15 de dezembro de 2014
Levantamento do Instituto Unibanco entrevistou 4,7 mil jovens estudantes da rede pública de São Paulo e do Rio de Janeiro
Fonte: Centro de Referências em Educação Integral
O que os jovens esperam do Ensino Médio em relação aos estudos e à profissão? Com a intenção de explorar esse universo, o Instituto Unibanco realizou uma pesquisa com 4,7 mil jovens estudantes da rede pública de São Paulo e do Rio de Janeiro. A leitura dos dados, divulgados essa semana, permite refletir sobre o significado que essa etapa escolar tem para com a juventude e suscitar debates sobre os enfrentamentos ainda necessários.
De modo geral, os resultados revelam que o Ensino Médio para esse grupo de estudantes é visto menos como uma oportunidade de desenvolvimento e aprendizagem para o cotidiano e mais como uma transição para o trabalho e para o futuro, com possibilidade de ingresso na universidade.
Alguns dados ancoram a percepção. 78,7% gostariam de fazer um curso técnico ou obter uma qualificação para o mundo do trabalho e 68% dos alunos vão à escola para aprender conteúdos e habilidades para ser um bom profissional. Já em relação à contribuição da escola, 36,2% dizem que ela contribui para aprender e aumentar repertório; 29,6% para ter um trabalho melhor e 19,3% para pensar/ter/planejar o futuro. Pouco mais de um quinta dos jovens (22,2%) já perderam o ano por desistir de assistir aulas.
Na visão do superintendente do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, a etapa escolar ainda não cumpre o seu principal papel de dialogar com as aprendizagens que os jovens precisam vivenciar para sociedade contemporânea, em termos cognitivos e socioemocionais, e estabelecer vínculos com suas expectativas e visões de futuro. Para tanto, reforça a necessidade de mudanças que viabilizem processos mais qualitativos ao período.
Em comunicado oficial do Instituto, Henriques faz algumas defesas: “por disciplinas menos conteudísticas para que os estudantes não fiquem fechados em uma escola desconectada do mundo exterior; por caminhos possíveis para os jovens fazerem suas escolhas de acordo com suas vocações e interesses; e uma reforma no currículo escolar para que o jovem se interesse pela escola e não a abandone”, enumera.
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