Protesto cobrará o pagamento da Lei do Piso nacional da categoria e valorização dos funcionários
28 de fevereiro de 2013 | 19h 43
Estadão.edu, com Agência Brasil
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) convocou uma greve de professores e funcionários da rede pública de ensino do País entre os dias 23 e 25 de abril. O protesto, que foi marcado no fim do ano passado, visa a cobrar o pagamento do piso do magistério e o estabelecimento de um plano de carreira com jornada de trabalho definida para todos os profissionais em educação.
"Esta semana tradicionalmente se destina ao debate das questões educacionais e terá como prioridade o debate sindical da mobilização. Será mais um ano em que estaremos lutando para que o piso salarial nacional seja efetivamente aplicado no nosso País", diz o presidente da CNTE, Roberto Leão, em mensagem publicada no site da organização.
De acordo com a Lei do Piso, todos os professores que tenham carga horária semanal de 40 horas devem receber uma remuneração básica que, hoje, é de R$ 1.567 por mês. Um terço da jornada de trabalho dos docentes deve ser reservado para atividades extraclasse.
A CNTE diz que só os Estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso e Rondônia, além do Distrito Federal, cumprem integralmente a lei - criada em 2008 e julgada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2011. Outros dez Estados cumprem parcialmente, e oito descumprem a lei. O restante está em negociação com os sindicatos.
Já o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) diz que todos os Estados "já pagavam, em abril de 2011, o valor do piso aos professores com formação de nível médio na modalidade normal". Com relação à jornada de trabalho dos docentes, o órgão informou que "em breve" os Estados também irão adotar o limite imposto pela lei - dois terços para interação com os estudantes e um terço para atividades extraclasse.
O STF decidiu ontem que os Estados devem pagar o piso retroativo ao período a partir de abril de 2011. A maioria da Corte acolheu a justificativa dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Ceará e Mato Grosso do Sul, de que teriam dificuldades para custear a diferença salarial entre 2008 e 2011.
Quatro Estados e DF cumprem integralmente a lei do piso dos professores, diz CNTE
Já a entidade dos secretários de Educação diz que todos os Estados já pagam a remuneração básica
28 de fevereiro de 2013 | 18h 26
Agência Brasil
Apenas quatro Estados e o Distrito Federal cumprem integralmente a Lei do Piso Nacional do Magistério, informou a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Já o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) disse, em nota, que os Estados "já pagam o valor do piso aos professores com formação de nível médio na modalidade normal".
Desde que foi sancionada, a lei é motivo de embate entre os trabalhadores e governos estaduais e prefeituras. Prefeitos e governadores argumentam não ser possível pagar o valor proposto com os repasses atuais para a educação. O piso salarial nacional do magistério da educação básica chega a R$ 1.567.
Nesta quarta-feira, 27, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que, embora tenha sido editada em 2008, a lei tem validade a partir de abril de 2011, data em que a Corte confirmou sua legalidade. Os ministros atenderam a recursos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Ceará e Mato Grosso do Sul, que alegaram dificuldades para adaptar as finanças às novas regras. A decisão resolve dúvidas sobre a formação de passivo que poderia ser cobrado pelos professores pelos salários inferiores ao piso antes de 2011.
De acordo com o presidente da CNTE, Roberto Leão, a decisão do STF não deixa mais nenhuma brecha para o descumprimento da lei. Estados e municípios que desde abril de 2011 não estavam pagando o piso poderão ser acionados na Justiça para o pagamento retroativo de 2011 até o presente momento.
A categoria pretende se mobilizar para o cumprimento da lei com passeatas, e se necessário, greves. "Só queremos o cumprimento da lei. Parece algo tão óbvio de se pedir", disse Leão. Além do valor do salário, a lei trata também sobre as condições de trabalho, estipulando, por exemplo, jornada de no máximo dois terços da carga horária para o desempenho das atividades de interação com os alunos. Segundo a confederação, as únicas unidades federativas que cumprem a lei na totalidade são Acre, Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso e Rondônia. Mais dez Estados cumprem parcialmente, e oito descumprem a lei. O restante está em negociação com os sindicatos.
Em nota, o Consed informou que, desde a aprovação da lei, os Estados vêm ajustando os padrões de remuneração do magistério e acolhem "sem surpresa ou impacto" a decisão do STF. Na nota, o conselho disse que "todos (os Estados) já pagavam, em abril de 2011, o valor do piso aos seus professores com formação de nível médio na modalidade normal". Com relação à jornada de trabalho dos docentes, o conselho informou que "em breve" os Estados também irão adotar o limite imposto pela lei - dois terços para interação com os estudantes e um terço para atividades.
Em relação aos municípios, não há um levantamento que indique quantos estão em conformidade com a lei. Para a presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleuza Repulho, é "importante que todos os municípios garantam o piso para atrair novos profissionais e valorizar os que estão nas escolas". No entanto, "boa parte" deles não consegue pagar os salários. "Precisamos da aprovação do Plano Nacional de Educação e dos recursos dos royalties e do pré-sal para conseguir cumprir as metas de universalização da educação do próprio plano."
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