6 de setembro de 2014

Ensino médio não bate meta nacional e cai em 16 Estados

O BÁSICO DA EDUCAÇÃO

Aluno perde rendimento com o tempo, mostra principal indicador da educação

Ministro afirma estar 'preocupado' com a perda de qualidade; rede privada também tem desempenho ruim
DE SÃO PAULODE BRASÍLIA, Folha de S.Paulo, 6/9/2014
Novos dados oficiais mostram que o país segue com as mesmas dificuldades na educação: o ensino médio público, etapa com mais problemas no país, estagnou em patamar baixo e não atingiu meta de qualidade do governo.
Em 16 Estados, incluindo São Paulo, a nota chegou a cair. Apenas 8 melhoraram. A rede paulista, porém, segue como a segunda melhor.
As constatações estão presentes no Ideb, indicador federal que alia desempenho dos estudantes em provas de português e matemática com taxas de aprovação.
Métrica oficial da qualidade de ensino no país, ele é divulgado a cada dois anos. Os dados apresentados nesta sexta-feira (5) são de 2013.
A nota no ensino médio público, que concentra 85% das matrículas, ficou em 3,4, a mesma de quatro anos atrás. Essa etapa é basicamente oferecida pelos Estados, mas cabe à União dar apoio financeiro e técnico às redes.
A meta para 2013 era de 3,6, e o governo considera 4,9 como patamar ideal. Os objetivos são fixados para que o Brasil tenha, em 2021, qualidade no ensino semelhante à de nações desenvolvidas.
MAIS QUEDAS
A rede particular também enfrentou dificuldades no ensino médio. A nota foi de 5,7 para 5,4 em dois anos. Mas ela segue à frente da pública.
Outro grupo que apresentou problemas foi de alunos mais velhos do fundamental (6º ao 9º ano). Eles tiveram pequena melhora na nota, mas não atingiram a meta.
Já os mais novos (1º ao 5º ano) mantiveram aumento nos indicadores e atingiram o patamar esperado.
Ou seja, o sistema educacional tem ficado melhor para os estudantes mais novos, mas esse ganho se perde com o passar das séries.
O ministro Henrique Paim (Educação) disse ter ficado "preocupado" com os anos finais do fundamental, que não bateram a meta (o que não ocorria desde 2005). Afirmou que precisa avaliar o que ocorreu para propor mudanças.
Em relação ao ensino médio, afirmou ser "unanimidade que precisamos rever" essa etapa de ensino.
Em 2012, quando foram divulgados os dados da avaliação do ano anterior, o governo Dilma prometeu reformar o currículo, para que os alunos tivessem menos disciplinas. A mudança ainda não ocorreu. Segundo o ministro, o processo está em curso.
O governo não divulgou o desempenho dos alunos nas provas e taxas de aprovação.

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