1 de outubro de 2014

USP avança em ranking, mas segue fora do grupo de elite

USP sobe, mas não volta à lista das 200 universidades 'top'

Estados Unidos mantêm a liderança entre as 400 instituições do THE, principal ranking internacional
Paulista foi classificada no grupo entre o 201º e o 225º lugares; também citada, Unicamp não avançou posições
DE SÃO PAULO
A USP subiu posições no principal ranking internacional de universidades, o THE (Times Higher Education), mas continua fora da lista das 200 melhores do mundo.
A instituição, que estava entre o 226º e o 250º lugar no ano passado, avançou para o grupo entre o 201º e o 225º --a posição específica no ranking não é informada pelo THE a partir do 200º lugar.
Apesar da melhora, a USP não conseguiu retomar a colocação alcançada em 2012, quando esteve em seu posto mais alto no levantamento (158ª posição). No ano anterior, ela aparecia em 178º.
A avaliação britânica analisa cinco grandes critérios de 400 universidades de todo o mundo: ensino, pesquisa, número de citações em publicações científicas, inovação e internacionalização (presença de estudantes e professores estrangeiros).
Nesta edição, a instituição paulista manteve o desempenho em inovação, relacionada à "transferência de conhecimento" para a indústria, e melhorou nas demais áreas.
A lista veio a público nesta quarta (1º), em meio à crise financeira por que passam as universidades estaduais de São Paulo. Com o orçamento comprometido com recursos humanos, USP, Unicamp e Unesp encerraram recentemente greves que evidenciaram problemas de gestão.
Em nota, o vice-reitor da USP, Vahan Agopyan, afirmou que a universidade não "molda" suas atividades visando a classificações internacionais, "mas sim às necessidades sociais".
Para ele, a pesquisa produzida na USP "é reconhecida internacionalmente". Cita outro ranking, o Scimago, divulgado em setembro, no qual a universidade ficou entre as dez que mais produzem trabalhos científicos de qualidade e relevância.
LIDERANÇA
No THE, os Estados Unidos tiveram piora no desempenho, ainda que tenham classificado 74 universidades entre as 200 melhores. No ano passado, eram 77.
A campeã pelo quarto ano consecutivo é a Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia). Em segundo, Harvard. Ambas são norte-americanas. O Reino Unido aparece em terceiro, com Oxford.
A USP tem a melhor colocação da América Latina. A outra brasileira que aparece no ranking, a Unicamp, se manteve entre a 301ª e a 350ª posição na lista deste ano.
Entre USP e Unicamp aparecem duas sul-americanas: a colombiana Universidade dos Andes e a chilena Universidade Técnica Frederico Santa Maria (ambas na faixa do 251º ao 275º lugar).

RANKING DE UNIVERSIDADES THE

1 - Caltech (EUA)
2 - Universidade Harvard (EUA)
3 - Universidade de Oxford (Reino Unido)
4 - Universidade Stanford (EUA)
5 - Universidade de Cambridge (Reino Unido)
6 - MIT (EUA)
7 - Universidade Princeton (EUA)
8 - Universidade da Califórnia, Berkeley (EUA)
9 * - Imperial College de Londres (Reino Unido)
9 * - Universidade Yale (EUA)
201-225
USP (Brasil)
Em 2013: 226 - 250
301-350
Unicamp (Brasil)
Em 2013: 301 - 350
PESO DOS CRITÉRIOS
- Ensino (30%)
- Pesquisa (30%)
- Citações (30%)
- Inovação (2,5%)
- Internacionalização (7,5%)



Universidade paulista aparece entre a 201ª e a 225ª posições na listagem da publicação britânica "THE". Há dois anos, ela era a 158ª colocada

Bianca Bibiano, Veja, 1/10/2014
Universidade de São Paulo (USP): posição em ranking internacional de instituições de ensino superior subiu um nível em comparação a resultado de 2013
Universidade de São Paulo (USP): posição em ranking internacional de instituições de ensino superior subiu um nível em comparação a resultado de 2013 (Divulgação/USP Imagens/VEJA)
A Universidade de São Paulo (USP) ganhou posições no novo ranking de universidades organizado pela revista britânica Times Higher Education (THE), o mais respeitado do mundo. A instituição paulista passou do grupo de universidades colocadas entre a 226ª e 250ª posições para o bloco de 201ª a 225ª — após a 200ª colocação, as instituições são reunidas em grupos de 25. Apesar do avanço, a USP não conseguiu voltar ao grupo das 200 melhores universidades do mundo, considerado de elite, posição que ela já ocupou entre 2011 e 2012. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aparece no ranking entre a 301ª a 350ª posições. As duas universidades estaduais são as únicas brasileiras citadas no ranking. "Ainda não há lugar para o Brasil no grupo de elite das universidades", diz o relatório do ranking.
No topo da lista, houve pouca alteração em relação aos rankings anteriores — confira a relação das dez primeiras colocadas. Em primeiro lugar, segue o Instituto de Tecnologia da Califórnia (CalTech), seguido pelas universidades Harvard, Oxford e Stanford. Estados Unidos e Grã-Bretanha lideram a lista de países com mais instituições no ranking: são 74 americanas e 29 britânicas entre as 200 melhores. As duas nações, contudo, estão perdendo espaço. Neste ano, foram três universidades americanas e duas britânicas a menos na lista, dando lugar a instituições alemãs, canadenses e australianas.
"A USP avançou no quesito que avalia a reputação da pesquisa acadêmica", diz Phil Baty, diretor do THE, em entrevista a VEJA.com. "Ainda assim, preocupa o fato de as universidades brasileiras não serem reconhecidas globalmente pelo trabalho que produzem, exercendo influência apenas na América Latina". Em nota, o vice-reitor da USP, professor Vahan Agopyan, afirmou que respeita o ranking, mas que a universidade não pauta suas atividades pelo levantamento. "Nossa pesquisa é reconhecida internacionalmente, o que pode ser expresso, por exemplo, na colocação alcançada na mais recente edição do ranking da Scimago [divulgado em setembro], em que a USP está entre as dez instituições mundiais que mais produzem trabalhos científicos de qualidade e relevância."

As universidades brasileiras nos rankings da THE

2011-2012
2012-20132013-20142014-2015
Universidade de São Paulo (USP)178º158º226ª - 250ª201ª - 225ª
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)276ª - 300ª251ª - 275ª301ª - 350ª301ª - 350ª
Fonte: Times Higher Education
Para a elaboração do ranking (confira mais detalhes), são avaliados cinco quesitos: qualidade do ensino, número de citações de trabalhos da universidade em outras pesquisas, publicação de pesquisas em periódicos internacionais de prestígio, influência da universidade na inovação industrial e quantidades de alunos e docentes estrangeiros.
O último critério — a presença de estrangeiros — tem sido o calcanhar de Aquiles das universidades brasileiras, segundo Baty. "A pequena oferta de cursos em língua inglesa e a reduzida quantidade de publicação de pesquisas também em inglês faz com que as universidades brasileiras tenham menos visibilidade no mercado global. Para a economia do país, é essencial que a produção acadêmica seja reconhecida internacionalmente: isso significa que a nação alia ensino de qualidade, produção científica e inovação industrial."

Leia também:
MIT: A universidade das soluções
Princeton: 'Brasil não está na periferia do saber'
Yale: A universidade busca jovens líderes no Brasil
Columbia: Brasileiros já são 10% dos calouros estrangeiros
Harvard: 'As universidades precisam formar sábios'


Outro destaque da lista é a Turquia. Até o ano passado, o país tinha apenas uma universidade na lista; agora, são quatro. Rússia e China também ganharam mais um lugar no ranking. Para Baty, esses países estão aumentando os investimentos em universidades, utilizando parte da verba para divulgar seus trabalhos no exterior. "Essas nações colocaram o ensino superior no cerne de suas políticas de desenvolvimento econômico e estão aumentando o nível de colaboração internacional, um dos fatores considerados no ranking." 

As dez melhores universidades do mundo

Fonte: Times Higher Education (THE), 2014-2015

1 de 10

1º - Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA)


Posição no ranking 2013-2014: 1º lugar

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