3 de outubro de 2013

ELIANE CANTANHÊDE Difícil de entender: CINGAPURA

 Falar em Ásia hoje corresponde a falar na China. Isso vale para nós, brasileiros, e provavelmente para a maior parte do mundo, mas há vida na Ásia, e inclusive uma economia vigorosa, além das fronteiras da China.

Voltemos a Cingapura, o menor país do continente e um dos menores do planeta e, apesar disso, com PIB de US$ 276,5 bilhões, PIB per capita de US$ 52 mil e um comércio externo de estonteantes US$ 788 bilhões em 2012. Atenção à proporção do comércio em relação ao PIB...
De surpresa em surpresa, uma delas é descobrir (e tentar entender) como um país desse tamaninho consegue atrair mais de 7.000 empresas, das mais diferentes áreas.
Daí em diante, não é mais tão surpresa assim saber que brasileiras, como as gigantes Petrobras e Vale e a contemporânea Natura, têm presença, negócios e prestígio em Cingapura, do outro lado do mundo, a 30 horas de voo de Brasília. O país, aliás, importa frango nacional (70% do consumo interno) e mira petróleo, Copa e Olimpíada.
Em contrapartida, o Brasil aproveita a expertise do país na área de portos. A Petrobras tem enormes contratos com a Keppel cingapuriana para a construção e manutenção de plataformas, e o governo Dilma encomendou estudos à consultoria IDA sobre informatização, logística e otimização das operações dos portos brasileiros.
Já não era sem tempo, pois o Brasil vai ter de correr muito para chegar perto do ritmo de Cingapura, que embarca e desembarca 80 mil contêineres por dia, gastando minutos para cada um e cruzando 600 destinos na região. Ainda bem que o espaço da coluna é curto para comparações...
A visão geral dessa Cidade-Estado é impressionante, mesmo quando se foge dos compromissos oficiais e da rota turística. Qualquer que seja o caminho, ele passa por ousadia, tecnologia e educação. A dúvida é onde ele vai parar no futuro.
Folha de S.Paulo, 3/10/2013

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