13 de janeiro de 2011

Educação Superior no Brasil: qualidade dos cursos superiores

Um em cada três cursos superiores do país é de baixa qualidade

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Quase 34% dos cursos superior avaliados em 2009 pelo Ministério da Educação (MEC) obtiveram resultado insatisfatório. Ao todo, 1.696 graduações tiveram nota 1 ou 2 no Conceito Preliminar de Curso (CPC), em uma escala de 1 a 5. O indicador avalia a qualidade do ensino oferecido a partir da nota obtida pelos alunos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), a titulação e o regime de trabalho do corpo docente e a infraestrutura oferecida. Os resultados 1 e 2 são considerados insatisfatórios; 3, razoável; e 4 e 5, bons.

Em 2009 foram avaliadas 6.804 graduações em administração, arquivologia, biblioteconomia, ciências contábeis, economia, comunicação social, design, direito, estatística, música, psicologia, relações internacionais, secretariado executivo, teatro e turismo, e os cursos superiores de tecnologia em design de moda, gastronomia, gestão de recursos humanos, gestão de turismo, gestão financeira, marketing e processos gerenciais.

A maioria dos cursos (51,47%) foi considerada razoável – obteve nota 3. Apenas 15% atingiram CPC 4 e 5. Dentro do processo de regulação, todos os cursos com nota inferior a 3 serão visitados por comissões de supervisão do MEC. A partir do diagnóstico, pode ser firmando um protocolo de compromissos com medidas para sanar as deficiências como redução das vagas e proibição de novos ingressos.

Pouco mais de 1,8 mil cursos ficaram sem conceito. Isso ocorre quando a amostra de alunos participantes das avaliações que compõem o CPC é considerada insuficiente.

Quinze universidades perdem autonomia por resultado ruim em avaliações do MEC


Brasília – Quinze instituições de ensino superior vão perder sua autonomia administrativa em função de consecutivos resultados insatisfatórios nas avaliações do Ministério da Educação (MEC). São quatro universidades e 11 centros universitários, que agora não podem mais expandir vagas ou abrir novos cursos sem autorização do MEC.

De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, a medida cautelar passa a valer imediatamente. Essas instituições receberam por três anos seguidos um conceito inferior a 3 no Índice Geral de Cursos (IGC). O indicador avalia uma faculdade, um centro universitário ou uma universidade a partir da qualidade de seus cursos de graduação e pós-graduação, em uma escala de 1 a 5. Os resultados 1 e 2 são considerados insatisfatórios; 3, razoável; e 4 e 5, bons.

De acordo com o MEC, a medida terá validade até que a instituição apresente resultado satisfatório – superior ou igual a 3 – nas próximas edições do IGC. Pela legislação, universidades e centros universitários têm mais autonomia do que as faculdades. Essas 15 IES serão visitadas por comissões de supervisão do MEC e podem ser rebaixadas de nível ou mesmo descredenciadas dependendo das condições de ensino verificadas. Outra opção é a assinatura de termos de compromisso com medidas de saneamento a serem cumpridas para sanar as deficiências encontradas.

Veja quais foram as universidades e centros universitários que perderam a autonomia:

Universidade do Grande ABC (UniABC) - SP
Universidade Ibirapuera (UNIb) - SP
Universidade Iguaçu (UNIG) - RJ
Universidade Santa Úrsula (USU) – RJ
Centro Universitário Cândido Rondon (Unirondon) – MT
Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) – RJ
Centro Universitário de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Unidesc) -GO
Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (Ciesa) – AM
Centro Universitário de Várzea Grande (Univag) – MT
Centro Universitário Paulista do Norte (Unorp) – SP
Centro Universitário Euro-Americano (Unieuro) – DF
Centro Universitário Moacyr Sreder Bastos (MSB) – RJ
Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (Uniplan) – DF
Centro Universitário Sant'Anna (Unisant'anna) – SP
Centro Universitário Luterano de Manaus (Ceulm/Ulbra) – AM

Apenas 5% dos cursos superiores recebem nota máxima no Enade

Brasília – Apenas 5,5% dos cursos avaliados em 2009 pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) alcançaram nota máxima. O exame é aplicado a alunos ingressantes e concluintes de cursos superiores com o objetivo de aferir a qualidade do ensino oferecido. Cada graduação recebe uma nota em uma escala de 1 a 5, sendo que 1 e 2 são considerados desempenho insatisfatório; 3, razoável; e 4 e 5, bom.

Em 2009 foram avaliados 6.804 graduações em administração, arquivologia, biblioteconomia, ciências contábeis, economia, comunicação social, design, direito, estatística, música, psicologia, relações internacionais, secretariado executivo, teatro e turismo, e os cursos superiores de tecnologia em design de moda, gastronomia, gestão de recursos humanos, gestão de turismo, gestão financeira, marketing e processos gerenciais.

Os cursos com nota 5 representam 5,5% do total. Os que tiveram nota 4 são 17,8%; com nota 3, 44,2%; com nota 2, 28,4%; e com nota 1, 3,93%. Há ainda 1.260 graduações que ficaram sem conceito, porque não houve número suficiente de alunos participando da prova.

O Enade é utilizado para compor o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos (IGC), indicadores que são utilizados pelo Ministério da Educação (MEC) nos processos de regulação.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que o momento é oportuno para divulgar os indicadores de qualidade, já que coincide com o período de matrículas. “Os estudantes poderão fazer suas escolhas até fevereiro para o início do ano letivo, então é ideal poder oferecer a eles esses indicadores para que possam fazer boas opções”, disse, em entrevista coletiva.

Matrículas nas universidades públicas caíram 2% em 2009, mostra Censo da Educação Superior
Brasília – As matrículas nas universidades públicas caíram 2% de 2008 para 2009, passando de 1.552.953 para 1.523.864. É o que apontam os dados do Censo da Educação Superior de 2009, divulgado hoje (13) pelo Ministério da Educação (MEC). Os números mostram um total de 5, 9 milhões de matrículas no ensino superior (público e privado) no país – 2,5% a mais do que no ano anterior.

De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, essa queda tem ligação com uma mudança metodológica do censo, que tornou os resultados mais precisos. “É preciso verificar universidade por universidade. Havia uma inflação de matrículas. Detectamos várias universidades que informavam no censo alunos que tinham trancado matrícula ou já tinham deixado a instituição”, justificou.

A queda no número de estudantes nas instituições públicas se deu essencialmente nas universidades estaduais e municipais. Haddad ressaltou que o fechamento da Fundação Universidade do Tocantins (Untins), instituição que pertencia ao sistema estadual, com 75 mil alunos, também teve impacto nessa redução, assim como a migração de algumas universidades estaduais de Minas Gerais para o sistema privado.

Nas federais, entretanto, houve um crescimento de 20% no total de matrículas de 2008 para 2009. Nos estabelecimentos privados, o aumento foi de 4%.

A maioria (63,8%) das instituições de ensino superior (IES) do país é de pequeno porte, com até mil alunos matriculados. Os dados mostram que há uma grande concentração de matrículas em poucos estabelecimentos de ensino: 1.171 IES – 5,1% do total - detêm 48,9% dos alunos.

Em 2009, o Brasil tinha 2.314 instituições de ensino superior, sendo 89,4% privadas e 10,6% públicas. Esse total é 2% superior ao verificado em 2008. O crescimento foi maior no setor público (3,8%) do que no privado (2,6%).

Fonte: Agência Brasil - Amanda Cieglinski

2 comentários:

  1. O que o senhor acha de um professor universitário, durante 1 mês, fazendo ditado sobre uma matéria para os alunos copiarem, e depois eu descobri que esta matéria estava no wikipedia, sem nenhuma base ou fundamento. Nao sei como o mec nao fechou essa universidade ainda.

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  2. gostaria de saber se o curso de processos gerenciais é valorizado ou não pelo fato dele ser tecnico e durar menos que os outros?no mercado de trabalho seria ruim?

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