21 de julho de 2012

Taxa de homicídios sobe 45,5%

O Popular, Goias, 21/7/2012


A taxa de homicídios em Goiás por 100 mil habitantes saltou 45,5%, indo de 20,2 para 29,4 entre 2000 e 2010, fazendo com que o Estado ocupe a 15º posição no ranking nacional elaborado em pesquisa do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela). Esse aumento pode ser observado também nas taxas da capital, Goiânia, e de algumas cidades do interior, como as do entorno de Brasília.
Enquanto a taxa nacional ficou praticamente estagnada no período analsiado - reduzindo de 26,7 para 26,2 -, as de Goiás aumentaram. Em Goiânia, o número de homicídios, em cada 100 mil habitantes, subiu de 28,6 para 39,8. Se acrescentarmos os dados da Região Metropolitana aos da capital, a taxa, que em 2000 era 25,3, sobe para 33,3 dez anos depois. No interior do Estado, o aumento foi de 13,1 para 18,1.
Segundo a pesquisa, os números de homicídios em Goiás começaram a crescer intensamente em 1998. Neste ano, a taxa nacional era de 25,9 homicídios em 100 mil habitantes, enquanto a do Estado foi de 13,4 - quase a metade. De 1998 até 2010, a taxa de Goiás mais que duplicou: cresceu 119,4%, atingindo 29,4. Com esse ritmo de crescimento, em 2010 a taxa do estado, que era quase a metade da nacional, passou a superá-la em 12,2%.
Na lista dos 200 municípios nacionais com maiores taxas de homicídios no período analisado, oito cidades do interior de Goiás entram na lista. Águas Lindas de Goiás, que ocupa o primeiro lugar no ranking estadual, aparecem em 79º lugar na lista, com taxa de 61,7 homicídios a cada 100 mil pessoas, número maior que o dobro da taxa de Goiânia. A população de Águas Lindas, no entanto, é bem menor que a da capital: são 150 mil habitantes.
As outras sete posições também são ocupadas por cidades localizadas no entorno de Brasília, ou na chamada Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal (Ride). São elas Cristalina, Valparaíso de Goiás, Novo Gama, Santo Antônio do Descoberto, Luziânia, Cidade Ocidental e Planaltina.
O estudo também aponta os números para casos de homicídios por raça, cor e gênero. Em 2010, Goiás era o 10º estado no ranking das taxas de homicídios de pessoas brancas, com 14,3 casos em 100 mil habitantes. No caso de pessoas negras, a taxa era de 41,9, e a posição do estado, a 9ª. Na lista de homicídios femininos, Goiás apresentou 5,1 casos a cada 100 mil mulheres, ocupando o 12º lugar.
A nova edição do Mapa da Violência, elaborado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, traz grave alerta sobre o que chama de 'epidemia' da violência no Brasil contra crianças e adolescentes. Em um ranking de 92 países do mundo, apenas El Salvador, Venezuela e Guatemala apresentam taxas de homicídio maiores que a do Brasil (44,2 casos em 100 mil jovens de 15 a 19 anos). Todos os três países têm economia menor que a brasileira, atualmente a 6ª maior do mundo, e não dispõem de um sistema de proteção legalizado como o Estatuto da Criança e do Adolescente. (Com Agência Brasil)
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