23 de novembro de 2011

UNB melhora mas cai cae ranking



EDUCAÇÃOUniversidade de Brasília obtém sua melhor média no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes, mas vê rivais registrarem evolução ainda maior e sai da 11ª para a 19ª posição entre as melhores instituições públicas do país
MANOELA ALCÂNTARA

A Universidade de Brasília (UnB) é a melhor do Distrito Federal. Entre todas as instituições de ensino superior da capital analisadas pelo Ministério da Educação - que levou em conta a nota do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) -, ela foi a primeira colocada, com nota 3,91 no Índice Geral de Cursos (IGC) e média arredondada 4, considerada muito boa diante de uma avaliação que classifica o desempenho das instituições de 0 a 5. A nota foi a maior do estabelecimento de ensino nos últimos quatro anos. Porém, em nível nacional, a UnB teve uma queda no ranking. Desde 2007, mantinha posição entre 10ª e 11ª. Em 2010, caiu para o 19º lugar (Veja quadro).
No entanto, especialistas ouvidos pelo Correio não acreditam que o ensino na UnB piorou. Na verdade, o aumento da média no IGC significa notas mais altas na prova do Enade, melhoria nas instalações e bom nível do corpo docente. O presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Antônio Ronca, avalia que o investimento das instituições privadas em qualificação pode ter contribuído para a mudança. "Temos instituições privadas nos primeiros lugares. Uma série delas está tomando medidas para aumentar o IGC. Elas cobram titulação, investem nos professores, em laboratórios, condições de oferta. Isso pode ter aumentado o nível no país. Mas não significa que a UnB piorou. Um conceito 4 é um excelente resultado", analisou.
Na avaliação feita pelo MEC, três faculdades privadas ocupam o topo do ranking. Nas últimas edições, as posições eram preenchidas por instituições públicas. "Isso mostra que o lado mercantil está dando vez para a educação. Porém, as universidades públicas ainda estão entre as melhores. Precisamos considerar também o boicote dos alunos em alguns casos", afirmou o consultor da Unesco Célio da Cunha.
Comparação desigual
A decana de Ensino de Graduação da UnB, Márcia Abrahão, não vê a 19ª posição como colocação real da instituição. Para ela, a universidade não pode ser avaliada com faculdades ou centros universitários. "Temos 42 cursos analisados, não dá para comparar a média de todos eles com a de um ou dois cursos, por exemplo. Consideramos estar na 13ª colocação nacional, pois comparamos nossa nota somente à de outras universidades", afirmou.
Segundo ela, o crescimento na média do IGC é muito mais importante do que a classificação. "É a maior dos últimos quatro anos. O MEC não faz ranking, ficamos a 0,07 ponto das instituições que obtiveram média ponderada 5", disse Márcia. Ela afirma que a UnB tem se esforçado para aumentar o índice. "Investimos em qualificação dos professores e melhoria de estruturas, como a biblioteca. Nossa meta é atingir os 5 pontos", complementou.
Uma das vitórias da universidade foi a nota do curso de nutrição. Os estudantes tiraram 4,56 e alcançaram a média máxima prevista pela avaliação. Camila Leão, 20 anos, participou da etapa. Ela achou a prova difícil, mas se saiu bem. "Fiquei sabendo que meu nome estava na lista um mês antes. Fiz tudo com os conhecimentos que aprendi na sala de aula. Acredito que o bom desempenho deve-se ao excelente corpo docente que temos", afirmou. Além disso, ela considera que atuar no Hospital Universitário de Brasília (HUB) e ter laboratórios equipados faz a diferença. "A gente aprende na prática. Só sinto falta de estruturas básicas, como banheiros de qualidade, bebedouros. Mas se formos tratar de ensino, a UnB é a melhor", certificou.
Boicote
Se nutrição elevou o conceito geral da UnB, outro curso fez a nota despencar. Estudantes de serviço social tiraram 0,24 na prova do Enade. No conceito geral do curso, eles chegaram somente ao nível 2, considerado insuficiente pelo MEC. Em nota, os representantes dos alunos afirmam que boicotaram o teste por não acreditar na eficácia do exame.

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