este é um fato e precisamos considerar a banalização da violência brasileira", afirmou.
Para o ex-ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), do Governo Lula, em 2008, e vice-líder da bancada do PT, deputado Edson Santos (RJ), trata-se de uma herança escravocrata. "Não basta cuidar apenas da inclusão social dos negros, principais vítimas da violência, mas qualificá-los, inserindo-os no mercado de trabalho. A transversalidade tem sido o principal instrumento do governo para enfrentar o problema da juventude, com ações conjuntas na educação e trabalho", destacou.
A secretária anunciou a criação da Sala de Situação da Presidência da República, coordenada pelo ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral . A sala foi criada, na gestão de Luiza Bairros, com o objetivo de avaliar as causas, buscar caminhos e assegurar direitos à população negra. "A sala de situação viabiliza a otimização de políticas públicas no âmbito federal, dos estados e municípios", elogiou Edson Santos.
Participaram também da audiência, os deputados Luiz Alberto (BA); Dalva Figueiredo (AP) e Benedita da Silva (RJ).
http://www.sangari.com/mapadaviolencia/
Ivana Figueiredo

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