11 de novembro de 2011 Educação no Brasil | Gazeta do Povo | Opinião | PR A nova economia só acontecerá se houver vontade genuína para isso. E esse despertar é condicionado à mudança do massificado modelo educacional vigente Com a promessa de ser o principal evento na agenda sustentável de 2012, a Conferência Rio+20 reunirá, em junho do ano que vem, os principais chefes de Estado do mundo, instituições acadêmicas e empresariais, ONGs e representantes da sociedade civil para debater a construção de uma nova economia, que consiga ser limpa e inclusiva. Chamada de Economia Verde, ela será a grande estrela no tabuleiro das discussões desse encontro mundial que também debaterá instrumentos para erradicar a miséria absoluta e o desenho de uma governança global para a sustentabilidade. A Rio+20 já movimenta a agenda de instituições importantes como o Comitê Brasileiro do Pacto Global e os Princípios para Educação Empresarial Responsável (PRME) da ONU, além dos órgãos governamentais responsáveis pela Conferência. Todo esse trabalho que já começou, deverá culminar em diversos encontros que antecederão a agenda oficial do evento, totalizando quase um mês de atividades. Revendo a Eco 92, é satisfatório constatar que já não identificamos apenas o lado verde como ponto crítico neste processo. Além dele, sabemos que os pilares social e econômico são essenciais para que as transformações realmente aconteçam. E foi motivado por este fato que o setor privado entrou na arena das discussões. Nunca existiram tantas empresas engajadas na implantação de questões ambientais e sociais em sua estratégia. Este posicionamento, que fique bem claro, almeja o retorno tangível e intangível, o que não é, de forma alguma, algo errado. Entretanto, o grande desafio é olhar adiante da fria matemática do lucro. Sem dúvida ela é importante para que as ações não percam fôlego, mas quando falamos de sustentabilidade, nos referimos a uma grande mudança de modelo mental. É para este conceito que a Rio+20 deve atentar. Empresas, governos, ONGs são liderados por pessoas. São essas pessoas que devem ser conscientizadas, formadas e engajadas. A ONU declara que para dar o start no processo da Economia Verde seria necessário investir 2% do PIB mundial em alguns setores-chave. Tenho me perguntado se a definição de números é suficiente para dar o primeiro passo. A meu ver, é com o uso dos recursos que devemos nos preocupar. Quanto desse porcentual está destinado à educação? Mais do que isso, será que o setor educacional como um todo, seja ele público ou privado, já acordou para sua nova responsabilidade com o futuro do planeta? Somos nós que educamos os profissionais que estão ou estarão no mercado de trabalho, lidando com todas essas transformações da tão aguardada Economia Verde. Nosso papel é de primeira importância, uma vez que princípios e valores, quando consolidados, não mudam de acordo com a flutuação do dólar ou com a inflação. A nova economia só acontecerá se houver vontade genuína para isso. E esse despertar é condicionado à mudança do massificado modelo educacional vigente, desde o ensino básico até as escolas de negócio. É preciso educar de forma customizada, potencializando características próprias, e incentivando a reflexão que resultará em novos comportamentos, sob a ótica da responsabilidade de cada um com o futuro. Trazer esta preocupação à Rio+20 é dotar os debates de um realismo comprometido com a construção de uma trajetória sustentável para a Economia Verde. Norman de Paula Arruda Filho, coordenador da Força Tarefa de Educação do Comitê Brasileiro do Pacto Global, é presidente do ISAE/FGV. Tweet |
11 de novembro de 2011
Mais educação na Rio+20
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jorge werthein
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