10 de dezembro de 2014

Estagnado, SP perde 3 posições em prova nacional de português



Em matemática, desempenho da rede paulista no ensino fundamental também ficou estável
Para secretário da Educação, uma dificuldade de melhoria nas médias é o tamanho da rede, a maior do país
FÁBIO TAKAHASHIDE SÃO PAULOFLÁVIA FOREQUEDE BRASÍLIA, 10/12/2014, Folha de S.Paulo

A rede estadual de São Paulo não conseguiu melhorar entre 2011 e 2013 sua média na prova nacional de português para estudantes do fim do ensino fundamental.
O desempenho fez com que o Estado caísse três posições no ranking nacional.
Agora, o sistema sob responsabilidade do governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem a 10ª maior média nacional na Prova Brasil, avaliação feita a cada dois anos pela União. Foi superado por Acre, Espírito Santo e Ceará.
Em matemática, o desempenho também está estagnado, e o Estado se manteve em 9º no país. Minas Gerais lidera nas duas matérias.
Os dados foram tabulados pela Folha, a partir dos boletins das escolas, divulgados na semana passada. Até então, o Ministério da Educação havia informado apenas médias nacionais (que mostraram estagnação tanto em português quanto em matemática).
Para o pesquisador Ocimar Alavarse, da USP, os resultados "são preocupantes", porque mostram uma estagnação de São Paulo e do país em níveis "muito baixos".
Em português, a média paulista ficou em 240,66 --0,14 ponto abaixo da obtida dois anos antes. A escala vai até 500. Especialistas apontam que o ideal para o fim do ensino fundamental são 275 pontos.
Os alunos da rede paulista, em geral, não conseguem localizar informações explícitas numa fábula. Ou interpretar o sentido de uma conjunção numa tirinha --ações esperadas para o 9º ano.
Para o secretário da Educação de SP, Herman Voorwald, uma dificuldade de melhoria nas médias é o tamanho da rede, a maior do país, com 4 milhões de alunos.
O secretário disse ainda que um ajuste feito neste ano na progressão continuada pode melhorar a qualidade da fase final do fundamental.
A reprovação passou do 5º para o 6º ano, que é a primeira série em que os alunos passam a ter diversos professores, em vez de um. A próxima série em que a reprovação é possível é apenas o 9º ano.
"Agora, podemos identificar mais rapidamente o aluno que não se adequou ao sistema e deve refazer o ano."
Para o presidente da Udemo (sindicato dos diretores das escolas estaduais), Francisco Poli, falta foco para a rede. Ele cita como exemplo o currículo, que possui nove matérias, mas "deveria se concentrar em português, matemática e ciências".

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