9 de setembro de 2016

Estado de SP avança no Ideb, mas matemática e português pioram


Rivaldo Gomes/Folhapress
Escola estadual Antonio Vieira de Souza, em Guarulhos, na Grande São Paulo
Escola estadual Antonio Vieira de Souza, em Guarulhos, na Grande São Paulo
A rede estadual de educação de São Paulo conseguiu avançar no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) do ensino médio, mas os resultados de aprendizado pioraram tanto em português quanto em matemática. Mesmo com a alta no indicador em 2015, o Estado fica abaixo da meta.
O Estado passou de 3,7 para 3,9. A meta era de 4,2.
Ao lado de Pernambuco, São Paulo tem o maior Ideb na última fase da educação básica. A diferença é que Pernambuco alcançou sua meta para 2015 (estipulada quando o Ideb foi criado, em 2007) e melhorou os indicadores de proficiência dos alunos.
Como São Paulo havia caído em 2013 —ficando atrás de Goiás no ranking por Estados—, a rede voltou ao mesmo nível que estava em 2011.
O Ideb é calculado pela nota da avaliação realizada pelos alunos (em português e matemática) e pelas taxas de aprovação escolar.
Como São Paulo teve queda nas duas disciplinas, o avanço pode ser explicado pela melhora exclusiva no fluxo, segundo o professor da USP Ocimar Alavarse.
"Essas oscilações no Ideb indicam mais uma estagnação do que melhora. Se caiu a nota, tudo foi compensado pela aprovação", diz.
DESEMPENHO
A média de matemática em São Paulo passou de 270 para 265 –abaixo da média do país e do considerado adequado para a etapa (350).
Em português, a nota foi de 269 para 268, ficando na mesma faixa da média brasileira. O adequado para essa disciplina é 300, de acordo com classificação do Movimento Todos Pela Educação.
Como esses níveis, os estudantes da rede paulista teriam dificuldade com cálculos de probabilidades em problemas simples e identificar informação implícita em texto de divulgação científica.
Para Alavarse, as falhas nas condições de oferta do ensino médio pesam mais por causa das deficiências acumuladas nos anos finais do ensino fundamental.
"O gargalo é no fundamental, porque os alunos chegam no médio sem as condições para avançar", afirma.
O Ideb dos anos finais do fundamental foi de 4,4 para 4,7. Apesar de não ter batido a meta (5), o resultado coloca São Paulo com a maior nota entre as redes estaduais, junto com Santa Catarina e Goiás.
Nos anos iniciais, o resultado é mais positivo, seguindo a tendência nacional de melhoria do 5º ano.
Com um Ideb de 6,4 em 2015, contra 5,7 em 2013, São Paulo conseguiu bater a meta de 5,8. Além disso, é o maior indicador de uma rede estadual em todo o país.
Se for levado em conta o resultado dos anos iniciais de municípios, Sobral, no Ceará, é insuperável. A cidade passou de 7,8 para 8,8 em 2015.
O governo Alckmin (PSDB) comemorou os resultados.
"No lugar de focar naquilo que não foi atingido em relação ao fundamental 2 e ao ensino médio, nós podemos dizer sim e mostrar que, em relação à educação, que tem início nos primeiros anos, aquela que é fundamental para orientar o alunado para que ele tenha um melhor desempenho, nós já estamos à frente de todo o Brasil", diz o secretário de Educação, José Renato Nalini.
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Entenda o índice

O que é o Ideb?
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica foi criado para avaliar a qualidade de escolas e das redes de ensino. Ele combina a taxa de aprovação escolar com o desempenho dos alunos.
Como esse desempenho é medido?
São usados os resultados de dois exames oficiais (Saeb e Prova Brasil), aplicados a cada dois anos no 5º e no 9º ano do ensino fundamental e no 3º ano do médio.
Como são as provas?
Elas avaliam os conhecimentos dos estudantes em português e matemática e acontecem em todas as escolas públicas com pelo menos 20 matriculados. No ensino médio e na rede privada, a aplicação é por amostragem.
Para que o Ideb serve?
A partir dos resultados, o MEC estabelece metas de desempenho por escola, município, Estado e geral do Brasil. 

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