Retrospectiva 2011 - Educação

Relembre o que aconteceu no Brasil e que marcou o ano que se encerra

Por Andréa França

andreafranca.oerj@gmail.com

Como todos os anos, 2011 termina com muitos acontecimentos. Alguns deles chocaram a sociedade brasileira e geraram grandes polêmicas. O Estado RJ  preparou um breve resumo sobre três eventos que marcaram o ano com relação à educação no Brasil. Confira tudo abaixo:  

Tragédia em Realengo

A tragédia na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, ganhou repercussão no Brasil e no mundo. O massacre aconteceu em abril deste ano e resultou na morte de 12 estudantes e deixou outros 12 feridos. 

O atirador era um jovem e ex-estudante da escola, Wellington de Menezes de Oliveira. A repercussão foi tão grandeque levou a sociedade brasileira a refletir sobre questões que, até então, só permeavam os noticiários internacionais.  Para o psicólogo Marcelo Quirino, o atirador poderia ser considerado um psicopata, pela execução em massa.

Miriam Abramovay, socióloga e coordenadora da área de juventude e políticas públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), disse, em entrevista ao jornal O Estado RJ, que é difícil que a tragédia se repita. Ela afirmou ainda que, a questão não é pensar em novos ataques, mas sim no fato de que existe violência nas escolas, no cotidiano delas e que há um problema de relações sociais entre alunos e professores.

Para o especialista em segurança e pesquisador criminal Jorge Lordello, a tragédia poderia ter sido evitada. Ele lembrou, ainda, a facilidade com que Wellington entrou na escola. 

Polêmica do Kit Gay

Outro tema que ganhou repercussão na mídia foi a polêmica do Kit Gay. Visado reduzir a incidência de crimes contra homossexuais, diversas ações foram promovidas pelos diversos setores da sociedade, com o intuito de informar e educar a população brasileira quanto a questão da homossexualidade.

Foi então que o Ministério da Educação (MEC) lançou o Kit anti-homofobia, em maio de 2011, para as turmas do Ensino Médio de seis mil escolas públicas e que saiu de circulação devido a grande polêmica gerada. Em entrevista ao jornal O Estado RJ, o assessor de comunicação e membro do APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo), Leandro Rodrigues, esclareceu que o kit só passaria por uma revisão e que a ideia de que o mesmo seria entregue para crianças foi o ponto-chave da polêmica.

O psicólogo Klecius Borges lembrou que os professores e alunos precisariam estar preparados para utilizar o material e ressaltou, durante a entrevista, que a ideia do Escola sem Homofobia é combater o preconceito por meio da informação e sensibilização sobre as graves consequências produzidas nos jovens que não se enquadram no modelo heteronormativo.

Resultados do Enem 2010

Mais tema de grande discussão. Há uma década o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), submete, anualmente, os estudantes a uma avaliação. Apesar dos escândalos com a descoberta de fraudes, que deixou muitos estudantes em condições complicadas, o exame tem passado por algumas mudanças.

As divulgações dos resultados geraram um questionamento fundamental sobre se o exame poderia ser considerado um indicador da situação da educação no país. Na classificação apareceram escolas privadas e públicas com médias boas e abaixo do proposto pelo exame.

Os especialistas entrevistados afirmaram que o exame poderia ser sim considerado um indicador.  Para doutor em Educação pela Universidade de São Paulo, Ocimar Munhoz Alavarse, o Enem poderia ser considerado um indicador, mas não “o” indicador da qualidade de ensino nacional.  A psicopedagoga Tatiana Marques concordou com o doutor em Educação e disse que, apesar disso, o Enem vem se posicionando como um forte indicador da educação no Brasil.

E como explicar a média das escolas onde a pobreza é muito grande? Alavarse ressaltou que, quando se olha para o conjunto da média, o Estado que se destaca é o Piauí. E que no meio da miséria existe uma elite intelectual. Mas, por outro lado, ele afirmou que isto contrasta com a miséria do Estado, apesar do crescimento anual do Piauí.