Na prova de 2013, 7,3% dos colégios entre os 10% mais bem colocados do país pertenciam ao sistema público
Em 2012, públicas eram 6,6% das melhores; para especialista, isso não significa avanço do ensino oferecido
Dados do Ministério da Educação tabulados pela Folha mostram que, em 2013, 7,3% dos colégios entre os 10% mais bem colocados no exame eram públicos. Em números absolutos, foram 107 instituições, entre as 1.472 que ficaram na elite do país.
No ano anterior, eram 6,6% públicas entre as melhores.
Essa participação caía desde 2009, quando o Enem foi ampliado e passou a funcionar na prática como vestibular para selecionar calouros das universidades federais.
Apesar do avanço, a melhor escola pública aparece só na 12º posição do ranking: o colégio de aplicação da UFV (Universidade Federal de Viçosa), em Minas, que seleciona seus alunos. No último Enem, quando também foi o melhor público, estava em 7º.
O ranking é liderado pelo Objetivo Integrado, colégio particular da capital paulista no topo da avaliação nacional pelo quinto ano seguido.
Para calcular as médias das escolas, a Folha considerou as quatro provas objetivas do Enem --linguagem, matemática, ciências humanas e da natureza.
Ao todo, 14.715 escolas compõem o ranking. Só foram divulgadas as notas de instituições com mais de dez alunos no 3º ano do ensino médio e onde mais da metade deles fez a prova.
Neste ano, pela primeira vez o governo divulgou o nível socioeconômico de cada escola, com base em questionário respondido pelos alunos e que considera itens como escolaridade dos pais, posse de bens e renda familiar.
Outra novidade foi a publicação de um indicador sobre a formação do corpo docente de cada escola. Os dados mostram que as melhores escolas têm mais professores com formação específica para a disciplina que lecionam.
Também foi divulgada pela primeira vez a média das notas do grupo de 30 melhores alunos de cada escola.
Para o Inep (órgão do MEC que aplica o Enem), as novas informações ajudam a contextualizar os resultados.
"O país é desigual. Dizer que a escola que atende a quem trouxe pouco de casa tem pior desempenho do que aquela que atende a quem trouxe muito é análise pouco informativa", diz Chico Soares, presidente do Inep.
Para Priscila Cruz, diretora-executiva do movimento Todos pela Educação, o avanço da rede pública não significa melhora do ensino --provas que apuram a qualidade da educação, como a Prova Brasil, mostraram piora no ano passado.
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