Juventude, trabalho e estudo
Segundo dados Organização Internacional do Trabalho (OIT), que compõem o relatório Juventude e Trabalho Decente na América Latina e no Caribe, baseado em dados de 2005, o índice de desemprego juvenil é o triplo do de adultos. Um em cada cinco jovens não trabalha nem estuda na América Latina. Dos 106 milhões de pessoas de 15 a 24 anos da região, 22 milhões estão nessa situação. Os dados mostram que 6% dos adultos estão desempregados. Entre os jovens, o índice é quase o triplo: 17%. Já no total da massa de trabalhadores da região, eles representam 46% dos desempregados. Contrariando imagens estereotipadas referentes à juventude brasileira, mais de 80% dos jovens desenvolvem alguma atividade considerada legítima e apropriada para a idade: estudam, trabalham ou fazem as duas coisas ao mesmo tempo. Entretanto, quase 20% dos jovens não estudam nem trabalham, o que representa um contingente de quase 7 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos em situação de elevada vulnerabilidade. Aproximadamente 30% dos jovens só estuda, 18% estudam e trabalham, 32% só trabalham e 20% nem estudam nem trabalham. É o que revela o Índice de Desenvolvimento Juvenil (IDJ) 2007, estudo que focaliza a situação social e econômica dos jovens do Brasil. Outro dado comprovado é a ligação direta entre a violência e a falta de escolaridade e trabalho. Os estados que lideram o ranking de homicídios na juventude também estão entre os que apresentam os maiores índices de jovens que não trabalham nem estudam, dado este resultado do cruzamento de duas pesquisas realizadas pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) sobre a realidade de brasileiros com idade entre 15 e 24 anos. De acordo com o Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros, divulgado pela OEI, em 2004, os Estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Distrito Federal e Amapá foram os que mais registraram casos de assassinatos nessa faixa etária. Os dois primeiros possuem uma taxa de mais de 100 mortes para cada grupo de 100 mil jovens. Ou seja, um em cada grupo de mil jovens tem uma morte violenta. Ao fazer um cruzamento da violência com os resultados do Relatório de Desenvolvimento Juvenil, divulgado em 2006, é possível mostrar que esses Estados também apresentam altas taxas de desocupação de jovens. Pernambuco e Amapá, por exemplo, possuem duas das dez maiores taxas de jovens que não trabalham ou estudam - 23,1% e 22,7%, respectivamente. Todos os Estados mais violentos, com exceção do Espírito Santo, têm um número de desocupados acima da média nacional, que segundo o IBGE é de 19,8%. No Paraná, segundo informação constante do Relatório de Desenvolvimento Juvenil 2007, quase 350 mil paranaenses com idades entre 15 e 24 anos, o que representa 18,9% da população desta faixa etária, não estudam e nem trabalham; outros 36,8% apenas trabalhavam; e 25,4% somente estudavam. Os restantes 19% exerciam as duas atividades ao mesmo tempo. Entre os que trabalham, a renda média é de R$ 487,70 por mês - os homens, em geral, ganham 22,9% a mais do que as mulheres. O relatório deixa o Paraná na 24ª posição quando mede o índice de mortes violentas entre a população jovem. Proporcionalmente, o Estado só registrou menos casos desse tipo do que o Espírito Santo, Pernambuco e Rio de Janeiro. Diante dos dados apresentados está evidente que nossos governantes precisam pensar em novas políticas públicas de juventude no tocante à inclusão ao trabalho e estudo. | |
16 de abril de 2010
Postado por
jorge werthein
às
06:51
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