14 de dezembro de 2011

Guerra civil brasileira


14 de dezembro de 2011 | O Estado | Opinião | CE
Dados do Ministério da Saúde apontam que mais de 35 mil pessoas morreram, em 2010, assassinadas por armas de fogo. O número corresponde a nada menos do que 70% dos homicídios cometidos no Brasil no ano passado. Somando-se esses dados às vítimas fatais de acidente de trânsito, o número chega a 38 mil mortes.
Por mais que os entusiastas do desarmamento civil apregoem que as campanhas de desarmamento colaboram para a diminuição da violência, é preciso, antes, ressaltar que alguns dados contradizem essa proposta. De acordo com informações da Polícia Federal, o estado de Sergipe é campeão absoluto de participação na entrega voluntária de armas. Segundo o "Mapa da Violência 2011", estudo realizado pelo Instituto Sangari e divulgado pelo Ministério da Justiça, nos últimos 10 anos o número de homicídios em Sergipe quadriplicou. Ainda segundo o Mapa da Violência, a impunidade é um dos principais fatores que motivam os homicídios no País.
De cada 100 assassinatos cometidos no Brasil, apenas oito são devidamente apurados e têm descobertas a autoria e as circunstâncias do crime. E, pior ainda, apenas 5% dos crimes apurados resultam em condenação. Falta, ainda, infraestrutura policial para resolver os assassinatos. O País não conta com lei federal que regulamente o modelo ou estrutura mínima para perícia nos estados, e faltam equipamentos para a realização dessas vistorias, entre outras dificuldades.
Há, ainda, a problemática envolvendo as fronteiras brasileiras que, extensas e mal vigiadas, são convidativas portas de entrada para armas e drogas, tráficos milionários que alimentam a violência nas grandes cidades. É preciso uma operação nacional que ataque todos esses pontos, desde a retirada de circulação de armas ilegais nas mãos dos criminosos, até uma fiscalização mais rigorosa nas fronteiras, passando pelo melhor aparelhamento policial e por celeridade no julgamento de homicidas. É preciso cessar essa guerra civil brasileira.

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