O cientista político James Q. Wilson, que morreu na última sexta-feira aos 80 anos, é descrito no obituário publicado no site Real Clear Politics como o equivalente a um médico ou a um bombeiro.
"Há sem dúvida muitas pessoas que estão vivas hoje devido a [ele]", escreve o economista Thomas Sowell.
Wilson morreu em Boston, devido a complicações causadas por leucemia.
Autor da "teoria das janelas quebradas", apontada como uma causa da redução dos crimes nos EUA, ele deixa mulher, dois filhos e cinco netos.
Em seu texto, Sowell diz que Wilson teorizou durante décadas em que políticas brandas elevaram o número de crimes. Linha-dura, ele instigou policiais a punirem inclusive os menores delitos.
É a tal ideia da janela quebrada -que, caso seja logo consertada, dará sinais de que a desordem não será tolerada.
Foi a tônica da ação chamada de "tolerância zero" seguida por Rudolph Giuliani, então prefeito de Nova York, na década de 90. As taxas de crimes violentos na cidade despencaram, catapultando a popularidade do político.
Apesar de analistas ponderarem que a queda da criminalidade pode estar relacionada também ao declínio do crack na cidade, e apesar de não faltar quem critique Wilson -por exemplo, em seu apoio à Guerra do Iraque-, os obituários ontem eram elogiosos.
"O primeiro livro de Wilson, 'Negro Politics', estava entre as primeiras análises sociológicas sérias a respeito do papel dos negros na política urbana", afirma o "NYT".
O "Chicago Tribune" lembra-se de que Wilson detinha uma "mente incisiva, grande modéstia e humor gentil".
"Posso dizer honestamente que não sei as respostas das perguntas quando começo a procurar por elas", afirmou Wilson, em entrevista de 1998 ao "New York Times".
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