19 de setembro de 2014

Analfabetismo cai; mais crianças estão na pré-escola

PNAD 2013

Gargalo principal está no ensino médio, que atinge 84,3% dos jovens

Internet avança para 43,1% dos domicílios no país em 2013, ante 40,3% em 2012, e chega a 86,7 milhões de pessoas
DO RIO DE SÃO PAULO
Apesar do longo caminho ainda a percorrer, o país obteve em 2013 dois avanços na área de educação: o analfabetismo voltou a ceder, e cresceu o acesso de crianças de 4 a 5 anos à pré-escola.
Pelos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), a taxa de analfabetismo de pessoas com mais de 15 anos recuou de 8,7% em 2012 para 8,3% em 2013. Ainda assim, restam 13 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever.
Mais da metade dos analfabetos (53%) do país está na região Nordeste, onde a taxa é de 16,6%. O problema é mais presente entre pessoas com mais de 60 anos --23,9% das pessoas nessa faixa etária são analfabetos.
Outro foco de preocupação é a persistência do analfabetismo funcional, cuja taxa era de 17,8% em 2013 (27,9 milhões de pessoas).
O governo fixou como meta, no fim de 2012, erradicar o analfabetismo até 2020.
Fernando Veloso, pesquisador da FGV, observa que a tendência do analfabetismo é de queda.
Segundo ele, dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira, confirmam que o brasileiro está estudando mais.
O tempo dedicado ao estudo aumentou de 7,5 para 7,7 anos entre 2012 e 2013. Em uma década, isso representa mais dois anos de educação, o que é considerado um ritmo acelerado de avanço.
Outra boa notícia é o crescimento da taxa de escolarização das crianças de 4 a 5 anos: 81,2% delas estavam matriculadas em 2013, acima dos 78,1% de 2012.
O curioso é que, diferentemente dos demais indicadores de educação, o maior percentual de crianças com essa idade na escola estava no Nordeste em 2013: 86,9%.
GARGALO
Segundo a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, o "gargalo" principal está no ensino médio.
Em 2013, 84,3% dos adolescentes estavam matriculados, percentual praticamente igual ao de 2012.
Desde 2009, esse número está estagnado, o que denota, segundo Veloso, uma situação crítica do ensino nessa faixa etária.
Além do abandono, há o problema do atraso. Cerca de 4 entre 10 estudantes do ensino médio estão atrasados.
"O Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] mostrou que não está havendo avanço também do ponto de vista da qualidade [do ensino].", disse Veloso.
INTERNET
Ferramenta também de ensino, a internet avançou em 2013 e atingiu 43,1% nos lares do país --o percentual era 40,3% em 2012.
Apesar da expansão, o número total de pessoas que acessaram a rede nos três meses anteriores à pesquisa (que tem como base setembro de 2013) foi de 86,7 milhões, com alta de 2,9% ante 2013.
Foi o menor ritmo de crescimento desde 2009.

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