O governo do Estado vai instalar mais 10 Unidades Paraná Seguro (UPS) em regiões de risco em Curitiba, como estão sendo chamadas as bases inspiradas nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) cariocas. O projeto funciona em caráter experimental na capital e, depois, deve ser estendido para o restante do Estado. Nesta quinta-feira, o governo colocou em prática a primeira ação deste projeto, no bairro Uberaba, em Curitiba.
De acordo com a Polícia Militar, até o dia 7 de março devem ser realizadas abordagens constantes a moradores, residências e estabelecimentos comerciais da região. A assessoria de imprensa da PM divulgou que, até o início da tarde, foram abordadas 2.371 pessoas e 1.351 veículos. Um automóvel que tinha alerta de roubo foi recuperado. Três pessoas foram presas até o início da tarde, sendo duas por tráfico de drogas.
O projeto da UPS prevê o policialmento comunitário, após uma ação mais contundente de segurança. Serão implementadas políticas públicas no bairro, um dos que mais apresenta crimes na cidade e que comporta várias comunidades onde há índices elevados de criminalidade. As principais são vila Audi, União, Icaraí, Jardim Primavera, Centenário e Ferroviária. O bairro Uberaba fica no limite de Curitiba com São José dos Pinhais, na região metropolitana, sendo delimitada pela BR-277, e a Avenida Comendador Franco, a principal ligação entre as duas cidades, usada para o acesso ao Aeroporto Internacional Afonso Pena.
Comerciantes relataram aos policiais que aprovam a medida, mas que querem uma sequência de ações. Os moradores pedem que as abordagens sejam efetuadas também durante a noite e a madrugada, quando criminosos circulam livremente.
O comandante geral da PM, coronel Roberson Bondaruk, afirmou que duas bases de UPS serão instaladas no bairro Uberaba. Primeiramente, serão levados para a região dois módulos móveis, depois serão construídos duas unidades fixas para a polícia no bairro. "Será mantido o policiamento intensivo por mais 15 dias. Depois, os policiais vão fazer um processo de visitas domiciliares, com policiais treinados em policiamento comunitário", explicou para a imprensa. Há viaturas em praticamente todas as esquinas das entradas e saídas das vilas.
A Vila Icaraí, uma das localizadas dentro do bairro Uberaba, foi palco de uma chacina que chocou Curitiba, em outubro de 2009. Seis homens atiraram a esmo e mataram oito pessoas, deixando outras duas feridas. Tudo aconteceu no limite entre a Vila Icaraí e a Vila União, um dos bolsões de pobreza da capital paranaense, supostamente por vingança de traficantes da região - o sobrinho de um deles havia sido morto por rivais no comércio ilegal de drogas. Na época, a Polícia Civil classificou a chacina como algo atípico e confirmou que tudo aconteceu por conta do controle do tráfico de drogas.
De acordo com a pesquisa Mapa da Violência 2012, do Instituto Sangari, Curitiba passou da vigésima para a sexta posição entre as capitais com maiores índices de homicídios - a maior alta nos registros de criminalidade de uma capital nos últimos dez anos. A taxa de homicídios na cidade chegou aos 55 para cada grupo de 100 mil habitantes, mais que o dobro da média do País. O Rio de Janeiro ocupa, hoje, a 23ª posição, distante do sexto lugar em que aparecia em 2000.
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