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Levantamento recente do Ministério da Saúde mostrou que o número de mortes por acidentes de moto aumentou 21% nos últimos anos e, pela primeira vez, a taxa de mortalidade superou a de pedestres e a de outros veículos. Houve ainda um aumento de 113% nos custos do SUS com o tratamento e a internação dos motociclistas entre 2008 e 2011.
Esses dados merecem muita atenção. São resultados de uma verdadeira guerra no trânsito. Enquanto as vítimas aumentam a triste estatística brasileira, observamos um crescimento significativo na venda de motos. No interior a situação é dramática.
O motociclista absorve toda a energia do trauma do acidente e, quando sobrevive, sofre lesões gravíssimas e com sequelas incapacitantes. O para-choque da moto é a perna do condutor e do passageiro, que sofrem fraturas expostas, além de casos de esmagamentos e amputações dos membros inferiores ou superiores. As características da rodovia, o consumo de álcool, a falta do capacete e a alta velocidade são fatores que contribuem para aumentar a gravidade das lesões.
As lesões poderiam ser evitadas se o condutor estivesse dirigindo um carro com o cinto afivelado e air bag , por exemplo. Apesar das modernas técnicas de cirurgia e de reabilitação, a pessoa dificilmente recupera a qualidade de vida que tinha antes. No Into, realizamos 825 cirurgias em 2011 somente no centro de trauma, sendo 350 de diversos tipos de fratura. Neste primeiro semestre, já são 452 cirurgias, sendo 174 de fraturas. Estimamos que 40% do total dos procedimentos são devidos a acidentes com motociclistas e carona, além de atropelamentos.
Por todos esses motivos, não há dúvidas de que precisamos de uma mudança de cultura urgente como ocorre na luta contra o tabagismo. É preciso realizar ações direcionadas aos condutores de motocicletas, aliadas a um trabalho diário de conscientização e educação no trânsito nas cidades, além da adoção de medidas preventivas e punitivas como a Lei Seca.
O GLOBO
24/07/2012
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