9 de setembro de 2016

Rede municipal de São Paulo vai mal no fim do ensino fundamental


Rubens Cavallari/Folhapress
Sala de aula da escola municipal Paulo Freire, em Paraisópolis, zona sul de São Paulo
Sala de aula da escola municipal Paulo Freire, em Paraisópolis, zona sul de São Paulo
Tal como ocorre no país em geral, as escolas municipais de São Paulo cumprem a meta do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica)para os anos iniciais do ensino fundamental, mas vão mal ao final desse ciclo.
O Ideb de 2015 dos alunos do 5º ano da rede municipal foi de 5,8 —acima da expectativa de 5,4. Já para os estudantes do 9º ano foi de 4,3, bem abaixo dos 5,3 projetados.
A nota no fim do fundamental era ligeiramente maior em 2013 (4,4), igual em 2011 (4,3) e ligeiramente menor em 2009 (4,2), sempre ficando aquém da meta.
Já os alunos do 5º ano registram crescimento e superaram as metas nesse período —apesar de São Paulo não ter divulgado dados de 2013 por considerar a turma daquele ano atípica em razão da reorganização da rede.
Para a secretária Nádia Campeão (Educação), da gestão Fernando Haddad (PT), a cidade está em "rota muito boa". Em relação ao desempenho ruim no fim do fundamental, ela diz que a rede pode ter um atraso por ter adotado um ciclo de nove anos mais tarde que outros locais.
A secretária admite "pequeno impacto" de uma reformulação mais recente. Em 2013, a prefeitura alterou a política de progressão continuada, com mais possibilidades de reprovação de alunos. "Tivemos um aumento na retenção, mas isso é em benefício de reforçar o aprendizado."
Para Alexandre Schneider, secretário de Educação no mandato de Gilberto Kassab (PSD), os resultados dos alunos do 9º ano são "sinal de que só aumentar a reprovação não é uma boa estratégia".
VILA MARIANA
Escola municipal de São Paulo com a melhor nota no Ideb nos dois ciclos do fundamental, a Padre Manoel de Paiva, na Vila Mariana (zona sul), já colecionava bons resultados. Na sala da direção, há um troféu pela alta taxa (de 75% a 80%) de alfabetização ainda no primeiro ano.
O fato é tido como umas das causas do bom desempenho do colégio nas avaliações, pois os alunos dos anos iniciais estão avançados.
"Qualquer diferença que eles percebem chamam os pais para conversar. Foi isso que aconteceu quando me separei do pai das minhas filha", diz a operadora de telemarketing Lorraine de Almeida, 28, com duas filhas lá.
A Manoel de Paiva, que possui 485 alunos e 45 professores, tem períodos integrais de nove horas do 1º ao 4º anos há uma década. O 2º, 3º, 5º e 6º anos também são integrais, mas de sete horas. Alunos do 7º ao 9º anos ficam cinco horas na escola.
O colégio oferece aulas de música, artes e produz um jornal com alunos. Muitos dos professores trabalham na escola há 15 anos.

Entenda o índice

O que é o Ideb?
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica foi criado para avaliar a qualidade de escolas e das redes de ensino. Ele combina a taxa de aprovação escolar com o desempenho dos alunos.
Como esse desempenho é medido?
São usados os resultados de dois exames oficiais (Saeb e Prova Brasil), aplicados a cada dois anos no 5º e no 9º ano do ensino fundamental e no 3º ano do médio.
Como são as provas?
Elas avaliam os conhecimentos dos estudantes em português e matemática e acontecem em todas as escolas públicas com pelo menos 20 matriculados. No ensino médio e na rede privada, a aplicação é por amostragem. 

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