8 de dezembro de 2014

Brasil tem apenas uma universidade entre as melhores do mundo





O Brasil tem apenas uma universidade entre as 150 instituições de ensino superior preferidas por grandes empresas ao redor do mundo. É o que diz a pesquisa anual Global Empolyability Survey, feita com 4.500 recrutadores de diferentes companhias em 20 países e publicada pelo “New York Times". Para esses recrutadores, o critério mais importante ao avaliar uma universidade é, de longe, a formação de profissionais prontos para o mercado.
Como era de se esperar, EUA e Reino Unido são os países com mais universidades bem colocadas. A britânica Cambridge, por exemplo, aparece em primeiro lugar, seguida da americana Harvard. Entre as dez melhores, há seis instituições do Tio Sam, entre elas o Instituto Tecnológico da Califórnia (CalTech) e o Instituto de Tecnologia de Massassuchetts (MIT). O Brasil, que ano passado constava da lista completa com dois nomes, aparece agora apenas com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), na 109ª posição. Ano passado, a FGV estava em 93º lugar, e a Universidade de São Paulo (USP), que em 2013 ficou com o 113º, saiu do ranking.
Este é o quarto ano consecutivo da pesquisa, publicada pelo “New York Times". Além de ouvir dos recrutadores quais as suas universidades favoritas para caçar talentos, os responsáveis pela consulta perguntaram a eles quais os principais critérios para formular essas opiniões.
Em busca do futuro
Segundo os recrutadores, as únicas nuvens que devem existir na cabeça de futuros graduandos são as i-clouds. Seus pés devem estar plantados em suas áreas de especialização, como resultado de uma formação mais focada na prática e no trabalho em estágios. De acordo com 37,1% dos entrevistados, a empregabilidade é o critério nº 1 para a escolha da universidade.
A diferença do ranking atual para os outros é a maior preocupação com as habilidades profissionais dos formandos, em vez do desempenho acadêmico deles. Os resultados pretendem delinear um modelo global de Universidade do Futuro, identificando os segredos por trás das grandes marcas e destacando as questões que merecem mais atenção. Entre os destaques, é notável a globalização do ensino superior, do emprego e das informações. Mas, segundo 60,7% dos entrevistados, um modelo de universidade global ainda vai surgir.
— Os resultados da pesquisa confirmam que “global” é a palavra chave para as universidades do amanhã — afirma Laurent Dupasquier, diretor-associado do Emerging, que usa uma metáfora futebolística para explicar seu ponto de vista:
— Os jogadores de primeira linha, as marcas globais (que tendem a ser americanas ou britânicas) continuam a liderar, enquanto outras universidades anglo-saxônicas, principalmente aquelas com jogadores regionais, tendem a não se sair tão bem, com uma queda média de cinco posições em relação ao ano passado. É como se a liga dos campeões fosse uma comunidade internacional, e que pensa internacionalmente, enquanto os demais estudantes continuam com uma visão local.
Enquanto as primeiras colocadas permanecem anglo-saxônicas, com pouco menos de 50% do total (3% abaixo da pesquisa realizada no ano passado, com os EUA ocupando 28% deste percentual), o notável crescimento das universidades asiáticas no ranking é um fator crucial para o seu entendimento. Trinta instituições asiáticas passaram a representar 20% do ranking total, o dobro do percentual alcançado na primeira pesquisa, realizada em 2010. Um resultado particularmente significativo para a China (com 7 instituições), que teve suas universidades que já estavam no ranking subindo em média cinco posições, com a entrada de mais duas instituições na lista. Outros destaques são a Coreia do Sul e Hong Kong, com quatro universidades listadas, e o crescimento das instituições indianas — cinco universidades listadas, sendo duas novatas na lista anual.

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