4 de dezembro de 2014

Brasil fica em 6.º lugar, entre 15 países da América Latina e Caribe, em prova de leitura da UNESCO



BRASÍLIA — O Brasil aparece na sexta posição, entre 15 países da América Latina e do Caribe, numa avaliação sobre a capacidade de leitura e escrita de alunos do 4.º e 7.º anos do ensino fundamental, divulgada nesta quinta-feira pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Em matemática, os estudantes brasileiros do 4.º ano do fundamental tiveram desempenho ligeiramente melhor, deixando o país na quinta posição, enquanto no 7.º ano o Brasil ficou na sétima colocação. O Chile lidera o ranking nas duas disciplinas e séries avaliadas; a República Dominicana está na lanterna.
O Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Terce), como é chamada a avaliação, consiste num teste aplicado no ano passado, numa amostra de escolas públicas e particulares representativa de cada um dos 15 países.
A pontuação brasileira melhorou em todos os segmentos, em relação ao exame anterior, de 2006, batizado de Segundo Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Serce). O maior avanço ocorreu em matemática, entre os alunos do 4.º ano, cuja nota subiu de 505,03 para 539,54, um acréscimo de 34,51 pontos. O líder Chile obteve 582,44. De acordo com a Unesco, porém, o Brasil ficou estagnado em leitura, no caso do 7.º ano do fundamental, já que o aumento de 3,61 pontos não foi considerado estatisticamente relevante.
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Francisco Soares, disse que os resultados do Terce são semelhantes aos revelados pela Prova Brasil e pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Ou seja, mostram que o Brasil está melhorando, mas continua longe do ideal.
O levantamento estima também o percentual de estudantes por nível de aprendizagem, numa escala de 1 a 4, que tem ainda o nível inferior a 1. Na média do subcontinente, a maioria dos alunos teve desempenho que corresponde aos três níveis mais baixos de conhecimento em todas as disciplinas e séries avaliadas. No Brasil, isso ocorreu no 4.º ano do fundamental, em leitura e matemática. Já no 7.º ano, 51,7% dos alunos brasileiros alcançaram os níveis 3 e 4 de aprendizagem em matemática e 53,05%, em leitura.
Um dos coordenadores do Terce, Atilio Pizarro destacou que houve progresso, mas ainda há muito trabalho a ser feito na área educacional do subcontinente. Ele lembrou que o Chile, o primeiro colocado no Terce, não figura sequer entre os 30 melhores países do Pisa, outra avaliação internacional realizada pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) em países das Américas, Europa, Ásia e Oceania.
O Terce mediu conhecimentos também em ciências, mas o relatório não traz dados do Brasil, já que o país, assim como o Chile, não participou da prova de ciências em 2006, quando essa disciplina era voluntária no exame da Unesco. A amostra do Terce foi de 134 mil estudantes. No Brasil, foram 7.408 alunos de 220 escolas, em mais de cem municípios.

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