16 de dezembro de 2011

A autocrítica de quem também deveria gritar:mapa da violencia 2012



16.12.2011| 01:30





  • Uma hora acordaremos do estado de letargia e reagiremos com a firmeza necessária ao desfile dos números dramáticos da violência nossa de cada dia. Espanta que aceitemos com total passividade relatórios como este Mapa da Violência 2012, elaborado com base em dados do Ministério da Saúde e que aponta, em termos nacionais, o registro de mais de um milhão de assassinatos no Brasil no período de 30 anos. 


  • A verdade é que vivemos um quadro de guerra em nossas cidades e nos recusamos a aceitar que assim é.

    No campo da comunicação, lamentavelmente, o quadro ainda piora. Mais do que resignação, setores até se beneficiam do cenário para obter audiência, vender jornal, criar e consolidar popularidade etc. Em que mundo vivem pessoas que se valem de uma tragédia no nível da que é desenhada no cotidiano brasileiro da insegurança pública para auferir benefícios próprios, profissionais que sejam? Saem ele às ruas? Deslocam-se com filhos e parentes pelas cidades? Encaram a violência urbana que a insensibilidade coletiva alimenta e fortalece?

    No campo mesmo do jornalismo sério há uma responsabilidade que ainda precisa ser melhor assumida. Há pouco “grito” diante do que acontece à vista de todos; a indignação permanece tímida, a cobrança por soluções que alcancem as causas deveria ser muito maior. Quando há, em verdade. A opção por reproduzir dados, discuti-los superficialmente, somente pela fala de especialistas que muitas vezes enxergam apenas os números frios, não levará a uma mudança real da situação.

    Está faltando um grito de “basta!” Assim, exclamativo. Os números são inaceitáveis e a cobrança deve ser no sentido de trazê-los a um patamar civilizado. Tudo parece errado no campo da segurança pública e as políticas tocadas na área servem apenas a interesses imediatos, sem preocupação percebida em garantir grau de profundidade ao combate das causas. O cansaço da sociedade precisa se transformar em ação cidadã. Enquanto há tempo.

    Guálter George
    Editor executivo do Núcleo de Conjuntura do O POVO ..

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