26 de agosto de 2011
Novas Tecnologias | Jornal de Brasília | Opinião | DF
Roberto NicolskyDiretor geral da Sociedade Brasileira Pró Inovação Tecnológica - Prote c
O desenvolvimento tecnológico de uma economia torna-a mais competitiva e capaz de melhorar o seu desempenho no comércio exterior. Para a nação isso representa geração de renda e ampliação da quantidade e qualidade dos empregos oferecidos pela indústria. Portanto, um balanço comercial dos diversos produtos que compõem a pauta de comércio exterior, quando classificados por sua intensidade tecnológica, dará a medida do nosso domínio da tecnologia.
Por sua vez, a tendência de crescimento do saldo ou do deficit na balança comercial informará se estamos desenvolvendo a nossa competência tecnológica ou não. Uma avaliação completa é certamente difícil, porém é possível um retrato de alguns segmentos do nosso setor produtivo, notadamente os mais relevantes em questões de emprego e renda.
Recentemente, o setor automotivo divulgou dados preocupantes: a participação dos veículos importados no mercado nacional passou de 5% em 2005 para 23% este ano e, enquanto a produção nacional teve alta de 45% no mesmo período, o número de carros importados cresceu 115%. Se em 2010 as empresas instaladas no Brasil importaram 660 mil veículos, este ano devem vir 850 mil unidades de fora. Segundo o sindicato setorial do ABC isso representaria uma perda de cem empregos.
A gravidade desse quadro alertou os trabalhadores para o esvaziamento tecnológico da cadeia produtiva do setor e o consequente risco de desindustrialização. Assusta o fato de que setores tradicionais, como o têxtil e o de calçados, estão se tornando meros importadores, estágio a que já chegaram os produtos eletrônicos de consumo. Tanto do lado dos empresários quanto dos trabalhadores observa- se uma preocupação crescente: buscar soluções para evitar que a concorrência de produtos e componentes estrangeiros provoque o esvaziamento tecnológico do parque industrial brasileiro.
Para reverter essa tendência é indispensável uma política pública corajosa, ousada até, de apoio ao desenvolvimento de inovações tecnológicas através do compartilhamento de risco entre Estado e indústria. Esta é a única resposta que o Brasil hoje pode dar a seus competidores.
Quando a produção nacional começa a ser substituída por produtos e componentes importados, o País desaprende a tecnologia, os trabalhadores perdem, além de seus empregos, capacitação para operar processos, e a indústria perde competitividade até no mercado interno. E reativar um parque industrial paralisado é um esforço gigantesco, quase como começar do zero.
Em um ambiente de estímulo à inovação tecnológica, ao contrário, as indústrias levam vantagem sobre seus competidores, a qualidade dos empregos melhora, a importação de tecnologia diminui, o crescimento econômico se torna mais robusto e sustentável e o Estado pode distribuir melhor a renda.
O desenvolvimento tecnológico de uma economia torna-a mais competitiva e capaz de melhorar o seu desempenho no comércio exterior. Para a nação isso representa geração de renda e ampliação da quantidade e qualidade dos empregos oferecidos pela indústria. Portanto, um balanço comercial dos diversos produtos que compõem a pauta de comércio exterior, quando classificados por sua intensidade tecnológica, dará a medida do nosso domínio da tecnologia.
Por sua vez, a tendência de crescimento do saldo ou do deficit na balança comercial informará se estamos desenvolvendo a nossa competência tecnológica ou não. Uma avaliação completa é certamente difícil, porém é possível um retrato de alguns segmentos do nosso setor produtivo, notadamente os mais relevantes em questões de emprego e renda.
Recentemente, o setor automotivo divulgou dados preocupantes: a participação dos veículos importados no mercado nacional passou de 5% em 2005 para 23% este ano e, enquanto a produção nacional teve alta de 45% no mesmo período, o número de carros importados cresceu 115%. Se em 2010 as empresas instaladas no Brasil importaram 660 mil veículos, este ano devem vir 850 mil unidades de fora. Segundo o sindicato setorial do ABC isso representaria uma perda de cem empregos.
A gravidade desse quadro alertou os trabalhadores para o esvaziamento tecnológico da cadeia produtiva do setor e o consequente risco de desindustrialização. Assusta o fato de que setores tradicionais, como o têxtil e o de calçados, estão se tornando meros importadores, estágio a que já chegaram os produtos eletrônicos de consumo. Tanto do lado dos empresários quanto dos trabalhadores observa- se uma preocupação crescente: buscar soluções para evitar que a concorrência de produtos e componentes estrangeiros provoque o esvaziamento tecnológico do parque industrial brasileiro.
Para reverter essa tendência é indispensável uma política pública corajosa, ousada até, de apoio ao desenvolvimento de inovações tecnológicas através do compartilhamento de risco entre Estado e indústria. Esta é a única resposta que o Brasil hoje pode dar a seus competidores.
Quando a produção nacional começa a ser substituída por produtos e componentes importados, o País desaprende a tecnologia, os trabalhadores perdem, além de seus empregos, capacitação para operar processos, e a indústria perde competitividade até no mercado interno. E reativar um parque industrial paralisado é um esforço gigantesco, quase como começar do zero.
Em um ambiente de estímulo à inovação tecnológica, ao contrário, as indústrias levam vantagem sobre seus competidores, a qualidade dos empregos melhora, a importação de tecnologia diminui, o crescimento econômico se torna mais robusto e sustentável e o Estado pode distribuir melhor a renda.
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