27 de março de 2012

Violencias nas escolas; Crianças são obrigadas a ficar nuas em sala de aula em MG


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SÃO PAULO - A Polícia Civil abriu inquérito para apurar a denúncia de que 15 crianças de 8 e 9 anos tiveram que ficar nuas na sala de aula em uma escola municipal de São Gonçalo do Sapucaí, em Minas Gerais. Os estudantes disseram aos pais que uma monitora e uma professora tomaram a medida por causa do sumiço de R$ 32. A monitora já assinou um termo de desistência do cargo, e a professora está afastada.
- Em tese, há a possibilidade dessa prática enquadrar como infração penal, que será investigado como inquérito policial. Todos os envolvidos serão ouvidos - afirmou o delegado Wellington de Castro, responsável pelo inquérito.
Alguns pais já contrataram um advogado, que já entrou com uma ação no Ministério Público.
- Representamos baseado em dois artigos do Código Penal, constrangimento ilegal e ameaça - conta o advogado de uma das famílias, Jorge Fernando dos Santos.
Um menino de 8 anos contou que eles foram para uma sala e lá tiveram que tirar a roupa, e foram orientados a não contarem o fato aos pais.
- Ela falou para a gente ir para a sala dela. A bolsa dela estava aberta. Separou as meninas e os “homens” foram primeiro para tirar a roupa, tirar a calça e a cueca. E falou que ia dar suspensão para quem falasse para o pai e para a mãe - relatou um menino.
O caso aconteceu na Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida no último dia 20. O dinheiro teria sumido da bolsa de uma monitora de um programa de erradicação do trabalho infantil. As 15 crianças que estavam na sala teriam sido obrigadas a ficarem nuas diante da monitora e de uma professora.
A diretora diretora da escola, Maria Olímpia Magalhães, afirmou que esse não é o procedimento usado pela escola.
- Quando acontece alguma coisa de minha responsabilidade eu chamo as crianças uma a uma para conversar na minha sala, para perguntar o que aconteceu, como foi. Não desta maneira. Neste caso, o fato aconteceu antes de me comunicarem - disse a diretora.
Segundo a secretária de Educação do município, Marli Oraboni de Souza, a monitora estava em seu segundo dia de um período de experiência na escola como voluntária da Secretaria de Assistência Social.
- Abrimos um processo administrativo porque a professora estava na sala - relata Marli.
Uma das mães disse que o filho não quer voltar para a escola, porque os colegas estão chamando o menino de ladrão. Duas novas funcionárias já foram contratadas para a função.

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