7 de dezembro de 2011

Uma única saída - ELOI S. GARCIA


de 

No Brasil, os esforços no investimento em ciência, desenvolvimento e inovação basicamente são realizadospelo governo, com agências como a Capes, CNPq, Finep (governo federal) e Faperj, Fapesp, Fapemig etc (governos estaduais).

Com a crise financeira mundial, é opinião dos cientistas que para superar esta situação há necessidade de colocar mais recursos financeiros na chamada economia do conhecimento, desenvolvimento e inovação.
Em nosso país, o gasto total em ciência e inovação nos últimos anos tem aumentado razoavelmente, mas o financiamento público nestas atividades nas universidades e institutos de pesquisas segue predominando.

Todos os dados que examinamos confirmam a tendência negativa de investimento em ciência e inovação pelo setor privado. Há somente uma saída, convencer as empresas a investir mais nestas áreas, já que em nosso país o número de indústrias que realizam pesquisa e desenvolvimento é mínimo.

Os países com mais destaque no setor industrial vêm também sofrendo o impacto da crise econômica, masmesmo assim seguem aumentando seus gastos em ciência e inovação. Por exemplo, a Filândia, país que lidera o investimento em ciência e tecnologia na Europa, passou de investir 3,7% de seu PIB nestas áreasem 2009 para 3,9% em 2010; a Dinamarca cresceu de 2,7% a 3%; a Alemanha de 2,6% em 2009 a 2,75% em 2010.

Vários países europeus propõem aumentar a financiamento em pesquisa e competitividade. Esta é umapolítica prioritária para a Europa e é importante salientar que predominantemente estes investimentos são dosetor privado nas áreas de tecnologias importantes, como na comunicação e informação, energia segura, agricultura sustentável, meio ambiente, clima, saúde etc. O objetivo final é que os resultados destasinvestigações cheguem ao mercado rapidamente.

As pesquisas precisam de investimentos. Falta uma política para as indústrias aumentarem a aplicação de recursos financeiros em investigação, desenvolvimento e inovação, aumentando a competitividade para o crescimento de forma sustentável.

ELOI S. GARCIA foi presidente da Fundação Oswaldo Cruz, pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz e do Inmetro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário