17/12/2014 às 10h28
RIO - Quase dez milhões de jovens brasileiros, com idade entre 15 e 29 anos, não estudam nem trabalham. É quase a população de Portugal ou três vezes o número de habitantes do Uruguai. A constatação foi feita pela pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2014, divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) .
De acordo com os cálculos do IBGE, existem 49 milhões de brasileiros com idade entre 15 a 29 anos. Assim, um de cada cinco jovens está no grupo que especialistas chamam de “nem-nem”, que não estão na escola nem empregados. O IBGE pondera que, desse contingente, 26,3% estão em busca de emprego.
Entre as cinco grandes regiões brasileiras, o Sudeste tem o maior índice de jovens que não trabalham nem estudam com 37,9%, seguido pelo Nordeste, com 35,2%. No Norte, o indicador fica em 10,6%, sendo 9,6% e 6,7% no Sul e Centro-Oeste do país, respectivamente.
Segundo o IBGE, 69% dos nem-nem eram mulheres. Dos jovens que não estudam nem trabalham, 63% são pretos ou pardos, ao passo que 48% têm ao menos um filho. O instituto destacou que os jovens que não trabalhavam nem estudavam apresentaram 8,6 anos de estudo, em média. “Os nem-nem no Brasil têm um perfil: a maioria é mulher, mãe, do Norte e Nordeste, com nível de escolaridade mais baixo”, afirmou Cintia Simões, pesquisadora do IBGE.
Desemprego
Os jovens são a parcela da população mais afetada pelo desemprego no país, segundo os dados do IBGE. A taxa de desemprego entre quem tem de 16 a 24 anos ficou em 14,8% em 2013. Entre os que têm entre 25 e 39 anos, o indicador ficou em 6,2%, caindo para 3,7% entre aqueles com 40 a 49 anos de idade. Na população com 50 anos ou mais, o desemprego é de 2,3%. Apesar de ainda alto, o desemprego na população mais jovem caiu fortemente nos últimos anos, já que em 2004 a taxa era de 17,9%.
A SIS utiliza dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013, Censo Demográfico 2010, a Projeção da População do Brasil por sexo e idade 2013, do IBGE, além de bases de dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Saúde.
(Diogo Martins | Valor)
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